Sobre a mesma plataforma, uma carroceria toda nova: o Scirocco estava mais moderno, espaçoso e aerodinâmico; o aerofólio parecia dividir o vidro traseiro

Por fora e por dentro o Scirocco mostrava semelhanças com o Santana; o GT tinha volante de "quatro bolas" e revestimento bastante chamativo

A evolução do conceito   Embora o Golf II ainda estivesse por ser apresentado, o Scirocco mais uma vez se antecipava e evoluía para a segunda geração, lançada também no evento suíço em março de 1981. A fórmula de desenho era a mesma do primeiro — linhas retas, perfil baixo, vidros inclinados, três portas —, mas a carroceria vinha nova por inteiro, mesmo que mantivesse a plataforma e o entre-eixos. Desta vez não havia participação de Giugiaro. Chamavam atenção os quatro faróis agora retangulares, com unidades de facho alto no GTi e de neblina na mesma posição nos demais; já a versão de entrada, que não tinha esses faróis, recebia complementos à grade para preencher seu espaço. Havia um só braço no limpador de para-brisa, solução abandonada em pouco tempo.

As lanternas traseiras adotavam perfil baixo como as do Santana (lançado na Europa no ano anterior), os retrovisores estavam incorporados à extremidade das janelas e havia um vinco acentuado nas laterais, interrompido pelos arcos das caixas de roda. As janelas laterais traseiras perdiam a linha ascendente e, com colunas posteriores bem estreitas, ele abandonava um de seus elementos de estilo. Mas ganhava outro: o aerofólio montado em posição acima de um trecho do vidro — que ocupava quase toda a terceira porta — onde um adesivo destacava o nome do modelo.

O coeficiente aerodinâmico (Cx) baixava de 0,42 para 0,38, em sintonia com os novos tempos e a necessidade de reduzir o consumo de combustível. Se o comprimento crescia para 4,21 m, sobretudo para ampliar a capacidade de bagagem, a largura de 1,64 m e a altura de 1,30 m indicavam que o espaço interno não tinha como aumentar muito. Mesmo assim havia algum ganho em acomodação, assim como no aspecto do interior, com painel que lembrava o do Santana (uma perda era o rádio, agora montado bem mais baixo) e o famoso volante de "quatro bolas", os botões de buzina, em parte das versões.

O GTi mostrava irreverência no revestimento dos bancos com motivos retangulares, aplicado até à cor vermelha; havia também o CL e o GL. Ar-condicionado, controle elétrico dos vidros, computador de bordo e teto solar com acionamento manual estavam disponíveis. O peso partia de 830 kg e chegava a 1.000 na versão mais potente. Os conhecidos motores 1,3 de 60 cv (usado só por dois anos) e 1,5 de 75 cv no CL, 1,6 de 85 cv no GL e 1,6 com injeção e 110 cv no GTi foram mantidos de início. Continua

As carrocerias especiais

O Scirocco serviu a numerosas personalizações e transformações. A Zender, conhecida fabricante de acessórios de aparência, oferecia já para a primeira geração um pacote (acima) com defletor dianteiro, saias laterais e molduras de para-lamas.

Esse modelo deu origem a uma interessante perua esportiva, denominada Sciwago (forma contraída de Scirocco e station wagon), pelas mãos da empresa alemã Artz. Feita entre 1979 e 1980, não era exatamente harmoniosa, mas tinha um desenho interessante (acima).

Outras empresas removeram o teto do esportivo e fizeram atraentes conversíveis: a Wolfe Garage, inglesa de Westerham com o modelo Tempest (acima), e a mesma Artz com seu Speedster. A Wolfe anunciava sua versão como "provavelmente o conversível mais compacto do mundo com capota de acionamento elétrico".

Nos anos 80 a ideia teria seguimento com a Bieber (acima) e a Hornstein, que ofereceram a versão para o Scirocco de segunda geração — e com bom resultado visual, pois não havia a barra de proteção do Golf. Se tal item de segurança fizesse falta ao cliente, havia opção das transformações em targa pela Raffay Tuning e pela Stephan Wambach.

A própria VW fez um protótipo nessa configuração, o Scirocco TR, indicação do "T-roof" ou teto em "T". Isso porque apenas as seções do teto acima dos bancos dianteiros eram removíveis: permaneciam uma barra longitudinal no centro, para estrutura, e toda a parte traseira a partir das colunas centrais. O carro (acima) está hoje no museu do fabricante em Wolfsburg.

Também para essa segunda geração, a empresa Kamei lançou o pacote estético X1 (acima), composto de defletores dianteiro e traseiro, saias laterais, molduras nos arcos de para-lamas, aletas dianteiras ao lado do capô, grade especial e aplique para as colunas centrais. Eram vendidos como acessórios no mercado de personalização, mas sua boa qualidade fez com que — com exceção da grade e do defletor na terceira porta — a VW adotasse o conjunto em diversas versões do GTX 1984 em diante.

A proposta inicial da Zender para o mesmo modelo incluía defletores dianteiro e traseiro, saias laterais e molduras de para-lamas. Os pacotes Z40 e Z400 (acima) iam mais longe ao aplicar complementos aos para-lamas que os deixavam bem mais largos, lembrando os do cupê Audi Quattro, bem sucedido nos ralis na época. Defletor e aerofólio também eram diferentes — e nada discretos.

Também para o segundo Scirocco havia o conjunto da BBS (acima), a famosa marca de rodas que na época fazia pacotes aerodinâmicos. Defletor frontal, saias laterais e molduras de para-lamas combinavam com as tradicionais rodas raiadas do fabricante.

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