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Diante do crescimento do Barracuda, a Plymouth criou
o Duster, um Valiant com mais apelo entre os jovens

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Dos três carros compactos que Detroit introduziu por volta de 1960 — o Chevrolet Corvair da General Motors, o Ford Falcon e o Valiant da Chrysler —, apenas o terceiro resistiu até a década de 1970. Além desse mérito, o Valiant (vendido de 1961 em diante pela divisão Plymouth) teve outro: o de dar origem, em diferentes gerações, a dois modelos esportivos: o Barracuda, em 1964, e o Duster, em 1969.

O segundo começou a nascer quando a Chrysler iniciou o projeto da carroceria E para o Barracuda e o Dodge Challenger, a ser lançada em 1970. As maiores dimensões, necessárias para acomodar os motores V8 de bloco grande — até 426 pol³ ou 7,0 litros —, fariam com que ambos os modelos, antes considerados pony cars, começavam a se afastar da proposta dessa categoria, que sempre teve no Ford Mustang seu símbolo e incluía modelos menores de grande desempenho. Assim, pouco restaria na linha Plymouth que oferecesse esportividade a um custo razoável para o público jovem.

Semelhante ao Valiant na frente, o primeiro Duster -- em 1970 -- trazia o estilo fastback e detalhes de desenho como os vidros, bem mais curvos e inclinados que o habitual

Desenvolver um carro totalmente novo estava fora de cogitação: o planejamento da Chrysler a longo prazo não incluía um projeto nessa classe para a divisão Plymouth, que no entender da corporação deveria se destinar a modelos pacatos e familiares. Com grande restrição orçamentária, a marca teve de aproveitar o quanto fosse possível do Valiant — a maior parte do conjunto mecânico, a estrutura básica do monobloco, a distância entre eixos de 2,74 metros, vários componentes internos. Como se não bastasse, os projetistas queriam toques de inovação, como os vidros laterais com o dobro da curvatura dos usados até então, mas que deveriam se ocultar nas portas originais do Valiant.

Esse objetivo foi conseguido e contribuiu em muito para disfarçar a origem do Duster. No entanto, a Plymouth preferiu lançá-lo como Valiant Duster no primeiro ano, eliminando o prenome só no modelo seguinte. Colocado à venda em setembro de 1969, era um atraente cupê fastback de tamanho compacto (para os padrões americanos, é claro, pois media 4,78 metros e pesava 1.445 kg na versão de topo) com opção entre bancos dianteiros individuais ou um inteiriço, painel bem-equipado, com conta-giros opcional, e câmbio manual ou o automático Torqueflite.

Dos quatro motores, o que fez a fama desse Plymouth foi o V8 de 340 pol3 ou 5,6 litros, que entregava 275 cv (brutos) e rivalizava em desempenho com o Mustang 351, bem mais caro

A versão de entrada, com caixa de três marchas comandada na coluna, freios e direção sem assistência, custava pouco mais que o próprio Valiant. O motor básico era o Slant Six de seis cilindros em linha (slant por ser montado inclinado em 30 graus), com 198 pol³ (3,25 litros) e 125 cv de potência bruta, seguido pelo de 225 pol³ (3,7 litros) e 145 cv. Depois vinha o V8 de 318 pol³ (5,2 litros, similar ao dos Dodges brasileiros), com 230 cv, mas a estrela da linha era o V8 de 340 pol³ (5,6 litros), 275 cv e 40 m.kgf de torque, com um carburador de corpo quádruplo, escapamento duplo e câmbio de três marchas no assoalho. Continua

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Data de publicação: 16/8/05

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