A qualidade de materiais e de
acabamento é sempre destaque na Audi; no console, botão de partida e
comandos para áudio e configurações

Embora pareçam de competição
pelo encosto de cabeça integrado e os apoios laterais, os bancos têm
ajustes elétricos, assim como o volante


No mostrador central do painel,
repetidor do velocímetro entre as várias funções; nas portas, botões de
memória dos ajustes de banco e volante


Com tolerância a suspensão firme
e pneus ruidosos, o motorista do S6 tem grande prazer pela associação de
potência, conforto e segurança |
Onde o motorista se posta também ajuda a dar o tom correto do S6: um
inesperado banco do tipo concha, com apoio de cabeça integrado, mas com
as regulagens múltiplas e elétricas (também para o volante) que se
esperam de um veículo desse preço. No revestimento, couro do melhor, com
opção entre cor preta e um cinza bem claro. O encosto justíssimo, com os
apoios laterais pronunciados, indica excelente sustentação para o corpo
nas curvas.
Não poderiam faltar o refinado acabamento interno, o sistema de áudio
Bose e as infinitas configurações de navegação, áudio, computador de
bordo e outros pela grande tela (6,5 pol) ao centro do painel. Há também
o controlador adaptativo em que não só o carro mantém a velocidade
preestabelecida, como a reduz mediante a presença de um veículo à frente
e a retoma uma vez que tal veículo se posicione à direita, sem que o
motorista necessite atuar em acelerador e freio. Ou os faróis com
lâmpadas de xenônio em ambos os fachos e
sistema adaptativo, que "acompanha" a estrada.
A lista de equipamentos de série passa por ar-condicionado de duas
zonas, teto solar elétrico, faróis e limpador de para-brisa automáticos,
partida e parada do motor por botão sem uso de chave (pode ser mantida
no bolso, por exemplo), sensores de
estacionamento à frente e atrás, câmera traseira para orientação em
manobras e bolsas infláveis frontais, laterais (também para o banco
traseiro) e cortinas. E até o estepe tem roda de alumínio.
Concessões
Mesmo sem haver possibilidade de fazer o S6 chegar ao limite em curvas
no breve trajeto realizado, a simples constatação das medidas dos pneus
(265/35 em rodas de aro 19 pol e tala 9 pol) torna óbvia a capacidade do
sedã de contornar curvas de quaisquer raios com precisão e velocidade
incomuns. No entanto, esse mesmo conjunto é responsável por talvez o
único incômodo real, que advém do ruído de rolagem.
A receita é cruel: perfil baixo, carcaça rígida, grande área de contato.
Não há como fazer tais pneus serem silenciosos e, por mais material
fonoabsorvente que se empregue no revestimento da carroceria, por mais
estudado que seja o desenho da banda de rodagem, os pneus "sentem" o
chão demais e transmitem tudo a verdadeiros sinos — as rodas — e a
suspensões de viés esportivo, adequadas ao espírito da versão. Seus
donos haverão de ter complacência com essa "trilha sonora".
O acerto firme da suspensão (que usa alumínio em vários componentes),
assim como a radical escolha dos pneus, oferece respostas diretas e
sinceras ao volante, com direção Servotronic para controle eletrônico da
assistência. Claro que sensores e eletrônica estão presentes a cada
centímetro do S6. Ele não só permite usar o câmbio Tiptronic no modo
esporte (S), que eleva mais as rotações antes de cada mudança, como
também atuar no controle de estabilidade
e de tração.
Em regra esses dispositivos estão combinados e ou atuam, ou não, em
conjunto. Mas no S6 há possibilidade de intervir em separado em cada um
deles, variar seus níveis de intervenção e até anular os sistemas. Isso
será apreciado por pilotos habilidosos, mas é ação desaconselhável a
quem não está familiarizado a veículos ultrapotentes. E falando em
ultrapotência, os freios... Discos de dimensões alucinantes justificam a
adoção de rodas de 19 pol e contam com pinças que fazem lembrar sistemas
de freio que, bem pouco tempo atrás, eram vistos apenas em carros de
competição.
O pouco tempo passado a bordo, parte ao volante, parte como passageiro
do banco traseiro — de excepcional conforto, com espaço para pernas
incrível —, foi escasso para apreciar com propriedade um carro tão
equipado e tão tecnicamente complexo. Todavia, ficaram claros os
atributos dessa versão especial do A6
— modelo já em vias de substituição por uma nova geração, pois a atual
foi apresentada em 2004. Sem concorrência direta no momento (o
BMW 550i e o
Mercedes-Benz E 500 até se
aproximam dele em potência e preço, mas não são esportivos), esse
"Lamborghini familiar" com quatro argolas na grade mostra-se muito
elegante, mas com um caráter de verdadeiro monstro. |
MOTOR
- longitudinal, 10 cilindros em V a 90°; duplo comando variável nos cabeçotes,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 84,5 x 92,8 mm.
Cilindrada: 5.204 cm3. Taxa de compressão: 12,5:1. Injeção
direta. Potência máxima: 435 cv a 6.800 rpm. Torque máximo: 55,1
m.kgf de 3.000 a 4.000 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração integral. |
FREIOS
- dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente, braços sobrepostos; traseira,
independente, multibraço. |
RODAS
- 9 x 19 pol; pneus, 265/35 R 19. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,938 m; largura, 1,864 m; altura, 1,442 m;
entre-eixos, 2,847 m; capacidade do tanque, 80 l; porta-malas, 546
l; peso, 1.910 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 250 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 5,2 s. |
CONSUMO
- em cidade, 5,4 km/l; em estrada, 11,0 km/l. |
Dados do fabricante |
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