O R8 na pista: oportunidade rara
para motoristas -- apenas mulheres -- dirigirem um esportivo
recém-lançado e que custa quase R$ 700 mil



Rodas, saias e as
lâminas laterais são diferentes na versão V10 do R8, que vem de
série com os faróis compostos de leds, opcionais no outro



Interior sofisticado
só para dois, volante com base achatada e a caixa automatizada
R-Tronic, sem embreagem dupla, mas bastante eficiente |
Volante
este que tem a base achatada — além do aspecto
esportivo, deixa mais espaço para as pernas do motorista
enquanto alinhado. O assistente eletrônico de largada,
que faz arrancar com máximo desempenho e mínima perda de
tração, deixa qualquer motorista sentindo-se o
dinamarquês Tom Kristensen, vencedor por seis vezes da
24 Horas
de Le Mans, cinco delas com a Audi. Como todo modelo
de alto desempenho da marca nas últimas décadas, em uma
tradição iniciada há 30 anos pelo cupê
Quattro, o R8
conta com tração integral permanente. A divisão de
torque inicial — modificada em caso de perda de
aderência — favorece as rodas traseiras, com 85%, para
dar ao motorista a sensação de tração posterior.
As suspensões seguem o conceito de
braços sobrepostos,
consagrado nas pistas de corrida por manter a posição
vertical das rodas praticamente inalterada durante seu
curso de trabalho, e trazem de série o sistema de ajuste
da carga dos amortecedores por meio magnético. O fluido
dentro de cada amortecedor traz partículas magnéticas
que, ao receberem uma carga elétrica, ganham novo
arranjo e alteram a passagem do fluido pelas válvulas do
componente, deixando-o mais firme ou mais macio em
milésimos de segundo, conforme ordenado pela central
eletrônica. Os grandes discos de freio ventilados medem
380 mm de diâmetro à frente, onde há oito pistões, e 356
mm atrás, com quatro pistões. No exterior a Audi oferece
a opção de discos de carbono-cerâmica, 9 kg mais leves
(o jogo) que os de ferro e muito resistentes ao
superaquecimento, além de ter vida útil prevista de 300
mil quilômetros. As rodas de 19 pol, com diferentes
talas entre os eixos, estão bem calçadas por pneus
235/35 e 295/30, na ordem.
Para envelopar todo esse aparato técnico, a carroceria
toda de alumínio mantém o desenho já conhecido da versão
V8, mas que causa sensação por onde passa. Seus
elementos mais marcantes são as lâminas laterais em cor
que contrasta com o do restante, para destacar o motor
central, e os faróis compostos por 54
leds — de série no V10 —
que cobrem as funções de facho baixo, facho alto,
iluminação diurna e luzes de direção. Além da potente
iluminação, esses faróis têm uma temperatura de cor que
cansa menos a vista no uso noturno, baixo consumo de
energia e vida útil praticamente ilimitada. Entre as
diferenças externas da versão para a V8 já conhecida
estão as lâminas e as saias laterais mais pronunciadas.
O coeficiente aerodinâmico
(Cx) não sobressai: 0,362, com área frontal de 1,99
m² e resultado de 0,72 na multiplicação dos fatores.
Percebe-se que as prioridades foram outras, como captar
muito ar para arrefecer motor e freios e obter baixa
sustentação, mantendo o
carro preso ao solo em alta velocidade — para o que
contribui o aerofólio traseiro que se ergue a 100 km/h.
E, em se tratando de um Audi, não poderia faltar um
interior sofisticado e de forte tempero esportivo, com
revestimento dos bancos em couro de alto padrão (que
traz pigmentos para refletir os raios infravermelhos, a
fim de reduzir o aumento de temperatura quando expostos
ao sol) e a opção de sistema de áudio Bang & Olufsen. O
farto conteúdo passa pela câmera traseira para orientar
manobras, aquecimento dos bancos e até iluminação do
compartimento do motor por leds para mostrar aos amigos
a qualquer hora. Há dois compartimentos de bagagem, com
capacidade de 100 litros no dianteiro e 90 litros atrás
dos dois únicos bancos.
Pelas características e o preço, o V10 encontra
concorrência direta em uma referência em termos de
carisma e tradição, o
Porsche 911 Turbo,
que sai a R$ 695 mil com o motor de 480 cv em vias de
ser substituído. Já outros modelos mais próximos em
configuração e potência custam R$ 1,4 milhão na
Lamborghini (Gallardo
LP 560-4 de 560 cv) e R$ 2,2 milhões na Ferrari (F430
Scuderia Spider de 510 cv), fazendo esse Audi de
linhas imponentes parecer uma pechincha. |
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MOTOR
- central-traseiro, longitudinal, 10 cilindros em "V" a 90°; duplo comando
variável nos cabeçotes,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 84,5 x 92,8 mm.
Cilindrada: 5.204 cm3. Taxa de compressão: 12,5:1. Injeção
direta. Potência máxima: 525 cv a 8.000 rpm. Torque máximo:
54
m.kgf a 6.500 rpm. |
CÂMBIO
- manual automatizado, 6 marchas; tração integral. |
FREIOS
- dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira e traseira, independente, braços sobrepostos. |
RODAS
- dianteiras, 8,5 x 19 pol; pneus, 235/35 R 19; traseiras, 11 x 19
pol; pneus, 295/30 R 19. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,435 m; largura, 1,93 m; altura, 1,252 m;
entre-eixos, 2,65 m; capacidade do tanque, 90 l; porta-malas, 190
l (somados); peso, 1.625 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 316 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 3,9 s. |
CONSUMO
- em cidade, 4,8 km/l; em estrada, 10,4
km/l. |
Dados do fabricante; consumo
não disponível |
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