Cuidar da
lubrificação é tão importante para o motor quanto a circulação
sanguínea é para você: o óleo lubrificante deve garantir a
redução do atrito entre as peças internas do motor, além de
contribuir para refrigerá-las através da troca de calor e para
evitar sua oxidação.
Dos espirros à bomba Nos
primeiros automóveis, bastava existir um reservatório de óleo (o
cárter) no qual o virabrequim mergulhava durante o funcionamento: o
atrito gerava espirros que lubrificavam o motor. Os novos regimes de
trabalho, porém, logo exigiram a evolução para os
"pescadores" e mais tarde para a atual bomba de óleo, que
conduz o lubrificante para canais que o levam aos pistões, válvulas,
comando e outros componentes.
Viscosidade O
óleo se torna menos espesso, ou viscoso, quanto mais alta a
temperatura em que trabalha. Nos motores antigos usava-se óleo monoviscoso,
ou seja, destinado a certa faixa de variação de temperatura -- por
exemplo, um óleo 20W ou 40, em que W significa winter,
inverno. Há décadas, porém, o padrão passou aos multiviscosos,
que podem atuar com um 20W ou um 40, por exemplo, de acordo com a
necessidade -- daí a especificação 20W40. Quanto mais baixo
o primeiro valor, melhor a lubrificação em tempo frio e no momento
da partida; quanto mais alto o segundo número, maior a
proteção em alta temperatura ambiente ou do motor.
Classes API
Outra classificação do
lubrificante é a determinada pelo API, American Petroleum
Institute: iniciada em SA, passou a SB, SC, SD e assim por diante,
cada uma representando maior grau de proteção e aditivação que a
anterior. Mesmo em um carro de 10, 15 ou 20 anos atrás, procure
utilizar óleos de classificação API elevadas, como SH e SJ:
lubrificação nunca é demais.

Os sintéticos
Óleos sintéticos são aqueles
desenvolvidos em laboratório e não por derivação do petróleo.
Apresentam grande poder de limpeza e proteção contra atritos, mas
custam bem mais. Há também os semi-sintéticos, ou de base
sintética, a preço intermediário. Se o fabricante recomenda para
seu carro um desses tipos de óleo, não use os comuns (minerais), a
menos em emergência. Neste caso, reduza o prazo entre as trocas pela
metade. Se o motor, por outro lado, deve usar mineral e você preferir
o sintético, pode dobrar o prazo entre trocas sem riscos --
lembrando-se, claro, de manter o nível e trocar o filtro de óleo no
prazo recomendado. |

O prazo correto Não
é pouco o que se troca de óleo sem necessidade no Brasil. Muitos
pensam conseguir maior vida útil do motor abreviando o prazo entre as
substituições. Sabe-se de motores atuais, utilizados normalmente,
que superaram 300.000 km sem retífica, nunca trocando o óleo antes
do prazo determinado pelo fabricante. Siga a indicação do manual do
proprietário e fique tranqüilo.
Mantenha o nível Seu
carro consome óleo entre as trocas? Muitos donos não sabem responder
-- e chegam a rodar abaixo do nível mínimo indicado na vareta,
expondo o motor a desgastes, sobretudo pela menor dissipação de
calor. Saiba que alguns motores podem consumir até um litro a cada
1.000 km sem que o fabricante considere anormal -- e acontece mesmo,
sobretudo em motores novos. Se o de seu carro for um deles, esperar 10
ou 20 mil km para a troca, sem verificar o nível regularmente, pode
causar uma má surpresa.
Medição: aguarde
Medir o nível de óleo logo
após o motor ser desligado, como fazem muitos frentistas, é um erro:
parte dele está ainda junto dos componentes e não desceu para o
cárter. Uma leitura incorreta, que indique a menos, pode levá-lo a
adicionar óleo sem necessidade e, pior, fazer exceder o nível
máximo: o excesso deverá ser queimado pelo motor, produzindo
poluição e até prejudicando o catalisador.
O ideal é medir com o motor frio, antes da primeira partida, ou
alguns minutos após desligá-lo a quente. E com o carro em piso
plano.
Vai um aditivo, doutor?
A pergunta é comum nos postos,
mas pense duas vezes. Os lubrificantes modernos são altamente
aditivados na fabricação e atendem com folga as necessidades do
motor. Um produto adicional pode tanto ser inócuo quanto, na opinião
de alguns técnicos, ser incompatível com os aditivos originais e
até prejudicar a lubrificação.
E já ficou escuro! Não
estranhe o rápido escurecimento do lubrificante novo: isso indica que
o óleo cumpre sua função adicional de manter os condutos limpos,
sem "borras" que poderiam estreitá-los ou mesmo entupi-los.
Saiba mais Confira
no item Lubrificação do Consultório
Técnico mais esclarecimentos sobre óleo. |