

O posto do motorista não
parece o de um utilitário, com painel funcional e acabamento típico de
carro de luxo


Os quatro principais
ocupantes têm espaço e conforto, mas não os dos bancos adicionais, de
acesso difícil



Pela tela no painel e o botão
junto ao câmbio controlam-se várias funções, como os ajustes de
suspensão, e o monitor torna-se uma câmera para orientar manobras |
O
segundo banco possui ajuste longitudinal e, como os traseiros, pode ser
rebatido para ampliar o compartimento de bagagem a até 2.035 litros. Com
cinco lugares em uso são 775 l, a maior capacidade da classe, e com sete
ainda restam bons 330 l. Como nos sedãs A6 e
A8, numerosas funções são controladas pela
central MMI, MultiMedia Interface, que usa um único comando no console e
apresenta as informações em uma ampla tela no painel central. O requinte
técnico chega à indicação de pressão e temperatura de cada pneu.
Como se espera, o Q7 é farto em itens de conforto e conveniência. Vem
com acesso e partida sem chave (basta mantê-la consigo, como no bolso),
ar-condicionado com quatro áreas de ajuste, teto solar de grandes
dimensões (opcional), ajustes elétricos dos bancos dianteiros (incluindo
apoio lombar) e do volante, pára-sóis duplos (ideais para percursos
sinuosos) e sistema de áudio Bose com toca-CDs para seis discos no
painel. Entre os opcionais estão
controlador de velocidade ativo (que pode ser usado de 0 a 200 km/h
e custa R$ 12.360!), engate para reboque com acionamento elétrico,
sensores auxiliares de estacionamento
à frente e atrás, levantamento elétrico da tampa traseira e dois
recursos que merecem menção especial.
Um deles, o Side Assist ou assistência lateral (R$ 3.910), monitora as
áreas próximas ao carro e alerta o motorista sobre a presença de
veículos em posições de risco potencial. Se um carro vem pela faixa à
esquerda para ultrapassar o Q7, por exemplo, um sinal de luz no
retrovisor esquerdo acende-se. Caso o motorista do Audi dê seta para
esse lado, a luz no espelho passa a piscar como alerta para que não se
mude de faixa. Outro destaque é a câmera traseira para orientar manobras
(R$ 3.400). Além de mostrar na tela do painel o que se passa atrás do Q7,
o sistema auxilia efetivamente o motorista ao exibir duas projeções: uma
retangular, que mostra o espaço a ser ocupado pelo carro, e outra com
faixas, que correspondem à direção dos pneus. Em uma baliza, por
exemplo, as faixas mostram se o movimento do volante está adequado à
direção pretendida. Sensacional.
O utilitário conta ainda com sistema de alerta de colisão, uma primazia
na marca, com alcance de 180 metros. Se houver risco de acidente com o
veículo à frente, o sistema avisa o motorista com alertas sonoro e
visual, em um primeiro estágio. Caso ele não reaja, os freios geram um
solavanco para chamar sua atenção. De resto, a dotação de segurança é
completa, com faróis autodirecionais
de xenônio (baixos e altos),
controle de estabilidade, cinto de três
pontos nos sete lugares, ancoragem Isofix
e oito bolsas infláveis — duas frontais, quatro laterais
inferiores e duas cortinas em toda a área envidraçada lateral.
Injeção e
suspensão
Embora possua o mesmo motor básico do Touareg, o Q7 usa uma versão com
injeção direta, que permite a alta taxa de compressão de 12,5:1 (a Audi
garante que ela trabalha com mistura estratificada, apesar do alto teor
de enxofre da gasolina brasileira; saiba mais).
O resultado é um ganho de potência e torque, que passam de 310 cv e 41,8
m.kgf para 350 cv e 44,9 m.kgf. A empresa informa velocidade máxima de
248 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, marcas que não se
vêem todo dia em um veículo de 2.240 kg. Na Europa é oferecido também um
V6 turbodiesel de 3,0 litros, com 233 cv e 51 m.kgf.
Com seis marchas no câmbio automático Tiptronic, cujas mudanças manuais
podem ser feitas no volante, o Q7 traz a conhecida tração integral
Quattro, dotada de um diferencial central
autobloqueante sensível ao torque. A repartição de força, de 40% à
frente e 60% à traseira em condições normais, varia conforme a aderência
de cada eixo. Caso ambos percam tração, entra em ação um controle por
meio dos freios. Estranhamente não há reduzida, presente no Touareg. A
suspensão usa muitos componentes (braços,
subchassis e estabilizadores) de alumínio, a direção conta com o
controle eletrônico Servotronic e os pneus são superlativos: 265/50-19
de série, com opção por 275/45-20. Em declives íngremes em baixa
velocidade, os freios encarregam-se de conter a velocidade, sendo
dispensado o uso do pedal.
Continua |