

No 319 (em cima como Sports
Roadster) o motor chegava a 1,9 litro; no 320 (embaixo o sedã) vinha o
estilo aerodinâmico inspirado no do 326


Oferecido como cupê e
conversível de duas portas, o 327 dava apelo mais esportivo às soluções
técnicas do 326; sua potência era de 55 cv


Bem maior que os demais, o 335
oferecia conforto e desempenho com opções sedã e conversível; o motor de
3,5 litros levava-o até 145 km/h |
E
foi esse êxito em corridas que incentivou a BMW a efetuar novo aumento
de cilindrada no motor de seis cilindros. Chegar à faixa de 2,0 litros
lhe daria novo ímpeto entre os adversários nas pistas e, ao mesmo tempo,
permitiria lançar um modelo superior para competir entre os sedãs de
luxo. A nova unidade lançada para 1935 no modelo 319, com 1,9 litro
(exatos 1.911 cm³), vinha em duas versões: de dois carburadores e 45 cv,
para sedã, Cabriolet, Tourer e Sports Cabriolet, e com três carburadores
e 55 cv para o Sports Roadster. Os primeiros obtinham 116 km/h, e o
último, animadores 130 km/h.
Nos dois casos as linhas eram praticamente as mesmas dos 315,
diferenciadas apenas em detalhes como os três frisos cromados nas saídas
de ar laterais do capô. A série 319 foi fabricada até 1937 em 6.600
unidades, sendo apenas 178 do Sports Roadster. Mas, se em desempenho
esses automóveis já não deixavam a desejar, era inegável que o estilo
introduzido em 1933 estava superado diante da evolução da concorrência.
Na Europa como nos Estados Unidos, em meados dos anos 30 a aerodinâmica
passou a ditar regras para o desenho dos carros e isso levou a formas
mais suaves e arredondadas, perfis baixos, para-brisas inclinados. A BMW
precisava renovar sua linha para não ficar para trás.
O passo mais decisivo nesse avanço foi o lançamento do
326, em fevereiro de 1936, mas ele representava
uma opção mais luxuosa e cara, incluindo a oferta de quatro portas pela
primeira vez na marca. A sucessão direta do 319 coube mesmo ao 320,
apresentado em julho de 1937. Apesar das duas portas e de diferenças
como os para-choques (com uma única lâmina em vez de duas), ele se
parecia muito com o 326. Os cantos estavam arredondados, a grade e o
para-brisa mais inclinados e havia menos elementos salientes na
carroceria.
Maior que o antecessor, mas não tão amplo quanto o 326, o 320 media 4,50
m de comprimento e 1,54 m de largura. Agora havia só duas opções de
carroceria, sedã e conversível, este com molduras nas janelas e ambas
fabricadas em Berlim pela empresa Ambi-Budd. As portas vinham
articuladas na frente, abandonando o padrão conhecido como "suicida" que
ainda predominava na indústria. Pequeno número de chassis foi fornecido
a encarroçadoras para que aplicassem desenhos ao gosto dos clientes.
Sem alteração de cilindrada, o seis-em-linha desenvolvia 45 cv e fazia o
carro alcançar 115 km/h. Como se nota, o porte mais volumoso cobrava seu
preço e anulava a melhoria aerodinâmica em relação ao antecessor. O 320
também era inferior ao 326 na construção da suspensão, que preservava as
características do 319, mas isso não o fazia inferior aos concorrentes.
Em outubro de 1937 o motor era ampliado para 1.971 cm³, como no 326, mas
sem ganho de potência, mantendo-se 5 cv abaixo desse modelo. Assim ele
foi fabricado até dezembro de 1938 em pouco mais de 4 mil unidades.
Sua evolução era o 321, diferenciado na aparência pelos para-choques
maiores, sem interrupção na parte central, e pelo retorno às portas
articuladas atrás. Com as mesmas versões e igual motor, trazia ainda
como novidade a suspensão dianteira mais moderna cedida pelo 326. Esse
modelo chegou às ruas em maior quantidade, mais de 7.800 unidades, e foi
produzido até 1941, quando a Segunda Guerra Mundial provocou a
paralisação da fábrica. Após o conflito, entre 1945 e 1950 o 321 foi
feito em Eisenach, já no lado oriental da Alemanha, sob comando das
forças de ocupação soviéticas.
Também de 1937 é o BMW 327, um modelo mais esportivo feito sobre o
chassi encurtado do 326. Com opção entre cupê e conversível de duas
portas, media 4,50 m e usava novas técnicas desse sedã, como a suspensão
dianteira. O motor de 2,0 litros vinha mais potente, com 55 cv, e o
levava a 125 km/h — uma versão mais apimentada, a 327/28, usava o motor
de 80 cv do roadster 328. Quase
1.400 unidades do 327 saíram da fábrica até 1941. Depois da guerra ele
também ressurgiu pelas mãos dos soviéticos, chegando a receber em 1952 o
emblema EMW (Eisenacher Motoren Werke), em branco e vermelho, no lugar
do branco e azul da marca original.
Além desses modelos e do esportivo 328, a BMW fabricou outro modelo de
seis cilindros antes da guerra. O topo de linha 335 apareceu em 1939
como sedã de quatro portas e conversíveis de duas e quatro portas; nesse
caso as dianteiras eram "suicidas" e as traseiras convencionais. De
formas imponentes e com os mesmos princípios de aerodinâmica do 326,
media 4,84 m de comprimento, 1,70 m de largura e 2,98 m de entre-eixos e
pesava 1.300 kg. Era um passo decisivo para a marca se lançar entre os
fabricantes de prestígio.
Seu motor era bem maior e mais potente que os demais: com 3,5 litros, um
único carburador e comando no bloco, entregava 90 cv às rodas traseiras
e permitia chegar a 145 km/h, fazendo dele um carro respeitado nas
autobahnen. A caixa manual de quatro marchas tinha sincronização em
todas elas, uma inovação, e freios e pneus estavam adequados ao novo
patamar de peso e de desempenho. A exemplo do 321, ele foi fabricado até
1941, mas alcançou volume modesto, de pouco mais de 400 automóveis.
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