Dois fatores concorrem para essa impressão: o emprego de uma turbina de baixa inércia e menor pressão máxima, que "sopra" já em baixos regimes, e a grande suavidade de funcionamento do motor de cinco cilindros e 2,0 litros, o melhor da Volvo nesse aspecto (saiba mais sobre técnica), que leva o motorista a não perceber o uso de rotações mais altas pelas "reclamações" do motor.

Assim, a versão de entrada anuncia velocidade máxima de 210 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 9,8 s (contra 240 km/h e 9,5 s da T5), marcas que indicam um bom dimensionamento do motor para o veículo. Por seu porte não se espera um baixo consumo, mas o índice médio declarado pelo fabricante, 9,6 km/l, poderia ser melhor do que o da versão mais potente.

Toda V70 possui transmissão automática, mas não são todas iguais. Na T5 vem a caixa Geartronic, que permite operação manual seqüencial, recurso ausente do câmbio (também de cinco marchas) da 2.0T. Como não se trata de um esportivo, a desvantagem aparece mais em descidas de serra acentuadas, em que não é tão prática a seleção de uma marcha inferior -- mas a operação manual habilita retomadas em rotação baixa com acelerador a fundo, condição de menor consumo. De resto, a mesma suavidade nas trocas e boa resposta ao acelerador.

As suspensões são semelhantes, com um rodar confortável e seguro, chegando a surpreender nas curvas rápidas pelo tamanho e peso da perua. A ausência do controle de estabilidade não será percebida pela maioria dos usuários, tal a facilidade de conduzi-la com vigor. A V70 passa por lombadas sem problemas e freia muito bem, no que também contribuem os ótimos pneus Michelin Pilot HX. Poderiam ser melhores os faróis, que nem superfície complexa utilizam.

Pagar R$ 42 mil a menos por um produto ainda bem-equipado e agradável de dirigir, que não passa a menor sensação de versão despojada, parece mesmo um caso a se pensar.