O acesso ao cuore sportivo

Depois do Alfasud, o 33 representou o primeiro passo a
quem desejasse o temperamento de um Alfa Romeo

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Carros médio-pequenos nunca foram a especialidade da Alfa Romeo, mas se tornaram necessários em sua linha desde a primeira crise do petróleo, em 1973, quando a economia de combustível ganhou importância nas decisões de compra. Por esse ângulo, o lançamento do Alfasud — um dois-volumes de 3,89 metros de comprimento e tração dianteira — no fim de 1971 havia sido bastante oportuno, apesar da rejeição que suas características causaram entre os "alfistas" tradicionais.

Passada uma década, porém, o modelo estava ultrapassado. O segmento já contava com opções bem mais atuais no mercado europeu, como a sexta geração do Opel Kadett e a terceira do Ford Escort, lançadas em 1979 e 1980, na ordem; a segunda do Volkswagen Golf era preparada para 1982. Assim, a Alfa — ainda desvinculada do grupo Fiat, pelo qual seria absorvida em 1986 — tratou de evoluir o Alfasud, aplicando uma nova carroceria às conhecidas plataforma e mecânica. Era o que poderia ser feito pela empresa em um momento de contenção de despesas.

A nova carroceria de linhas atuais "vestia" a plataforma e a mecânica aproveitadas do Alfasud; acima, a versão com tração integral temporária

Apresentado em 1983, o Alfa 33 resgatava a denominação de um sucesso das pistas: o Tipo 33, que competiu de 1967 a 1977 em campeonatos de protótipos esporte, com motores de oito e 12 cilindros. Aquele carro chegou a ter uma versão de rua, o 33 Stradale, com um compacto V8 de 2,0 litros e apenas 18 unidades construídas entre 1967 e 1971. A proposta do novo 33, porém, era bem outra, mais interessada em pequenas dimensões e preço mais acessível que o dos demais modelos da marca.

Ao contrário do Alfasud, que fora desenhado por Giugiaro, o 33 era obra de Ermano Cressoni, do centro de estilo da própria Alfa. O dois-volumes de cinco portas (não havia opção por três) media 4,07 m de comprimento, 1,61 m de largura, 1,35 m de altura e 2,45 m de distância entre eixos; pesava 890 kg na versão básica. Tinha formas simples, retilíneas, com pára-choques plásticos envolventes, frente baixa e em cunha, ampla área envidraçada e um meio-volume na traseira, como no Escort da época. No interior não havia fartura de espaço, mas o painel trazia vários porta-objetos e a versão Quadrifoglio Oro (trevo de quatro folhas de ouro) usava volante de três raios com aro de madeira, um toque característico da Alfa.

A versão Quadrofoglio Oro tinha volante de madeira e outros acessórios, mas foi com o Quadrifoglio Verde que o 33 começou a ganhar desempenho

Como o Alfasud, o 33 tinha tração dianteira e motor de quatro cilindros opostos (boxer) longitudinal. De início eram oferecidos os de 1.351 e 1.490 cm³, com carburador único e potência de 79 e 84 cv, na ordem. A suspensão dianteira McPherson e a traseira com eixo rígido e articulações Watt eram as mesmas do antecessor, mas nos freios havia simplificações: os da frente não eram mais internos (juntos ao diferencial) e os posteriores a disco davam lugar a tambores, medida de economia que não agradou. Toda a linha usava câmbio manual de cinco marchas e era produzida na fábrica de Pomigliano d'Arco, no sul da Itália, como o Alfasud. Continua

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Data de publicação: 11/12/07

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