As linhas arredondadas são
mais que conhecidas, mas ainda agradam; faróis, grade e pára-choques são
algumas das poucas partes modificadas desde 1995
|
De
hatchbacks de geração antiga o mercado nacional está cheio: além
do ícone deles — o Mille —, há o Fiesta
Street e o Gol Special "bolinha". No entanto, a General Motors tem um
caso peculiar em sua linha: enquanto o antigo Corsa hatch aposentou-se
em 2002, substituído em parte pelo Celta e em parte pela nova geração, o
sedã lançado em 1995 permanece firme e forte, vendendo muito bem.
Nem Corsa ele se chama mais, é verdade: hoje é apenas Classic
(curiosamente, ao divulgar os índices de vendas a GM o mantém como
Corsa, para somar os números aos da nova geração...). Mas, ao lado do
fato de completar em novembro uma década de sucesso, o sedãzinho tem
outro fato interessante: o menor preço do mercado em carros com câmbio
automático, embora esteja longe de ser barato, como veremos adiante.
O que parece um contra-senso — um modelo antigo e despojado com um câmbio
que custa caro — passa a fazer sentido quando se nota que, nas
grandes cidades, esse equipamento representa grande conveniência no
trânsito congestionado. E o Classic lida bem com ele, graças ao bom
desempenho do motor de 1,6 litro e 92 cv, também exclusivo desse modelo
dentro da linha GM. A caixa, aliás, é semelhante em recursos à do Astra,
da Zafira
e do antigo Vectra (saiba mais).
E funciona muito bem, com mudanças suaves e prontas ao comando do
motorista. O motor oferece bom torque em baixa rotação, não vibra em
demasia — melhor nesse aspecto que o 1,8 dele derivado, mesmo instalado
em um carro mais antigo — e, graças às relações mais longas deste
câmbio, trabalha em um agradável regime na estrada, o que contém o ruído
e o consumo. O desempenho atende bem ao que se espera do carro, com
velocidade máxima de 167 km/h e aceleração de 0 a 100 em 14,1 segundos,
conforme nossa simulação (veja resultados
completos).
A suspensão está longe dos avanços obtidos com o novo Corsa, em que um
subchassi dianteiro permitiu usar
molas mais suaves sem prejuízo da estabilidade. Nota-se bem isso ao
passar por irregularidades, quando o Classic transmite mais os impactos
aos ocupantes. No geral, porém, há um razoável equilíbrio entre conforto
e comportamento. Os freios dão conta do serviço e a direção assistida
vem de fábrica — solução que faz bem mais sentido que a instalação em
concessionária, adotada pela GM no Celta que dele foi derivado.
Continua |