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Disputa entre classes

A mesma base, versões extremas: as diferenças
entre o Mercedes A 160 Classic e o A 190 Elegance

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Depois de um começo tímido, com vendas bem abaixo das expectativas, a Mercedes-Benz mostra que quer pôr para andar o Classe A. Para atender ao discutível gosto do brasileiro por transmissões curtas, que trazem maior agilidade nas retomadas de velocidade sem redução de marcha, o A 160 teve o câmbio encurtado e ainda ganhou 3 cv de potência, aumento não mais penalizado pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI -- saiba mais). E, para os mais exigentes, há o novo A 190, de 1,9 litro e 125 cv -- um canhãozinho.

Para analisar as novidades, optamos por uma avaliação paralela -- e não só dos motores. Nosso A 160 era uma versão básica, Classic, apenas com ar-condicionado, rádio/toca-fitas e alarme opcionais. O preço de R$ 33.120 passa, assim, a R$ 36.805. Já o A 190 analisado era um Elegance com embreagem automática (sistema AKS). O preço básico de R$ 38.568 foi a R$ 40.498 -- uma diferença de 10% sobre o Classic avaliado.

Clique para ampliar A versão básica custa R$ 33.120 e não traz ar-condicionado de série. Dotação de itens de segurança é o destaque do A 160 Classic
O estilo diferente do Classe A, que já ganhou a simpatia de muitos, continua chamando atenção nas ruas. Seus pára-lamas dianteiros e a quinta porta são confeccionados em plástico flexível, ideal para absorver pequenos impactos. As diferenças entre as versões não são extensas -- rodas e calotas, lanternas traseiras, grade e retrovisores, a cor de alguns detalhes e, no caso do A 190, friso lateral --, mas o bastante para tornar o Elegance bem mais agradável. Até os ótimos faróis de duplo refletor, com faróis de neblina incorporados (há luz traseira para o mesmo fim), são iguais em ambas.

No interior é que aparecem as maiores diferenças. Além do acabamento mais simples, no Classic paga-se à parte o ar-condicionado, regulagem de altura do volante e controles elétricos de vidros traseiros, com
função um-toque e proteção antiesmagamento -- todos de série no Elegance. Apenas neste, e como opcional, o banco traseiro e o dianteiro direito podem ser removidos, fator importante para quem pretende transportar objetos volumosos.
Mais potente e equipado, o A 190 Elegance sai por R$ 38.568, podendo receber disqueteira, embreagem automática e outros opcionais Clique para ampliar
O restante se eqüivale, o que significa que o mais barato Classe A já vem bem-equipado (veja relação de equipamentos e opcionais). Há o detalhe charmoso dos ponteiros do painel que se escondem quando desligados, as luzes de estacionamento esquerda/direita (pode-se manter acesas apenas as do lado do tráfego), as práticas maçanetas cromadas, de fácil localização à noite (um anel em torno do miolo de contato tem o mesmo fim), o interruptor de travamento central das portas -- que se trancam logo ao começar a rodar, item de segurança pessoal que deveria estar em todo automóvel.

Detalhes de conveniência incluem espelhos em ambos os pára-sóis, indicador da temperatura externa, dois porta-copos e controle automático de temperatura do ar-condicionado. Um sistema de gerenciamento indica o momento da manutenção e altera seu intervalo de acordo com o estilo de condução (revisões e trocas de óleo são antecipadas em uso intenso ou descuidado). Até o extintor de incêndio foi montado em local adequado, sob o banco do motorista.
Apenas o logotipo na traseira e, no caso do Elegance, o friso lateral identificam o motor de 1,9 litro e 125 cv -- poderia haver mais individualidade nestas novas versões do Classe A

O retrovisor esquerdo é biconvexo, excelente em acessos a vias em ângulo. Um alarme sonoro indica a partida com porta do motorista mal fechada e, estando aberta qualquer porta, a luz interna permanece acesa. O rádio/toca-fitas, de boa qualidade de áudio, desliga-se junto da ignição e pode ser ligado novamente. Há ainda uma elevação do volume de acordo com a velocidade do carro, que consideramos desnecessária -- deveria ser possível desligá-la.

O banco traseiro oferece três encostos de cabeça, mas o passageiro central não conta com cinto de três pontos. Outras carências em ambos são termômetro do motor, ajuste elétrico dos faróis e função uma-varrida do limpador de pára-brisa -- excelente, por sinal, com suas palhetas que varrem em sentidos opostos. Também seria desejável que os puxadores das portas ficassem mais atrás, para reduzir o peso ao fechar e evitar que se fechem mal, como aconteceu dezenas de vezes durante a avaliação. Este problema, aliás, estende-se ao capô. E a recepção de rádio não é das melhores.

Painel é o mesmo para toda a linha, sem marcador de temperatura, mas bem legível. O Elegance (foto) não traz mais revestimento em couro do painel, volante e bancos
A posição de dirigir em nada lembra as minivans a que muitos comparam o Classe A: o volante fica perto da vertical e o banco pode ser bem abaixado em relação em piso, mas nesta condição pode faltar apoio lombar porque o encosto tem altura fixa. Um ponto alto é a posição relativa entre volante, banco e pedais, além da centralização destes, rara em carros pequenos. Pena que o Elegance tenha perdido o revestimento em couro (opcional) para bancos, volante e painel, que existia no modelo 2000. Continua

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