Seu motor de seis cilindros em linha e cabeçote em "L", com válvulas no bloco, era baseado no do Super Six. De 262 pol³ (4,3 litros) foi ampliado para 308 pol³ (5,05 litros) e recebeu dois carburadores — o chamado Twin-H Power — e alta taxa de compressão. Assim, fornecia potência bruta de 145 cv a 3.800 rpm e torque máximo de 35,5 m.kgf. No restante, era uma mecânica convencional: câmbio manual de três marchas, tração traseira, freios a tambor. Com peso de 1.625 kg, usava pneus 7,10-15.

A versão Hollywood de 1954, cupê sem coluna central, também usava um seis-cilindros de 5,05 litros, dois carburadores e 145 cv, que podia passar a 210 com acessórios originais

Era um dos carros de melhor desempenho da época, pela combinação de um motor potente ao baixo centro de gravidade permitido pelo chassi. Das ruas, não demorou a mostrar atuação brilhante também nas pistas: os pilotos Marshall Teague, Herb Thomas e Tim Flock levaram-no a 27 vitórias na Nascar em 1952, enquanto Teague venceu 12 das 13 provas da categoria AAA. No total, o modelo faturou 41 das 48 corridas em que competiu naquele ano, um aproveitamento espantoso para um carro de seis cilindros que enfrentava concorrentes já equipados com V8. E a Hudson teve a primazia de oferecer, como acessórios originais, itens de preparação similares aos da versão de competição, com os quais o motor podia chegar a 210 cv.

O Hornet teve boas vendas no primeiro ano (43,6 mil unidades), mas perdeu espaço gradativamente até 1954, quando apenas 24,8 mil encontraram compradores. Apesar das soluções técnicas interessantes, a Hudson não foi bem-sucedida em enfrentar a forte concorrência de General Motors, Ford e Chrysler — as "Três Grandes" — na década de 1950. Graças a sua peculiar construção, alterações de estilo eram mais complexas e caras do que nos modelos de concepção tradicional (carroceria sobre chassi) das adversárias, que a cada ano recebiam mudanças, parecendo sempre novos.

Depois da aquisição da Hudson pela Nash, o Hornet 1955 tornava-se mais tradicional, com rodas traseiras bem aparentes, e ganhava um V8 de 5,0 litros e 208 cv

Ainda em 1954 a empresa era adquirida pela Nash, que fabricava carros com este nome e também os da marca Rambler, surgindo assim a American Motors. A fábrica de Detroit foi convertida para produção militar: os carros saíam agora de Kenosha, em Wisconsin. O Hornet para o ano seguinte ganhava linhas tradicionais, com as rodas traseiras bem expostas, vidro posterior envolvente e, no sedã Custom de quatro portas, estepe sobre o pára-choque. Também ficava mais longo (5,32 m com o mesmo entreeixos) e perdia a versão conversível. Sob o capô, boa novidade: um V8 de 307 pol³ (5,0 litros), 208 cv e 39 m.kgf, que trazia desempenho bem superior. Os modelos Rambler e Metropolitan, da Nash, passavam a ser vendidos também pelas concessionárias Hudson.

Na linha 1956 estreava na marca o estilo V-Line, em que triângulos e formas de "V" predominavam por fora e por dentro dos carros, em uma associação a seu logotipo. O Hornet estava mais moderno e esportivo, até pela pintura que combinava três tons, embora a grade dianteira tivesse um aspecto algo estranho. A mudança não significou vendas melhores: de 13 mil em 1955 caíram para 8,1 mil no ano seguinte e apenas 3,1 mil em 1957 — ano no qual, em junho, era fabricado o último Hudson.

O estilo V-Line, que destacava triângulos e a letra "V" na carroceria e no interior, marcava o modelo 1956, o penúltimo da linha Hornet

Ainda havia planos de fazer a linha 1958 com modelos Hudson e Nash, mas a direção da empresa optou por aposentar ambas as marcas, centrando-se na Rambler. O desenho previsto para o Hudson foi aproveitado no novo Rambler Ambassador. Na década de 1970, a American Motors relançaria o nome Hornet em um modelo compacto.

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