Das asas para as rodas

A Armstrong Siddeley trouxe dos aviões a imagem de
tecnologia refletida em seu principal modelo, o Sapphire

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A construção de aviões — ou de motores para equipá-los — e a produção de automóveis já estiveram vinculadas a uma mesma empresa em vários casos, como os da inglesa Rolls-Royce, das alemães BMW e Messerschmitt e da francesa Voisin. E foi também o caso de uma britânica: a Armstrong Siddeley.

O inglês John Davenport Siddeley começou a trabalhar com automóveis em 1892 como desenhista da Humber. Dez anos depois abria a Siddeley Autocars, em Coventry, para construir carros com mecânica Peugeot e carroceria de fornecedores ingleses. Em 1905 associava-se a outra empresa britânica, a Wolseley, e em 1909 unia-se à indústria aeronáutica Deasy. Os carros da Siddeley-Deasy logo adotaram o mote "tão silencioso quanto a esfinge", razão para adotarem o emblema de uma esfinge sobre o capô.

Os modelos lançados assim que a guerra terminou, mais este Whitley de 1949, logo se mostraram superados e exigiram que a Armstrong desenvolvesse algo novo

Com a aquisição da Deasy em 1919 por Armstrong Whitworth, que produzia automóveis desde 1906 em Newcastle, nascia a Armstrong Siddeley. Ao primeiro modelo, o Thirty (com motor de 5,0 litros e 30 cv) lançado já naquele ano, seguiram-se em 1921 o Eighteen (2,4 litros, 18 ou 20 cv, duas opções de distância entre eixos), um ano mais tarde o Stoneleigh (de proposta popular) e o Fourteen (1,8 litro, 14 cv) em 1923.

Na década de 1930 viriam mais carros de luxo, com motores potentes e técnica refinada, como o Seventeen (seis cilindros, 2,4 litros) e o Siddeley Special, cujo motor de 5,0 litros era todo de alumínio. Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a marca conquistou reputação de elevada qualidade com seus modelos de construção artesanal. Embora John Siddeley tenha vendido à Hawker sua participação na companhia em 1935, seu sobrenome permaneceu na denominação da empresa até o fim.

O Sapphire 346 seguia o estilo inglês da época, com capô alto e traseira curta em declínio; as portas dianteiras abriam-se para trás

Na mesma semana do fim do conflito na Europa, em maio de 1945, a Armstrong Siddeley já apresentava novos carros. Os nomes do sedã Lancaster — com carroceria feita pela renomada Mulliner —, do cupê Typhoon e do conversível Hurricane buscavam associação com os aviões da empresa. Todos usavam motor de seis cilindros e 2,0 litros. O sedã Whitley viria ampliar a família quatro anos depois, ao mesmo tempo em que a cilindrada crescia para 2,3 litros. A produção dos modelos, que somava 2.000 unidades por ano, era distribuída aos países da Comunidade Britânica (Commonwealth), à Suíça e à Bélgica. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 4/3/08

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade