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Um coreano que promete

Desenho arrojado e comportamento de automóvel são
os trunfos do Santa Fe, novo SUV da Hyundai

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: Oswaldo Palermo

Era natural: depois de décadas dirigindo caminhõezinhos travestidos de carros de luxo, os compradores de utilitários-esporte (SUVs) um dia exigiriam a suavidade de rodagem e o comportamento dinâmico de um bom automóvel. A tendência já estava evidente em modelos de prestígio, como Mercedes Classe M e BMW X5, e em outros também caros, como o novo Mitsubishi Pajero Full (leia avaliação). A boa notícia é que agora há uma opção pouco mais acessível no segmento: o Hyundai Santa Fe.

O desenho criado pelo estúdio californiano da marca foi bem-sucedido: o Santa Fe é moderno, atraente e tem personalidade diante dos concorrentes

O primeiro SUV do fabricante sul-coreano no Brasil (o Galloper era vendido como produto Asia) custa R$ 106 mil -- competitivo com o Toyota Hilux SW4 V6, embora mais caro que o Mitsubishi Pajero Sport V6. Chega este mês em versão única, com motor V6 a gasolina de 2,7 litros, câmbio manual-automático (denominado H-Matic) de quatro marchas, tração integral permanente, ar-condicionado automático, teto solar de comando elétrico, revestimento dos bancos em couro, freios com sistema antitravamento (ABS) e bolsas infláveis frontais.

O Santa Fe tem pelo menos dois trunfos: o desenho moderno e arrojado e a concepção mecânica de automóvel, com estrutura monobloco e suspensão traseira independente, esta exclusiva em sua faixa de mercado -- à exceção de utilitários compactos, como Toyota RAV4, de segmento inferior. Não é para menos: sua base é um sedã de luxo, o Sonata, e não um picape.

Detalhes inspirados, como o puxador da tampa traseira, e práticos, como
o mostrador com bússola, barômetro e altímetro, mostram um bom projeto

Desenhadas pelo estúdio da marca na Califórnia, Estados Unidos, as formas do Santa Fe impressionam e devem cativar à maioria. Pára-choques encorpados, pára-lamas "musculosos" e linhas sinuosas compõem em estilo robusto e moderno, que certamente motivará a escolha de muitos compradores. Os faróis principais e de neblina são de superfície complexa -- mas não há luz de neblina traseira, apesar do local previsto no pára-choque -- e há detalhes inspirados, como o puxador da tampa do porta-malas.

O ambiente interno corresponde às expectativas, com destaque para a integração entre painel e portas (os difusores de ar são montados nelas) e o revestimento dos bancos em couro creme ou cinza-claro, muito mais adequado a nosso clima que o preto. A posição de dirigir é alta e confortável, com dupla regulagem de altura do assento e ajuste do apoio lombar, embora o de inclinação do encosto não seja contínuo. Há quatro porta-copos no interior e bom espaço para objetos.

No interior agradável, bancos e volante revestidos em couro claro, painel bem desenhado e controle de velocidade com comandos no volante

O painel, simples e fácil de ler, traz luz indicadora de portas mal fechadas e um peculiar mostrador que aponta a marcha utilizada mesmo operando em modo automático, quando a alavanca não é movida. No alto do console, um mostrador digital reúne barômetro, altímetro e bússola, e o volante traz comandos do controle automático de velocidade.

O banco traseiro padece do assoalho alto, comum em utilitários, mas é cômodo e pode ser bastante reclinado. Haveria mais espaço para cabeça se o forro do teto não fosse prejudicado pelo teto solar, e bem poderia vir com cintos de três pontos e encostos de cabeça para os três passageiros. O porta-malas tem capacidade declarada de 850 litros, rede para retenção de objetos, tomada de energia 12V e porta-objetos inferior. O estepe é externo, por baixo do assoalho, e o vidro traseiro pode ser aberto em separado.
Continua

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