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Caçula vitaminado

Menor carro da Ford, o Ka evolui em desempenho
com motor Rocam, mas peca em acabamento

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Tanto na Europa, onde foi lançado no Salão de Paris de 1996, quanto no Brasil, onde chegou apenas seis meses depois, o Ka sempre ficou devendo um motor atualizado e de bom desempenho, à altura de suas linhas ousadas (e polêmicas) e do ótimo comportamento dinâmico. Essa carência acabou: com o motor Zetec Rocam 1-litro fabricado em Taubaté, SP, o Ka abandona o veterano Endura-E (de 1 e 1,3 litro) importado da Espanha e ganha a vitalidade que faltava.

Só o logotipo GL, o adesivo no vidro e o tom fumê de parte das lanternas diferenciam o Ka com motor Zetec Rocam de seus antecessores
De início apresentado como um pequeno de luxo, o Ka foi reposicionado como produto de entrada da Ford no Brasil. Hoje, mesmo com motor mais potente que o 1,3 da época (65 contra 60 cv), custa a partir de R$ 14.470, menos que as versões básicas do Corsa, Gol, Palio, Clio e do irmão Fiesta (preços sugeridos pelos fabricantes). O acabamento GL Image, que o Best Cars avaliou por cerca de 1.200 quilômetros, começa em R$ 17.880 e chega a R$ 19.620 (confira os equipamentos de série e opcionais). Há ainda a série Tecno, a R$ 17.875.

Suas linhas perderam impacto nestes três anos, mas ganharam a simpatia de parte do público que o rejeitou no início. O Ka nacional, aliás, foi o primeiro do mundo a ter os pára-choques pintados na cor da carroceria, solução que vai contra a proposta de reparação mais barata -- pois são divididos em três segmentos -- do projetista Claude Lobo. Merecem destaque os faróis, que inauguraram no País a tecnologia de superfície complexa e adotam refletores duplos, com ótimo resultado. Há também repetidores de luzes de direção nas laterais e terceira luz de freio.

As linhas ousadas perderam impacto durante estes três anos, mas conquistaram parte do público que as rejeitou no início
Internamente, como todo Ford, o Image agrada pelo revestimento dos bancos, mas o acabamento geral deixa a desejar, seja pelos materiais, seja pela montagem. O carro avaliado tinha alguns componentes plásticos e carpetes se soltando e vários ruídos e chiados. As colunas centrais e traseiras e parte das portas deixam aparente a carroceria, e o ruído do fechar das portas denota pouco uso de forrações internas.

No porta-malas -- bastante pequeno, com capacidade declarada de 186 litros -- a situação é ainda pior: um reles carpete solto cobre o assoalho, enquanto as laterais metálicas e até o macaco ficam à vista. A Ford poderia caprichar um pouco mais, mesmo nessas partes vistas com menor freqüência. O estepe externo, sob o assoalho, recomendaria uma janela para verificação da pressão, como no BMW Z3.

Porta-malas bem pequeno, para 186 litros, e apenas três portas: limitações diante da concorrência no segmento um-litro

A altura fixa dos bancos -- ao contrário do Ka europeu -- e do volante faz com que este fique um pouco alto, mas a posição de dirigir satisfaz. É adequado o espaço para o pé esquerdo. Poderia, contudo, haver apoio lombar mais intenso no encosto, para afastar a fadiga em percursos longos. O painel é bem "limpo", trazendo controles apenas para ventilação, e seu formato "caindo" para o console permanece interessante.

Os instrumentos resumem-se a velocímetro, marcador de combustível (sempre ligado, fator de conveniência) e o elegante relógio central, todos com fundo branco. Em vez do termômetro do motor existe uma luz-piloto, testada na partida como convém. Além das bolsas nas portas -- arredondadas, como quase tudo dentro do Ka -- há pequenos compartimentos para chaves e copos, um porta-objetos moldado no carpete do console e outro na lateral traseira, onde vai o manual. No que seria o porta-luvas, no painel, mal cabem os documentos...

Volante fixo fica um pouco alto em relação ao assento (também sem ajuste de altura), mas a posição de dirigir ainda é boa. Revestimento dos bancos agrada, como em todo Ford
Como detalhes positivos, as portas são travadas pela própria maçaneta, a luz interna permanece acesa se uma delas estiver mal fechada, e uma pintura serigrafada no pára-brisa faz as vezes de faixa degradê, protegendo um pouco do sol frontal.

Para quatro

Assim como o Renault Twingo, seu mais direto concorrente, o Ka é homologado como um quatro-lugares e não pode, legalmente, levar um quinto passageiro. Essa limitação deve ser bem explicada pela concessionária, sob risco de se levar um carro inadequado e só descobrir depois da compra. Continua

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