Em uma breve avaliação, o Sedan 1,6 mostrou bom desempenho e rodar confortável; o controle eletrônico de arrefecimento contribuiu para que a taxa de compressão fosse a mais alta dos flexíveis

O resultado foi expressivo: de 98 cv e 14,37 m.kgf, o motor do Fiesta (no Focus rende 5 cv a mais), que tinha taxa de compressão de apenas 9,5:1, passou a 105,2 cv e 14,8 m.kgf, com uso de gasolina, e chegou a 111 cv e 15,8 m.kgf ao rodar com álcool - nada menos que 69 cv/l, potência específica excelente para um motor de duas válvulas por cilindro. É o maior ganho de potência, em cv ou em percentual, já observado na adoção da tecnologia flexível em um motor nacional. De quebra, supera em 1 cv os concorrentes Siena 1,8 e Clio 1,6 16V, ficando abaixo apenas da versão de 2,0 litros e 116 cv do Polo.

Embora o torque máximo só apareça a altas 4.250 rpm, no mínimo 85% dele estão presentes na faixa de 1.400 a 5.700 rpm, o que indica grande elasticidade. Os números de desempenho são bastante bons para o segmento (veja tabela) e aliam-se a um consumo interessante, mesmo ao rodar com álcool, o ponto crítico de alguns flexíveis.

Para evitar que a detonação ao usar gasolina pusesse tudo a perder, a Ford investiu em bons recursos. Além de sensor de detonação individual por cilindro, já usado por outras marcas, usou um controle eletrônico da temperatura de arrefecimento que é inédito em carro nacional. Ao rodar com gasolina, o controle impõe uma temperatura de operação 6° C mais baixa para o motor, o que concorre para afastar a detonação. Segundo a marca, o sistema ainda reduz o consumo de 2 a 3%, por permitir rodar em temperatura mais alta de modo controlado.

A maior potência permitiu alongar o diferencial da versão 1,6 em 5%, de 4,25:1 para 4,06:1, sem perda em agilidade. Já a versão 1,0 aspirada teve as três primeiras marchas encurtadas, de modo a lidar com o peso pouco maior (cerca de 25 kg) do três-volumes. Em relação ao hatch, o Sedan ganhou em rigidez estrutural (20% contra flexão e 15% contra torção) e teve a suspensão recalibrada, além de ganhar nova curva de assistência da direção. Esta, contudo, poderia ser bem mais leve em manobras.

O percurso de avaliação do novo Fiesta pela imprensa foi dos mais limitados, apenas cerca de 30 km pelas ruas de Foz do Iguaçu, PR. Mas algumas impressões puderam ser sentidas, como a agradável resposta do motor desde baixas rotações, o rodar suave e bem controlado e, por outro lado, o nível de ruído acima do desejável. Disponível com gasolina e álcool, quando avaliado com o primeiro desses combustíveis não apresentou detonação mesmo forçado em rotação baixa. Outras análises, porém, terão de esperar pela avaliação completa.

O Sedan oferece duas opções de acabamento para qualquer dos três motores: First e Trend, esta mais luxuosa. A primeira traz como equipamentos de série banco traseiro bipartido, conta-giros, espelhos de cortesia para motorista e passageiro, cintos traseiros retráteis, pára-choques pintados na cor da carroceria, antena no teto, desembaçador do vidro traseiro, vidros verdes, pneus 175/65-14 e imobilizador antifurto.

A Trend adiciona direção assistida, controle elétrico de vidros e travas, pintura de elementos externos na cor da carroceria e aquecedor, entre outros itens. Ar-condicionado, freios antitravamento (ABS), rodas de alumínio, faróis de neblina, rádio/toca-CDs e alarme antifurto por ultra-som são opcionais, disponíveis em algumas versões. Os preços são de R$ 27 mil (First 1,0), R$ 28 mil (First Supercharger), R$ 30 mil (First 1,6), R$ 30,7 mil (Trend 1,0), R$ 31,6 mil (Trend Supercharger) e R$ 33,3 mil (Trend 1,6): competitivos, mas a escassez de equipamentos de série deve ser considerada diante da concorrência.

Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados