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Coração fortalecido

A família Palio ganha um motor de 1,25 litro moderno
e eficiente, em reformulação que incluirá a versão 1-litro

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Os maiores problemas da mecânica básica (1 litro) da família Palio, como reduzida durabilidade da correia dentada do comando de válvulas, consumo incoerente com a cilindrada (item mais criticado pelos proprietários -- saiba mais) e torque modesto em baixa rotação, estão chegando enfim a uma solução. Apresentado de início com 1,25 litro e 16 válvulas, a que se seguirá versão 1-litro no próximo ano, o novo motor Fire vem fortalecer o hatch, o sedã Siena e a perua Weekend.

Fire é sigla para Fully Integrated Robotized Engine, mas a produção nacional menos automatizada que a européia levou a Fiat a não destacar esse significado
Comercialmente arredondado para cima (1,3 litro), como ocorreu com o 1,75 do Marea SX e Brava HGT que passou a 1,8, o Fire reabre o segmento de cilindrada intermediária, um dia ocupado pelos motores 1,3 e 1,4 da Ford, 1,4 da GM e 1,3 da própria Fiat. Com a descontinuação desses, criou-se uma lacuna entre os 1-litro e os 1,6, que a marca agora espera preencher.

E o faz com tecnologia avançada, sendo o acelerador eletrônico (drive by wire) o ponto de destaque. Redução de peso em 20% é outro trunfo do Fire (saiba tudo sobre seus recursos no Comentário Técnico). A palavra, além de "fogo" em inglês, é sigla para Fully Integrated Robotized Engine, ou motor robotizado totalmente integrado. Como o significado se aplica melhor ao sistema de produção automatizado europeu, não foi divulgado no Brasil.

Adesivo na traseira, soleiras entre-eixos e logotipos "Fire 16V" nos pára-lamas identificam a nova motorização de 1,25 litro
Lançado no Punto italiano no início de 1997, este motor é uma evolução da conhecida unidade de 1.242 cm3 e oito válvulas, utilizada até mesmo pela Palio Weekend brasileira quando exportada para a Europa. Lá, mesmo com taxa de compressão mais baixa que a do nacional, o Fire 16V atinge 86 cv a 6.000 rpm. Para o Brasil foi "amansado", em função das peculiaridades de nosso tráfego -- nervoso em cidade, lento em estrada.

A potência máxima obtida, 80 cv a 5.500 rpm, pode não impressionar: são apenas 10 cv a mais que o Volkswagen 1-litro de 16 válvulas, numa potência específica de 64 cv/l. O mais importante é o torque (máximo de 12 m.kgf a 4.000 rpm) e a forma como ele se manifesta: segundo a Fiat, 80% estão disponíveis já a 1.500 rpm e 90% a 2.000 rpm, permanecendo a curva quase plana até 5.000 rpm. É esse torque que faz toda a diferença em relação aos anêmicos 1-litro.

Linhas do Palio, ainda agradáveis, permanecem até meados de 2001, quando se aproximarão das do Punto italiano

Além de um desempenho próximo aos dos motores 1,6 de oito válvulas, com aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 12,1 segundos, o Fire teve como meta reduzir o consumo de combustível, "calcanhar de Aquiles" do motor menor da Fiat. Pelos números de fábrica, os três modelos da família -- o que é curioso, pelas características distintas de peso e aerodinâmica -- obtêm 11,9 km/l em percurso urbano e 17,8 km/l em rodoviário, este um índice melhor que o do próprio 1-litro.

Pode-se esperar ainda que, pelo torque bem distribuído, o 1,25 consiga marcas mais próximas a estas no uso prático, o que não acontece com o motor menor porque o usuário tende a exigir mais do acelerador. Continua

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