Outro ponto alto desse Audi é a suspensão com molas pneumáticas (a ar) e altura regulável, de modo a ajustar o vão livre do solo entre 165 e 240 mm (no Touareg chega a 300 mm). Pela central MMI e sua tela no painel, o motorista escolhe entre cinco opções: modos dinâmico, automático e conforto (do mais firme ao mais macio), programa fora-de-estrada (com 25 mm a mais que o nível normal, podendo ser usado até 100 km/h) e a posição de altura máxima (Lift). Pode-se também rebaixar a traseira por um simples comando, para fácil carregamento do compartimento de bagagem.

Infelizmente, pouco desse completo aparato pôde ser avaliado pelos jornalistas, pois a Audi limitou a condução do Q7 a um trecho fora-de-estrada severo, com desníveis acentuados. Foi possível, de qualquer modo, constatar o elevado conforto de rodagem, que não chega a se perder no modo Lift da suspensão — os ruídos de pancadas dos pneus contra o solo, porém, sinalizam que nessa posição o amortecimento é bem mais firme que no modo fora-de-estrada. Trechos irregulares em subida mostraram a boa capacidade de tração, embora o piso estivesse seco, e os obstáculos na transversal puseram à prova o vão livre do solo e o curso das suspensões.

Na prática, essa demonstração de capacidade fora-de-estrada não fará muita diferença para o público-alvo do utilitário esporte, que em geral busca um veículo confortável e imponente para o uso em asfalto ou, quando muito, em acessos a sítios. Por isso, teria sido essencial a Audi propiciar uma avaliação em condições mais usuais — o que talvez não tenha sido possível com os carros disponíveis, emplacados na Alemanha.

Mesmo sem exibir suas credenciais, o Q7 deixou ótima impressão. É claramente uma versão mais refinada do Touareg, com ganhos em espaço, luxo e potência, além de um emblema de grande prestígio e um pacote de soluções de tecnologia invejável. A espera de tantos anos por um utilitário esporte da Audi foi certamente compensadora.