



O entreeixos longo dá ao
Hilux de cabine simples uma ampla caçamba, com ganchos externos e
pára-choque traseiro que serve de apoio
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Em
abril do ano passado, quando substituiu seu conhecido Hilux — um picape
simples, quase rude — por uma nova geração, bem mais próxima de um
automóvel, a Toyota deve ter espalhado uma dúvida entre seus fiéis
admiradores: teria o fabricante japonês prejudicado, em nome da
aparência e do conforto, suas apreciadas robustez e aptidão
fora-de-estrada?
Nossa avaliação com uma versão SRV de cabine dupla e motor de 3,0 litros
e 163 cv, em comparativo com o
Ford Ranger, não havia sido suficiente para esclarecer a questão. Era
preciso pôr as mãos em um Hilux mais simples e, sobretudo, levá-lo a
condições de uso mais severas que as planas estradas de terra por onde
havíamos passado com o picape de luxo. Assim, pedimos à Toyota a versão
de entrada da linha, de cabine simples e acabamento básico, acrescida
apenas de tração nas quatro rodas. Seria também a oportunidade de
experimentar o motor turbodiesel de 2,5 litros, cuja potência de 102 cv
fazia esperar desempenho sofrível.
Nessa configuração — que a própria marca define como um veículo de
trabalho, não de lazer — ele custa R$ 73,4 mil, mais caro que os dois
concorrentes diretos, S10 Colina (R$ 70,7 mil) e Ranger XL (R$ 63,1
mil). As outras marcas japonesas não oferecem versões compatíveis: é
preciso optar pela cabine dupla caso se exijam tração 4x4 e motor
turbodiesel. Nesse caso, o Nissan Frontier XE vai a R$ 85 mil e o
Mitsubishi L200 (modelo antigo, não o Sport) GL a R$ 76,1 mil. Vale
notar a grande diferença de potência nesse grupo: 140 cv o S10 e o
Frontier, 132 cv o Ranger (com o antigo motor 2,8, não o novo 3,0), 102
cv o Hilux e 100 cv o L200.
O Toyota leva a vantagem do projeto moderno: é o mesmo modelo que os
europeus só há pouco passaram a comprar (foi lançado antes na Tailândia,
no final de 2004). Dos quatro oponentes, só o Ranger mantém-se em
produção no Primeiro Mundo, mesmo assim com claros sinais da idade, pois
sua atual geração é de 1993. Apesar do acabamento simples desta versão,
com pára-choque dianteiro e grade preto-fosco e rodas de aço, seu
desenho agrada.
O modelo de cabine simples foi o único a manter os ganchos externos na
caçamba, criticados pela aparência, mas úteis na amarração de carga.
Também são específicos o pára-choque traseiro, com um rebaixo que serve
de apoio para se subir, e a tampa da caçamba, dotada de duas travas
laterais que lembram as do veterano Bandeirante.
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