O interior do Kyalami mostrava o requinte habitual na marca. Os bancos individuais dianteiros eram reclináveis e vinham separados por um largo console, enquanto o traseiro acomodava bem duas pessoas, com ajuda do formato retilíneo do teto. Eram revestidos em couro Connolly, o mesmo das mais tradicionais marcas britânicas. O painel continha oito mostradores, dos quais cinco menores enfileirados à direita do motorista, que incluíam voltímetro, manômetro e termômetro de óleo. O volante de quatro raios tinha regulagem de altura e outros confortos de série eram ar-condicionado e controle elétrico de vidros. O porta-malas vinha ladeado por dois tanques de combustível, com bocais independentes, que somavam 100 litros de capacidade. |
Interior refinado: bancos
reclináveis de couro Connolly, largo console com controle elétrico dos vidros, painel com oito mostradores |
Sob o capô do Kyalami, em vez do V8 americano de ferro fundido do Longchamp, estava um motor mais leve e elaborado da própria
Maserati: o V8 de alumínio com cilindrada de 4.136 cm³ e duplo
comando de válvulas nos cabeçotes, alimentado por quatro
carburadores Weber 42. Desenvolvido para o 450 S de competição, em
versão de 4,5 litros e 400 cv, esse motor foi o mais potente já
usado na frente de um carro de corridas até a década de 1990, quando
seria suplantado pelo do Panoz LMP. |
A traseira baixa e larga contribuía para o aspecto de alto desempenho, a que o motor correspondia: 255 cv na versão inicial e 290 na posterior de 4,9 litros |
A
suspensão era independente nas quatro rodas, com a curiosidade de
usar dois conjuntos de mola e amortecedor em cada lado da traseira,
solução que se repetiria mais tarde no Quattroporte. Seu
comportamento dinâmico foi bastante elogiado pela imprensa na época.
Os freios contavam com discos à frente (ventilados) e atrás, o
comando de embreagem era hidráulico e os pneus tinham a medida
205/70 R 15. |
A Maserati fez só 200 unidades do cupê em sete anos: rejeitado pelos admiradores mais puristas, teve vida mais curta que a do próprio Longchamp |
Produzido sempre em escala reduzida, o Kyalami teve apenas cerca de 200 unidades fabricadas até 1983, quando deixou o mercado para abrir espaço à série Biturbo, apresentada dois anos antes (curiosamente, o Longchamp que lhe serviu de base ficou em linha por mais seis anos). Ele não é reconhecido como um verdadeiro Maserati por muitos admiradores da marca, por suas origens De Tomaso, mas sem dúvida representou uma opção à altura da "casa do tridente" em um período difícil, quando não seria viável desenvolver um carro todo novo. |
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