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Motor boxer, tração integral e outras raras soluções fazem do Subaru Legacy um sedã diferente, mas o preço está alto demais

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Num mundo com tantas marcas e modelos de automóveis, é interessante notar como certos fabricantes possuem um modo específico de desenvolver seus produtos. Se um Volvo é focado na segurança e um Alfa Romeo na esportividade, a japonesa Subaru parece fabricar carros para engenheiros, tamanha sua obsessão por conceitos técnicos aos quais 99% dos compradores estão totalmente alheios.

Basta uma olhada pela ficha técnica do Legacy GX, que o Best Cars Web Site avaliou, para constatar que um Subaru é mesmo diferente. Para começar, seu motor é boxer, configuração de cilindros opostos rara hoje, embora notabilizada pelos Porsches 911 e Boxster, o Fusca e seus derivados. Em segundo lugar, toda a linha vendida no Brasil possui tração integral permanente, que poucos concorrentes oferecem e apenas em versões de topo. E há ainda recursos exclusivos da marca, como o Hill Holder (saiba mais sobre técnica).

A terceira geração disponível no Brasil, lançada no ano passado, traz faróis com dois refletores sobrepostos, maior distância entre eixos e saias laterais, que compõem um ar esportivo
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Lançado em 1989, o Legacy chegou ao Brasil em 1993, duas gerações atrás da atual. Uma nova carroceria veio na linha 1995 e foi amplamente revista no modelo 2000, com aumento do entreeixos e adoção de nova suspensão traseira. Assumiu também um ar mais europeu, com o abandono dos faróis de perfil baixo tipicamente orientais. A versão GX, topo de linha, vem com motor de quatro cilindros, 2,5 litros, 16 válvulas e 156 cv -- a outra, GL, traz um 2,0 16V de 125 cv. O equipamento de série é farto (veja relação), restando apenas transmissão automática como opcional.

Suas linhas não seduzem, mas são atuais e de boa presença. Além dos faróis, em que os dois refletores de superfície complexa estão sobrepostos, a reforma incluiu lanternas traseiras que se ligam por cima da placa, pára-choques com laterais largas e saias laterais, que contribuem para um ar esportivo, ao lado das rodas de 15 pol. Como é comum em carros japoneses, a linha de cintura e a base do pára-brisa são baixas, permitindo ao motorista ver o capô mesmo sentado em posição inferior.

Clique para ampliar a imagem Embora não entusiasmem, as linhas do Legacy são atuais e de boa presença. Mas é sob a carroceria que estão destaques deste Subaru, como a tração integral permanente e o motor boxer de 156 cv

Abertas as portas, outro detalhe raro, mas comum nos Subarus: as janelas não possuem molduras, criando um ar de cupê quando abaixadas. Certo ruído de vento seria esperado por conta dessa opção, mas no carro testado (com 13 mil km) eles não ocorriam. O interior traz bancos, volante e pomo do câmbio revestidos em couro e apliques no painel que imitam madeira escura. Como as externas, as formas não inspiram grande sofisticação, chegando a desagradar em pormenores como os botões sem função espalhados pelo painel. Mas, no geral, o Legacy transmite sensação de um produto bem feito.

Os ajustes do banco seguem o padrão japonês, com alavanca para o encosto e o apoio lombar, mas botões giratórios para a altura e inclinação do assento. Permitem boa posição de dirigir, mas controles elétricos seriam de bom tom nesta faixa de preço. O painel tem instrumentos amplos, de fácil leitura, e inclui indicação individual de portas abertas e marcador de combustível sempre ligado, uma conveniência. Não procure, porém, por ajuste interno dos faróis, computador de bordo, temporizador dos comandos dos vidros ou mesmo um simples espelho no pára-sol do motorista.

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O interior é simples e funcional, com boa posição de dirigir, acabamento correto e bom espaço, inclusive para objetos. Mas a Subaru deveria providenciar itens como computador de bordo, temporizador dos comandos de vidros e um singelo espelho de cortesia no pára-sol do motorista, ausências sentidas em um carro deste padrão

Amplo (4,60 metros) e com o bom entreeixos de 2,65 metros, o Legacy é espaçoso e confortável para quatro pessoas -- já o quinto ocupante padece do encosto incômodo e do elevado túnel central de transmissão. O banco traseiro possui três encostos de cabeça e cintos de três pontos, mas não pode ser rebatido: o acesso ao porta-malas é feito apenas pelo apoio de braço central. O compartimento é amplo, 464 litros, e traz o estepe (com roda de aço) no assoalho, deixando a desejar no acabamento das laterais. Continua

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