

A versão limusine feita pela
empresa Heuliez: mais 23 cm entre eixos, bancos traseiros individuais e
revestimento em couro de alto padrão


Depois das mudanças frontais de
1988 vinha o acabamento Baccara, com bancos de couro com ajuste elétrico
e os motores mais potentes


Variações: o Eagle Premier para
os norte-americanos, com motor PRV, e a curiosa perua da Elia, obtida
pela substituição da tampa traseira |

Todos os motores vinham em posição longitudinal com tração dianteira,
mas havia opção entre câmbio manual de cinco marchas — elogiado pela
precisão de engates — e automáticos de três e quatro marchas. Estes eram
fontes de problemas crônicos e tinham baixa durabilidade; defeitos
elétricos e eletrônicos também incomodaram bastante nos primeiros anos
de produção. A suspensão independente nas quatro rodas, por outro lado,
resultava em boa estabilidade com elevado conforto. As versões mais
simples de quatro cilindros usavam freios a tambor, que davam lugar a
discos nas mais potentes e nas dotadas de ABS.
Com o R25 a Renault ganhava uma plataforma válida para atender ao
segmento de limusines com aval de fábrica, até então restrito ao Citroën
CX Prestige. No fim de 1984 era apresentada a versão Limousine, com 23
centímetros adicionais na distância entre eixos, todos aproveitados para
o espaço de pernas de quem viajava atrás. Se o acabamento básico
mantinha o banco traseiro original, o Executive o trocava por dois
individuais — verdadeiras poltronas — com revestimento nobre em couro e
apoio de braço central. A produção estava a cargo da Heuliez, empresa
francesa com grande tradição em carrocerias especiais. Disponível com
motor V6 a gasolina ou o turbodiesel, o carro teve 832 unidades feitas
em dois anos. A
primeira construída foi usada pelo presidente francês François
Mitterrand.
O modelo 1988 passava pelas únicas alterações visuais de monta do R25.
Eram oportunas porque boa parte da concorrência já havia sido renovada,
deixando a Renault com um dos produtos mais antigos. A Opel lançara o
Omega; a Ford, o Scorpio; a Alfa Romeo, o
164; a Rover, a série
800; e a VW finalizava um novo Passat. Na própria França, a Peugeot
teria o 605 e a Citroën o XM no ano seguinte. Nessa segunda série, os
faróis vinham em peça única (sem a unidade auxiliar) e ganhavam um
chanfro na parte interna, para lembrar o formato de trapézio, e o capô
avançava sobre a grade, eliminando a antiga peça separada do local.
Agora o logotipo do losango da Renault estava ali, não mais na grade.
Mudavam também as lanternas traseiras, os parachoques (na cor da
carroceria, com frisos laterais os acompanhando) e o painel de
instrumentos.
Mudanças sob o capô ficaram para 1989. A nova versão TX trazia o 2,0 com
injeção, para 136 cv e 203 km/h; o V6 Injection crescia em cilindrada
para 2,9 litros, com 160 cv e 212 km/h; e o V6 Turbo ganhava potência,
passando a 205 cv para chegar a 233 km/h. Um ano depois estreava o R25
Baccara, com acabamento muito sofisticado e opção entre os motores V6
turbo e aspirado. Seu conteúdo de série passava por ajuste elétrico dos
bancos dianteiros, revestimento interno em couro e apliques em madeira.
Uma curiosa transformação pós-venda no R25, feita pela empresa Elia,
deixava-o com jeito de perua. A quinta porta era refeita para incluir um
prolongamento do teto, vidro traseiro plano e vidros laterais, tudo com
linhas retas. Fechado, era uma perua; com a tampa aberta, o perfil do
automóvel era retomado.
Uma variação do sedã foi vendida nos Estados Unidos, de 1987 a 1992 por
meio da American Motors Corporation. Chamado de Eagle Premier após a venda da AMC para a
Chrysler, naquele ano, usava as portas e a maior parte da estrutura do
R25, associadas a um novo desenho de três volumes elaborado por Giorgetto Giugiaro
e um
interior da própria AMC. As dimensões ampliadas em
relação às do R25 o deixavam bastante espaçoso. Os motores oferecidos
eram um AMC de quatro cilindros e 2,5 litros, com 111 cv, e o V6 PRV
(projeto conjunto entre Peugeot, Renault e Volvo, daí a sigla) de 3,0
litros e 150 cv, ambos com caixa automática de quatro marchas. Essa
curiosa mistura teve um ingrediente ainda mais inusitado quando recebeu
o logotipo Dodge e o nome Monaco.
O R25 foi fabricado até fevereiro de 1992, quando deu lugar ao elegante
e moderno Safrane, depois de 780 mil unidades. Depois dele, a Renault
nunca mais alcançou tal número com seus representantes nesse segmento, o
próprio Safrane e o controverso Vel Satis.
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