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Motos do Passado

A empresa, Amazonas Motocicletas Especiais Ltda. ou AME, era fundada em 15 de agosto de 1978 no bairro da Penha, na capital paulista. No mês seguinte já chegavam ao mercado as versões Turismo Luxo, Esporte Luxo e Militar Luxo da Amazonas, com seu estilo desajeitado mas imponente. Com 2,32 metros de comprimento, 1,67 m entre eixos e mais de 380 kg, era muito maior e mais pesada que qualquer moto nacional — e uma das mais avantajadas do mundo.

A 1600 chegou a ter quatro versões, como a Turismo Luxo, dotada de pára-brisa (na página anterior) e encosto para o passageiro

Suas linhas lembravam as das Harley-Davidsons 1200 da época. Tinha um grande tanque (24 litros), carenagens laterais atrás do motor, um largo banco, farol retangular e itens cromados em profusão. Dois porta-objetos ladeavam o pára-lama traseiro, sendo protegidos por frisos cromados; acima vinha um bagageiro também cromado.

O painel era composto por velocímetro e conta-giros (até 6.000 rpm e com faixa amarela já a 4.500, bastante baixa para uma moto) emprestados do esportivo Puma, além de luzes-piloto. Uma luz vermelha indicava o uso da marcha à ré, com engate pela alavanca à direita. A exemplo da Motovolks, a Amazonas utilizava peças de diversos carros, como Fusca e Corcel, e até de caminhões, como Ford e o Mercedes 608 D — caso do farol retangular.

A Amazonas baseava-se em um quadro tubular de berço duplo, que recebia o motor de 1.584 cm3 e potência de 56 cv do Brasília, embora houvesse opção pelo de 1.285 cm3. Foi por muito tempo a moto de série de maior cilindrada do planeta, até que surgissem modelos de 1.700 a 1.800 cm3, como a atual Honda Gold Wing. Se a potência não impressiona diante das motos atuais, que atingem esse patamar com um cilindro e 600 cm3, o torque máximo de 10,8 m.kgf a apenas 3.000 rpm é ainda hoje surpreendente.

O anúncio de consórcio e a imponência da Amazonas: o peso superava 380 kg e exigia marcha à ré, acionada por uma alavanca no lado direito

O câmbio, inicialmente de Brasília, seria mais tarde trocado pelo do Gol, com relações de marcha mais adequadas. Mas a embreagem era própria, monodisco e comandada a cabo, assim como o trambulador, desenvolvido para uso no lado esquerdo da moto. O par final do câmbio era o do esportivo SP2, de relação 3,875:1 (31 x 8 dentes), mais longa que a dos outros VW. A transmissão final utilizava corrente, mais simples de fabricar que um cardã, empregado pela maioria das motos estradeiras acima de 1.000 cm3.

Números generosos   Os números da Amazonas sempre foram impressionantes. Seu comprimento chegava a 2,55 metros, a largura a 1,12 metro e o peso ficava entre 370 e 512 kg, de acordo com a versão e o ano-modelo. Em testes da imprensa o "dinossauro de duas rodas" obteve velocidade máxima entre 133 e 144 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 8,7 a 10,3 segundos, conforme o ano do teste. O consumo em cidade era de 11 km/l, e em estrada, de até 16 km/l. Continua

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