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O Best Cars dirigiu o Palio Fire (apenas o hatch estava disponível) por cerca de 70 km em Bertioga, no litoral paulista, e gostou do que viu. O motor gira macio em qualquer regime e tem um ruído discreto e agradável, em oposição ao verificado no 1,6-litro de oito válvulas. O bom torque fica evidente na primeira saída, em que não se precisa segurar a embreagem ou acelerar mais fundo para entrar rápido no fluxo de trânsito.

Logo ao sair com o novo Palio já se nota a suavidade e o torque bem distribuído. O acelerador eletrônico evita trancos ao acelerar ou tirar o pé bruscamente
O acelerador eletrônico traz ganhos em conforto, por evitar trancos e oscilações quando se tira o pé ou se acelera rapidamente. A relação final de quinta marcha não é muito curta, gerando cerca de 3.200 rpm a 100 km/h. Nas velocidades de viagem de hoje, como 130 km/h, o motor gira perto de 4.000 rpm sem incomodar. Em ultrapassagem mais apertada é possível levá-lo perto de 7.000 giros, invadindo a faixa vermelha do conta-giros -- ainda assim, sem vibrações ou ruídos anormais.

Outras qualidades conhecidas do Palio são mantidas, como o bom comando de câmbio, comportamento dinâmico adequado e amplo espaço interno. Poderia, contudo, haver ajuste de altura do banco, alto demais para alguns gostos.

O Fire chega nas versões ELX do Palio de três e cinco portas, da Weekend e do Siena. A meta da Fiat é que o novo motor represente 20% das vendas, assumindo parte do mercado do 1-litro. O 1,6 de oito válvulas é que deve ser mais prejudicado, pois custa mais e não oferece vantagem significativa, exceto em velocidade máxima -- apenas 168 km/h no Fire, contra 179 km/h desse motor de 92 cv.

Além dos instrumentos de fundo claro, como no 1,6 16V, o Fire adota pomo do câmbio e parte do painel em prata: efeito discutível
Por fora, além dos logotipos nos pára-lamas e adesivo no vidro traseiro, o Palio renovado se identifica pelas soleiras entre eixos e pela pintura de retrovisores e maçanetas na cor da carroceria. Internamente foram adotados conta-giros, instrumentos de fundo cinza -- que parecem escuros à noite, como no 1,6 16V -- e acabamento cinza no pomo do câmbio, parte central do painel e saídas de ar. De gosto discutível, pode lembrar plástico desbotado pelo sol. À noite, com alguma força de vontade, parece alumínio.

Direção assistida, encostos de cabeça e cintos de três pontos na traseira, controles elétricos de vidros dianteiros e travas são os principais equipamentos de série. A lista de opcionais compreende freios antitravamento (ABS), duas bolsas infláveis, ar-condicionado, toca-CD, volante ajustável, imobilizador e rodas de alumínio.

E o preço? A Fiat definiu um patamar intermediário entre os ELX de 1 e 1,6 litro, colocando o hatch cinco-portas em R$ 20.730, o Siena em R$ 21.950 e a Weekend em R$ 23.790. O concorrente mais direto é o Fiesta GLX 1,6, de 95 cv, que sai por R$ 20.845 -- curiosamente, a marca só incluiu modelos GM e VW na comparação de preços, ao apresentá-lo à imprensa.

Comentário técnico

Fruto de um investimento de US$ 500 milhões na nova fábrica em Betim, MG, o motor Fire traz recursos de tecnologia interessantes:

* Acelerador eletrônico (drive by wire): um motor elétrico substitui o cabo de aço convencional no acionamento da borboleta de aceleração. A central eletrônica analisa informações do sistema e também do sensor de embreagem para comandar a abertura da borboleta, com ganho em suavidade. No Brasil era usado apenas no motor turbodiesel do Dodge Dakota. Em importados equipa, por exemplo, Audi TT, BMW Série 5 e Alfa Romeo 166.

* Sub-bloco: o bloco do motor é composto de duas partes, uma superior em ferro fundido e outra inferior em alumínio, na qual estão os mancais de apoio do virabrequim. O cárter, contudo, é de aço.

* Taxa de compressão elevada: enquanto toda a linha recorre à Magneti Marelli como fornecedor de injeção e ignição, o Fire utiliza Bosch. Sua injeção é seqüencial, como a do 1,6 16V, e inclui sensor de detonação. Com essa proteção (saiba mais), a taxa de compressão, 10,2:1, é a mais alta da linha em motores a gasolina -- o que por si só traz ganho em torque, potência e consumo. Nos demais (de 1 e 1,6 litro, com 8 e 16 válvulas) oscila entre 9,35 e 9,5:1. Continua

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