Best Cars Web Site - Avaliação

Embora tenha demonstrado agilidade há dois anos, quando lançou seu primeiro modelo flexível em combustível — o Corsa 1,8-litro — pouco tempo depois do pioneiro Gol 1,6, a General Motors acabou se atrasando para estender esse recurso aos motores 1,0: só agora, um ano e meio depois do Fox e perdendo também dos Fiats Mille e Palio Fire, surge o Celta VHC Flexpower.

Diferenças visuais, só os logotipos na traseira e no
cabeçote e o reservatório de gasolina da partida a frio

É difícil entender por que demorou tanto, e por duas razões. Primeira, esse motor já foi movido a álcool (permanece disponível assim no Classic, o Corsa Sedan antigo, com 64 cv) e, mesmo ao rodar só com gasolina na versão VHC, manteve a taxa daquele combustível (12,6:1), que é extremamente alta para a gasolina, mas bem adequada ao álcool. Assim, o VHC já nasceu pronto para ser flexível, bastando receber partida a frio, reprogramação eletrônica e outros detalhes.

Mesma potência, torque só 2% maior: nem dirigindo o
motorista nota que o Celta agora pode rodar com álcool

Segunda, que — justamente pela taxa de compressão — a GM enfrenta com o VHC problemas de detonação, comuns no Canal Direto do BCWS. Pode até haver relação com o uso de gasolina adulterada, mas o fato é que o motor é bem mais vulnerável a esse fator por trabalhar com tanta compressão. Com o uso de álcool, a questão está resolvida.

De acordo com José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM, a demora deveu-se à pequena vantagem tributária para os flexíveis de 1,0 litro — conclui-se que a isca deve agradar ao pescador e não ao peixe. Isso explica por que o preço subiu: o Super de três portas passou de R$ 25.666 para R$ 26.051 (1,5% a mais) na compra em concessionária. O básico Life sai por R$ 24.264. A GM diz que o motor a gasolina continua por enquanto, o que se entende pela verdadeira guerra de preços travada nesse segmento. Continua