O 326 existia em versões sedã de duas e quatro portas (com quatro ou cinco lugares e opção de teto solar de lona) e conversível de dois ou quatro lugares, este último também com quatro portas e molduras nas janelas. A construção do chassi usava uma plataforma de chapa estampada, reforçada por um quadro de seção quadrada e por travessas tubulares. O resultado era uma menor espessura que permitia a instalação da carroceria mais próxima do solo, contribuindo para a aerodinâmica.

O 326 conversível de duas portas e quatro lugares, mais conservador que o de dois lugares, também conseguia desempenho modesto com o motor de 2,0 litros e 50 cv

O interior era espaçoso e de bom gosto, com amplos bancos dianteiros individuais e traseiro inteiriço. O grande volante de três raios trazia no centro o símbolo da marca já usado na época, uma hélice estilizada em azul e branco. No painel de instrumentos, posicionado atrás do volante e não no centro como em outros carros de seu tempo, o velocímetro em destaque (cujo movimento do ponteiro estava defasado em 180 graus ao dos carros atuais) vinha ladeado por marcadores de combustível, temperatura da água e pressão do óleo, todos com fundo claro.

O motor de seis cilindros em linha — disposição que a BMW usa até hoje, sendo um dos poucos fabricantes a tê-la — com bloco e cabeçote de ferro fundido deslocava 1.975 cm³, trazia o comando de válvulas no bloco e as válvulas no cabeçote. Alimentado por dois carburadores Solex, fornecia a potência de 50 cv a 3.750 rpm. Com câmbio manual de quatro marchas (apenas terceira e quarta sincronizadas) e tração traseira, o sedã acelerava de 0 a 100 km/h em 35 segundos e atingia a máxima de 115 km/h, um desempenho moderado mesmo para a época.

Ainda não era a esse tempo que a BMW se destacava por sedãs rápidos e esportivos — embora já brilhasse nas pistas com o roadster 328. Interessante é que a transmissão contava com roda-livre, como veríamos décadas depois no DKW-Vemag brasileiro, em que o motor caía à marcha-lenta e só voltava a engrenar quando o motorista acelerasse. Mas o recurso só podia ser usado nas duas primeiras marchas.

Recursos técnicos interessantes deste BMW: roda-livre nas duas primeiras
marchas, direção por pinhão e cremalheira, freios com comando hidráulico

A suspensão dianteira era independente, com mola semi-elítica transversal, e a traseira por eixo rígido com barras de torção longitudinais. As rodas usavam pneus 5,25-17 e os freios, pela primeira vez na marca, tinham comando hidráulico para os quatro tambores. Outra novidade era a caixa de direção por pinhão e cremalheira, como a da maioria dos carros modernos. O sistema elétrico era de seis volts.

A produção do 326 foi mantida até 1941, já dois anos depois do início da Segunda Guerra Mundial, e totalizou quase 16 mil unidades. Encerrado o conflito, a BMW foi proibida pelos aliados de produzir automóveis por três anos, mas ao final desse intervalo partiu para novos projetos. Em 1952 estaria de volta ao mercado com um novo sedã — o 501 — com o mesmo motor de seis cilindros do 326.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade