O modelo 1984 vinha com opção de tração integral temporária, desenvolvida em parceria com a japonesa Subaru e voltada ao uso em inverno rigoroso — não a obter o comportamento esportivo de um carro de tração traseira, o que só poderia ser obtido com um sistema permanente, que veremos depois. Surgia também a perua da linha, a Giardinetta, com estilo mais equilibrado que na derivada do Alfasud graças ao desenho de Pininfarina. A tração nas quatro rodas podia ser aplicada a ela.

A Giardinetta (mais tarde renomeada Sportwagon) conseguia estilo mais harmonioso que o da antecessora, um mérito do estúdio Pininfarina

O 33 não demorou a ganhar o cuore sportivo, o "coração esportivo" da Alfa, uma alusão a seu temperamento. Ainda em 1984 era lançada a versão Quadrifoglio Verde, com o motor de 1,5 litro otimizado para render 105 cv a 6.000 rpm e capaz de levá-lo à máxima de 185 km/h. Rodas de alumínio esportivas e pára-choques na cor da carroceria contribuíam para sua identificação visual. O Alfasud saía de produção e surgia o 33 1.3 S, com dois carburadores e 86 cv. A marca ainda precisava resolver, porém, alguns defeitos crônicos: acabamento de baixa qualidade, falhas do sistema elétrico, consumo elevado e vulnerabilidade à corrosão — esta comum a diversos italianos na época.

Na linha 1987 aparecia a segunda série, com alterações de estilo que buscavam semelhança com o sedã médio Alfa 75 lançado em 1985. Vinham também melhorias no interior e o motor de 1.712 cm³ com injeção eletrônica e 117 cv para o Quadrifoglio Verde, que trazia aerofólio traseiro e rodas especiais. As versões 1,3 e 1,5 (esta agora chamada TI) passavam a usar dois carburadores Weber, ganhando potência: 86 e 105 cv, na ordem. Para os interessados em economia, o curioso motor turbodiesel de três cilindros em linha e 1.779 cm³, fornecido pela VM e derivado do quatro-cilindros do Alfa 90, entregava 84 cv.

O Quadrifoglio Verde 1987: motor de 1,7 litro a injeção, com 117 cv, e retoques de estilo

Ainda que atualizado na mecânica, o 33 sentia o peso dos anos com a chegada de concorrentes como os novos Kadett (1984) e Escort (1985), Renault 19 e Fiat Tipo (1988). Assim, a Alfa concentrou na aparência as novidades da terceira série, lançada para 1990. O 33 tornava-se bem mais atraente com as amplas mudanças, inspiradas no sedã 164 de dois anos antes. A frente estava inclinada para trás e recebia faróis em formato de trapézio. Na traseira, o destaque eram as lanternas de perfil baixo e em posição alta, que ligavam um lado a outro.

Estava também mais resistente à corrosão, por meio de galvanização da carroceria, e o interior era amplamente remodelado. Toda a linha ganhava injeção, o que alterava a potência do 1,3 para 88 cv e do 1,5 para 97 cv. O 1,7 injetado estava menos potente (107 cv), mas havia uma picante opção de 16 válvulas com 133 cv a 6.500 rpm e torque máximo de 16 m.kgf a 4.600 rpm. Era um motor expressivo em potência específica (78 cv/l) e que resultava em ótima relação peso-potência de 8 kg/cv, pois o peso estava em contidos 1.075 kg. Assim, o 33 chegava a 210 km/h e acelerava de 0 a 100 em 8,1 segundos. Suspensão mais firme, freios a disco com sistema antitravamento (ABS) e pneus 185/60 R 14 faziam parte do conjunto.

As últimas alterações estéticas do 33, para 1990, deixavam-no mais parecido ao sedã 164 com lanternas traseiras altas; com motor 1,7 16V de 133 cv, o esportivo chegava a 210 km/h

Além das versões 16V e Quadrifoglio Verde 16V, o novo motor podia equipar a Sportwagon (novo nome da Giardinetta) e o hatch Permanent 4 — com tração integral permanente, dotada de repartição eletrônica de torque —, que em 1994 seria renomeado Q4. O cuore sportivo instalava-se em definitivo na linha 33. As séries especiais Feeling, Hit e Imola foram as últimas novidades da linha, em que a terceira associava o motor 1,3 com injeção ao pacote visual do Quadrifoglio Verde: rodas esportivas, defletores, bancos especiais.

A carreira do 33 encerrou-se com o lançamento da dupla 145/146 (o primeiro com três portas e traseira truncada, o segundo com cinco portas e meio-volume saliente), em 1995, primeiros Alfas desse segmento projetados sob o guarda-chuva da Fiat. Embora a plataforma fosse compartilhada com a dupla Bravo/Bravo ainda por ser lançada, a empresa aceitou manter o tradicional boxer longitudinal sob o capô, ao lado das versões de quatro cilindros em linha em posição transversal — um caso raro de duas colocações de motor no mesmo carro. Contudo, o peso bem maior sacrificava o desempenho e não havia mais a perua ou a tração integral, fatores que decepcionaram os fãs. Para eles, o 33 — do qual foram produzidas quase um milhão de unidades — não tem substituto.

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