Criatividade turca

A Otosan começou com sedãs, mas desenvolveu
sua família Anadol com perua, esportivo e até bugue

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Otosan (forma abreviada de Otomobil Sanayi, ou indústria automobilística em turco) foi fundada em 1959 como associação entre a Koç Holding, que hoje é o maior conglomerado industrial da Turquia, e a Ford para montagem local de produtos da empresa americana. Vehbi Koç, fundador do grupo que leva seu sobrenome, havia se tornado revendedor turco da Ford já em 1928.

Em dezembro de 1966 a Otosan, sediada em Istambul, tornava-se o segundo fabricante de automóveis do país — o primeiro, de vida breve, foi a Devrim — com o lançamento do sedã de duas portas Anadol A1. Desenhado por Tom Karen, da Ogle Design, o carro chegou ao mercado com carroceria de plástico reforçado com fibra-de-vidro montada sobre chassi, um método construtivo incomum em carros de grande produção. Suas linhas estavam dentro do contexto da época, com poucos adornos, boa área envidraçada, faróis circulares e tampa do porta-malas em declínio. Algumas versões traziam teto revestido em vinil.

A linha teve início com o sedã de duas portas A1 (ao lado), de linhas discretas e motor Ford de 1,2 litro; acima, a frente remodelada de 1972, também presente no A2 de quatro portas

De porte médio, o sedã media 4,38 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,42 m de altura e 2,56 m de distância entre eixos e pesava 800 kg. O motor de quatro cilindros e 1,2 litro, o mesmo do Ford Cortina, fornecia potência de 55 cv e torque de 11,1 m.kgf, suficientes para alcançar 130 km/h com modesta aceleração. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais, e a traseira, de eixo rígido com molas semi-elípticas. A tração era posterior, o câmbio manual tinha quatro marchas e os freios dianteiros usavam discos.

O modelo 1969 adotava o motor Ford Kent de 1,3 litro, de origem inglesa, um antepassado do Endura de nossos Ka e Fiesta dos anos 90. Em seguida o carro recebia novos instrumentos e volante em melhor posição; em 1970 vinham pára-choques remodelados e faróis ovais no lugar dos circulares. No mesmo ano era apresentado o Anadol A2, de quatro portas, tido como o primeiro carro "de fibra" no mundo com essa configuração. A mecânica era a mesma do A1.

Primeira variação depois do sedã, o picape leve foi o Anadol de vida mais longa, produzido por 20 anos; a perua SV 1600 (ao lado) tinha motor de 1,6 litro

Em 1971 apareciam o Anadol 500 Pickup, um picape que seria fabricado por 20 anos, e o sedã Akdeniz, nome que significa mediterrâneo, com elementos de estilo que se tornariam padrão no modelo A1 entre 1972 e 1975: faróis retangulares dentro de uma máscara preta, pára-choques mais integrados ao desenho, lanternas renovadas, além de interior com painel e bancos refeitos. O A2 acompanhava as mudanças. Continua

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Data de publicação: 12/5/08

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