O chassi era um dos elementos mais interessantes do Vallelunga. Consistia em uma larga caixa no túnel central do carro, que servia de estrutura para a fixação das suspensões nas extremidades. O motor e o transeixo na traseira tinham função estrutural, como apoio para a suspensão posterior, uma receita típica das pistas. Com esse conceito incomum nas ruas, embora semelhante ao do Lotus Elan, a De Tomaso conciliou leveza e rigidez: o peso da versão definitiva chegara a 700 kg. A distribuição de massas era ótima: 47% à frente e 53% atrás, que ficava muito perto de 50/50 com dois ocupantes a bordo. |
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A carroceria de plástico e fibra, associada ao chassi similar ao do Lotus Elan, deixava o Vallelunga muito leve: 700 kg |
Para motorizar seu primeiro carro de rua, a empresa recorreu ao
consagrado motor Kent do Ford Cortina
britânico (da mesma família dos 1,0 e 1,3-litro usados aqui no Ka e no
Fiesta), com quatro cilindros em linha, 1.498 cm³ e comando de
válvulas no bloco. Uma preparação para uso esportivo, incluindo dois
carburadores Weber 40 de fluxo horizontal e taxa de compressão de
10,3:1, levava a potência de 78 cv (do Cortina GT) para 105 cv a 6.500
rpm, com torque máximo de 17,7 m.kgf a 3.600 rpm. Era o suficiente
para dar bom desempenho ao leve cupê, com velocidade máxima declarada
de 200 km/h, mas havia uma opção ainda mais quente, de 135 cv. |
O motor central, em que esse De Tomaso foi um dos pioneiros, era fornecido pela Ford inglesa e preparado para render 105 cv; tinha função estrutural, assim como o câmbio traseiro |
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As
quatro rodas (de 13 pol) dispunham de freios a disco, então um
requinte, e eram produzidas em magnésio pela famosa Campagnolo
especialmente para o automóvel. As dianteiras tinham tala de 5,5 pol e
pneus 145-13, e as traseiras, 6,5 pol e 175-13. A caixa de direção era
de pinhão e cremalheira, para respostas precisas. Dirigir o Vallelunga
era uma experiência similar a pilotar um carro de competição compacto.
Malcolm McKay escreveu para a revista From Thoroughbred and Classic
Cars de agosto de 1997: "O motor é literalmente ensurdecedor.
Protetores auriculares são essenciais se você quer curtir a direção
deste carro, e você vai curtir. (...) Você tem uma receita para séria
diversão em estradas abertas e circuitos." |
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Por dentro o Vallelunga parecia um carro de corridas, sem concessões ao conforto, mas tinha um painel completo e guia para facilitar os engates do câmbio |
Além do alto nível de ruído, o pequeno De Tomaso trazia outros
inconvenientes a quem esperava conforto e suavidade. Os engates do
câmbio eram um tanto difíceis (sobretudo com a caixa ainda fria) e a
disposição das marchas era incomum para um carro de rua, com as
ímpares para frente e a ré, a segunda e a quarta para trás – a ré
ficava no lugar onde se esperava encontrar a segunda. |
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