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Quando chegam as curvas, tanta sofisticação técnica no RS5 mostra seu valor: o carro corrige falhas do motorista em condições extremas

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As suspensões usam braços sobrepostos à frente e sistema multibraço atrás, com controle eletrônico de amortecimento e dois modos de ajuste

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A tração integral permanente (em cima) usa um novo diferencial central para variar com mais rapidez a repartição de torque entre 70:30 e 15:85

Válvulas no escapamento, que aumentam a contrapressão e a absorção de ruído quando fechadas, são abertas assim que se passa a Dynamic, encorpando o ronco do motor. Outra alteração bem perceptível é na operação automática do câmbio, que nesse modo mantém o motor aceso, em rotação bem mais alta — em geral acima de 3.000 rpm, mesmo usando o acelerador com moderação. Além disso, em Dynamic as reduções de marcha são feitas com aceleração interina, em que o motor é brevemente acelerado para acoplamento mais suave à marcha inferior, o que cativa ouvidos entusiastas.

Sem mais pedágios (lamentei pela primeira vez não haver mais deles...), o rumo pela rodovia mostrou que, sim, o RS5 é um esportivo confortável e silencioso. E ver pelo retrovisor o aerofólio na traseira subir quando se atinge 120 km/h é divertido, assim como vê-lo recolher-se ao baixar de 80 km/h. Um comando no console permite o acionamento manual.

Hora do vamos-ver   O tédio desses quilômetros durou pouco, pois logo a estrada cheia de curvas e deserta chegou. É a hora do vamos-ver: será o cupê tão excitante quanto a perua RS6? Será que conseguirei fazer o que Lothar recomendou, ou seja, confiar cegamente na eficácia do RS5 no limite?

Montanha acima, músculos e pneus aquecidos, uma constatação: antes de exagerar nas curvas, percebo que é possível fazer tudo em primeira e segunda marchas, e poucas vezes usa-se a terceira. Sim, a estradinha é travada, mas de um câmbio de sete marchas esperava um escalonamento diferente, com as três primeiras relações mais próximas entre si, deixando as outras quatro para quando o RS5 precisasse esticar as pernas, como se estivesse nas estradas de sua Alemanha natal — sem limites, sem radares.

E a essa estranheza se alia outra, menos culpa do RS5, mais culpa do cenário, ou da pavimentação. No asfalto irregular, selecionar o modo Dynamic é pedir para sofrer, pois o carro fica rígido demais. Parece ter sido calibrado para uma pista de corrida ou, se muito, para as estradas-tapete europeias. E assim o modo Comfort é a pedida, assim como usar as borboletas por trás do volante para tornar a brincadeira nas — ou o duelo com as — curvas mais interessante.

A tração integral e o motor dianteiro fazem do RS5 um carro levemente subesterçante, mas na dissimulação dessa característica se percebe o trabalho dos técnicos da Audi. Lothar me volta à mente quando, de propósito, provoco o RS5: acelero mais do que o devido no meio de uma curva, ao mesmo tempo girando o volante para provocar a escorregada de frente, que acontece discreta e é logo contida. A frente permanece precisa e percebe-se a discreta atuação dos freios para eliminar as perdas de aderência.

O diferencial central se encarrega de entender o que deve mandar de força ao eixo dianteiro e ao traseiro, de acordo com diversos parâmetros, como grau de aceleração e carga em cada uma das rodas (mais sobre técnica no quadro abaixo). Sim, o RS5 se "conserta" continuamente. A cada exagerada a mais, a cada curva feita provocando-o, entendo o que me foi dito: para esquecer meus instintos. Continua

Comentário técnico
> Fabricado em Györ, na Hungria, o motor do RS5 pode ser definido como o V10 de 5,2 litros do R8 com dois cilindros a menos. Lançado em 2005 no RS4 da geração anterior, foi o primeiro V8 de produção com injeção direta de combustível. É basicamente o mesmo oferecido no R8 de oito cilindros, sendo uma das diferenças a lubrificação convencional, sem o uso do cárter seco empregado nesse superesportivo. Conta ainda com variação contínua do tempo de abertura das válvulas de admissão e escapamento, acionamento dos comandos de válvulas por meio de corrente e relação r/l razoável (0,301, obtida com bielas de 154 mm para curso de pistões de 92,8 mm).

> A tração integral permanente do modelo representa uma nova geração do sistema Quattro, em que o destaque está no diferencial central. O sistema permite rápida variação na repartição de torque entre os eixos, com extremos de 70% para o dianteiro e 85% para o traseiro. A divisão padrão, válida até que um dos eixos perca aderência, é de 40% à frente e 60% para trás, de modo a conferir a sensação de tração traseira.

> O eixo posterior conta com divisão ativa de torque entre as rodas, ou seja, uma delas pode receber mais potência que a outra para favorecer a estabilidade. Também está presente — em ambos os eixos — o sistema de vetorização de torque: em curvas, a roda interna pode ter seu freio levemente aplicado enquanto a externa recebe maior parcela de torque, a fim de melhorar o comportamento e tornar menos provável a intervenção do controle de estabilidade.

> A suspensão do A5 é toda revista para que seja usada no RS5, com outras definições para molas, amortecedores e estabilizadores, além de altura de rodagem 20 mm menor. As rodas de série na Europa são de 19 pol com pneus 265/35, mas no Brasil foi definido como padrão a medida de 20 pol com 275/30. Não deixa de ser um contra-senso diante das condições usuais de piso cá e lá.

> A direção conta com variação de relação: em baixa velocidade, a resposta das rodas a determinado ângulo de giro do volante é até 100% maior que em alta velocidade. Há ainda uma leve função de contraesterço no limite de aderência, em que a direção atua menos do que se espera para ajudar na correção da estabilidade.

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