Quando
foi introduzido nos carros nacionais, em 1992, o
conversor catalítico -- ou simplesmente catalisador --
foi considerado um inimigo: prejudicava o desempenho,
impedia antigos procedimentos (como instalar corte de
ignição antifurto e ligar o carro "no tranco")
e até emitia um desagradável odor, resultado da elevada
concentração de enxofre na gasolina.
Hoje isso tudo está superado ou aceito, mas ainda restam
dúvidas do que o catalisador representa para o automóvel
e de como conservá-lo em bom estado.
Não é filtro
Antes de mais nada, o catalisador não
é um filtro. Como o nome indica, sua função é
catalisar ou modificar a composição química dos gases
de escapamento, reduzindo sua toxicidade à saúde e ao
meio-ambiente.
Como uma colméia
Dentro do catalisador há uma
estrutura cerâmica composta de milhares de pequenos
canais, que lembram uma colméia de abelhas, por onde os
gases passam para a reação química. Os gases percorrem
cerca de 20 km dentro do catalisador, em contato com
metais nobres como paládio e rádio (motores a álcool
substituem o rádio pelo molibdênio).
Como chegar aos 80
Os fabricantes estimam em 80 mil km
ou cinco anos a vida útil média do catalisador. Para
que ela seja atingida ou mesmo bem ultrapassada, alguns
cuidados são necessários. O mais importante é manter
os sistemas de alimentação (carburador ou injeção) e
ignição em perfeito estado, para que a combustão (queima)
da mistura ar-combustível seja perfeita.
Uma
mistura muito rica, com excesso de combustível, resulta
em queima irregular e no envio de combustível mal
queimado ao escapamento, onde entra em combustão e
superaquece o catalisador, podendo queimá-lo e entupi-lo.
Atenção também ao uso de combustível de qualidade
duvidosa.
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Trancos e cortes
Pela mesma razão, automóveis com
catalisador não podem utilizar sistemas antifurto com
corte de ignição, que resultam em queima incompleta da
mistura até que o motor apague. Ligar o carro "no
tranco" (empurrado) pode causar o mesmo, sobretudo
se houver problemas mecânicos -- e não simples descarga
da bateria -- que dificultam a partida nessas condições.
Evite ainda, em carros carburados, acelerar antes de
desligar o motor (tão inútil quanto prejudicial).
Outro cuidado é passar com cuidado em lombadas e
trechos acidentados, para evitar choques no catalisador.
Mais potência?
Se o catalisador prejudica o
desempenho, basta retirá-lo para ganhar alguns cavalos a
custo zero, certo? Errado. Como os parâmetros de injeção
(ou carburação) e ignição levam em conta a
contrapressão que ele representa no sistema de
escapamento, sua remoção desajusta o conjunto e pode
causar irregularidades na alimentação, com aumento de
consumo -- sem falar na poluição muito maior.
Lembre-se que a alteração das características do carro
é proibida e que testes de emissões poluentes devem ser
feitos nos automóveis usados no futuro, trazendo
problemas a quem tiver removido o catalisador.
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