A razão está no meio

Mais espaçoso que o Mark II, sem chegar ao exagero
do Mark X, o Jaguar S-Type apostava no equilíbrio

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Um dos modelos mais atraentes da linha atual da britânica Jaguar, e o primeiro desenvolvido desde sua absorção pela Ford, atende pelo nome de S-Type (tipo S). O rompimento do hábito da marca de usar duas letras e um número — como em XJ6, XK8, XJ8 —, em 1998, tinha uma razão de ser: o S-Type original, um sedã luxuoso e de apelo esportivo produzido de 1963 a 1968.

Aquele S-Type surgiu para preencher a lacuna existente entre o Mark II e o Mark X, este o topo de linha da Jaguar na época. O sedã de quatro portas combinava um desenho básico de carroceria similar ao do modelo menor, que era bem-sucedido por seu comportamento esportivo, a uma traseira inspirada na do luxuoso Mark X, assim como ambos os pára-choques. Também deste (e do cupê E-Type) vinha a suspensão traseira independente, no lugar do eixo rígido do Mark II.

A carroceria lembrava a do Mark II, em que o S-Type se baseou, mas a traseira era mais longa e o banco traseiro mais espaçoso. Ao lado o modelo 1964, acima o 1967

Vistos de frente, só os observadores identificavam o S-Type do modelo em que se baseava: além do pára-choque de perfil mais estreito, tinha uma moldura mais larga na tradicional grade (que inspiraria claramente a do S-Type moderno), outras luzes de direção e pequenas diferenças nos faróis principais e de neblina, todos circulares. Um maior volume acima das luzes principais contribuía para a sensação de frente mais comprida, quando vista de lado, o que a harmonizava com a longa traseira.

Por trás, as diferenças eram evidentes, a começar pelo comprimento 18 cm maior nessa seção. Os pára-lamas posteriores encobriam parte dos pneus, o vidro traseiro era maior que o do Mark II e o teto tinha um perfil mais favorável ao espaço para a cabeça. Curiosa era a adoção de dois tanques de combustível, um em cada pára-lama, com bocais separados e uma chave interruptora para alternar o uso entre eles. Com ampla área envidraçada, predomínio de curvas suaves e uso de cromados na medida certa, o estilo do S-Type era sutil e elegante.

Os brilhantes motores de seis cilindros, com 3,45 ou 3,8 litros, desenvolviam mais de 200 cv e garantiam bom desempenho, apesar do peso do sedã

O interior, sofisticado dentro da tradição da marca, seguia os moldes do Mark II, mas com diferenças. A proposta mais luxuosa justificava novos bancos (os dianteiros individuais e reclináveis, com ajuste até em altura), com apoios de braço à frente e atrás, e a seção central do painel com aplique em madeira, acompanhando o restante do conjunto, em vez de revestida em couro. Nessa seção ficavam incrustados o miolo de ignição e partida e quatro instrumentos, em complemento aos principais à frente do motorista. O sistema de ventilação e aquecimento tinha ajuste separado para frente e traseira. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 27/1/04

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados