


O belo trabalho dos estilistas
da Ford brasileira deixou o Fiesta Sedan com formas encorpadas e que
cativam os olhos. A grande altura do hatch de que ele deriva não
prejudicou a harmonia do conjunto
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A Ford tem em sua história alguns casos não muito bem-sucedidos de sedãs: as duas gerações do Verona, lançadas em 1989 e 1993, na ordem, ou o primeiro Fiesta Sedan, que chegou tarde, em 2001, quando o hatch da linha já estava por ser remodelado. Mas agora a situação tem tudo para ser diferente: o novo Fiesta Sedan chega com bons atributos e no momento certo.
Foram mais de dois anos desde o lançamento da nova geração do hatch (maio de 2002), é verdade, mas isso não o prejudicou. O conjunto do carro ainda é dos mais modernos da categoria e, graças a um brilhante trabalho dos estilistas da Ford brasileira, o Sedan ficou muito atraente, um argumento que sempre conta pontos nesta classe de topo entre os carros pequenos.
Por enquanto exclusivo do Brasil, o novo modelo é igual ao hatch até as portas. Depois delas, exibe uma combinação de arestas e formas angulosas que lhe caiu muito bem, chegando a disfarçar a altura algo excessiva do teto (1,49 metro, a mesma do cinco-portas). As lanternas são inspiradas nas do Mondeo e trazem um elemento circular para a luz de ré que lembra os "canhões" dos faróis
(veja outras propostas de desenho).
Se por fora as impressões são boas, por dentro... ele continua o pobre Fiesta que conhecemos bem. A Ford ainda tentou mexer no revestimento dos bancos (que nem por isso ficou luxuoso) e nos instrumentos, que ganharam uma moldura cinza, mas o resultado foi inócuo: tudo permanece com um ar de carro barato, em alguns casos com sensação de baixa qualidade. Este poderá ser um obstáculo ao crescimento do Sedan em um segmento mais exigente.
Alguns pontos que a Ford seguramente conhece, mas que cabem ser relembrados: assentos curtos, bancos sem o devido apoio lateral, plásticos rígidos e até com rebarbas, marcadores de cristal líquido (combustível e temperatura) de difícil leitura, volante algo áspero, baixa qualidade de produção e montagem de vários dos componentes. O pior - para o fabricante e o consumidor - é que alguns desses itens são difíceis de melhorar em uma produção já em andamento.
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