O DS3 mostra formas
musculosas, rodas de 17 pol e bom trabalho de estilo, com destaque para
a "barbatana de tubarão" na coluna central |
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Apesar dos muitos itens
aproveitados do C3 e da C3 Picasso, o interior está de acordo com a
proposta; os bancos bem envolventes são ótimos |
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Foi uma longa espera — sua importação havia sido anunciada em 2009 —,
mas o Citroën DS3 afinal chega ao mercado brasileiro, inaugurando a linha DS de
carros mais luxuosos da marca francesa, que na Europa já conta também com os
modelos maiores DS4 e
DS5. Mais que pelo refinamento, a
novidade sobressai pela esportividade, aspecto que a Citroën havia praticamente
abandonado no País nos últimos tempos, desde a suspensão da importação do
C4 VTR de três portas.
Ao preço sugerido de R$ 79.900, o DS3 vem competir com o
Audi A1 e o Mini da BMW, também considerados
carros pequenos "de imagem", uma categoria em que estilo e exclusividade são os
pontos-chave — e permitem ao fabricante cobrar por isso. Com motor turbo de 1,6
litro e 165 cv e câmbio manual de seis marchas, o modelo importado de Poissy, na
França, fica em clara vantagem em desempenho diante dos rivais: o A1 oferece 122
cv e custa R$ 94.900, já com câmbio automatizado; o Mini Cooper Salt manual de
mesma potência sai por R$ 80.750. Outra opção, mas sem a mesma exclusividade, é
o nacional Fiat Punto TJet de 152
cv por R$ 62.680.
O conteúdo de série do Citroën é muito bom, com itens como seis bolsas infláveis
(frontais, laterais de tórax na frente e cortinas),
controle eletrônico de estabilidade e tração, freios com sistema
antitravamento (ABS), distribuição eletrônica entre
os eixos e assistência adicional em emergência,
faróis de neblina, fixação Isofix para cadeiras
de crianças na traseira, rodas de alumínio de 17 pol, ar-condicionado
automático, para-brisa com isolamento acústico, computador de bordo,
rádio/CD/MP3 com comando satélite na coluna de direção e entrada USB, interface
Bluetooth para telefone celular, faróis e
limpador de para-brisa automáticos, sensores de
estacionamento na traseira, controlador e
limitador de velocidade e retrovisor interno
fotocrômico.
Opcional, só um: revestimento dos bancos em couro perfurado com aquecimento, por
salgados R$ 2.900. Mas há diversas opções de personalização, como quatro cores
para o painel, o pomo da alavanca de câmbio e o botão da chave; adesivos de
teto, capô e tampa do porta-malas; rodas brancas, calotinhas centrais das rodas
em quatro tons, aplique de lanterna traseira e moldura de vidro traseiro
cromada. Ficou de fora da liberdade de escolha o teto, que na Europa oferece
ampla paleta, mas aqui vem sempre preto.
Para quem gostaria de se livrar do pedal de embreagem, má notícia: a única opção
na linha europeia seria com motor aspirado de 120 cv e câmbio automático de
quatro marchas, que a Citroën preferiu não trazer, ao menos na fase inicial. A
garantia é de três anos e as revisões têm preços fixos.
Lançado em 2009 com a plataforma do novo C3
(modelo que será fabricado no Brasil no próximo ano), o DS3 impressiona pelo
estilo. A frente insere a nova grade da marca sobre uma ampla tomada de ar,
enquanto o emblema da linha DS vem por cima do "duplo chevron". Os faróis sem
nada de especial, com duplo refletor de superfície
complexa, conseguem bom efeito visual e há filas de
leds verticais para luz diurna nas extremidades
do para-choque.
De lado, o teto que "boia", parecendo solto do restante da carroceria, e a
atitude musculosa são itens relevantes, mas nada se compara à "barbatana de
tubarão"
—
a coluna central característica da família DS, que dá ao carrinho forte
personalidade. O elemento na cor da carroceria, com alguma imaginação e quando
associado ao teto preto e a vidros com filme escurecedor, faz lembrar uma barra
targa. A traseira de linhas simples é que poderia ser mais elaborada.
O interior do DS3 é pequeno, mas não claustrofóbico, apesar da forração preta do
teto — que, segundo nos foi informado, é para criar um ambiente aconchegante. O
acabamento mostra cuidado e materiais compatíveis com seu preço. Os bancos
trazem formas que evidenciam aconchego, elevados apoios laterais e aparência de
alta qualidade — e, ao sentar, entregam tudo isso mesmo. Embora o encosto não
siga o mais adequado sistema de regulagem micrométrica, em segundos se encontra
ótima posição, ajudada pelo volante que se movimenta em altura e distância. Nele
há detalhes em material que simula alumínio, mas não é frio ao tato. E tal
material também está presente no pomo de câmbio.
Cá e lá, elementos comuns a outros Citroëns e Peugeots surgem no interior do
DS3, como o quadro de instrumentos e o volante do novo C3 e das minivans C3
Picasso e Aircross, assim como rádio, comandos de ventilação, controle de áudio
na coluna de direção e computador de bordo. Se tanto déjà vu
poderia indicar falta de criatividade, revela um válido aproveitamento de bons
elementos em nova disposição, que resultou em um painel à altura da modernidade
do pequeno Citroën. Entre os instrumentos há termômetro do motor, ausente da
minivan.
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