Depois de um hiato no mercado norte-americano, o MR2 voltava mais leve e compacto e apenas como conversível, na esteira do êxito do Mazda MX5

As linhas quase femininas buscavam um público diferente do anterior, mas a Toyota continuava a oferecer um carro divertido para entusiastas

O painel de fundo branco ajudava no visual esportivo do interior; atrás da cabine, o motor de 1,8 litro vinha com variador do comando e 138 cv

O motor 2,0 aspirado dos europeus chegava a 180 cv e a suspensão era mais uma vez revista a fim de tornar o comportamento mais previsível, sem o risco de um sobresterço repentino. No Japão, controle eletrônico de tração e um pequeno monitor de TV de 4 pol estavam disponíveis. Um conversível foi oferecido em pequena série nos EUA, onde a Toyota enfrentava dificuldades com o MR2.

Se suas vendas nunca foram elevadas, nos últimos anos andavam desprezíveis, em uma tendência que também tirou daquele mercado modelos como Mazda RX-7, Nissan 300 ZX e Mitsubishi 3000 GT. Com isso, 1995 foi seu último ano para os norte-americanos, enquanto outros mercados continuaram a tê-lo por mais quatro anos. Em 1996 a Inglaterra ganhava a edição especial 10th Anniversary, em alusão aos 10 anos de seu lançamento por lá, e o teto vinha pintado de preto em algumas versões.

Aberto para o céu   Para manter vivo o MR2, a Toyota precisava rever sua fórmula. O maior mercado do mundo — os Estados Unidos — tinha um modo peculiar de ver carros esporte, em que um teto conversível era mais relevante que a posição do motor ou mesmo sua potência. O estrondoso sucesso do Mazda MX5 Miata, lançado em 1989 com um motor de apenas 114 cv, mas devidamente aberto para o céu, indicava o caminho para a gigante japonesa.

A terceira geração (código W30), apresentada em outubro de 1999, assumia de vez a configuração conversível. No Japão o nome era MR-S, enquanto MR2 Roadster era usado no Reino Unido, MR na França, MR2 no restante da Europa, MR2 Spyder na Austrália e nos EUA. De certo modo inspiradas no Miata, suas linhas estavam mais para charmosas que para esportivas, com certo jeito feminino. Os faróis agora eram circulares e fixos e as proporções afastavam o modelo dos carros esporte. Tomadas de ar atrás das portas deixavam claro onde estava o motor.

Embora a distância entre eixos fosse a mais longa já vista no modelo, 2,45 m, o novo MR2 era o mais compacto da série, com 3,88 m de ponta a ponta; a largura era de 1,69 m e a altura de 1,24 m. Com 1.000 kg, estava também mais leve que o anterior. Por dentro, volante de três raios e painel com fundo branco davam o tom jovial. Nos mercados europeu e japonês a fábrica oferecia uma capota rígida removível, adequada a invernos rigorosos.

Mais uma vez compartilhado com o Celica, o motor do novo MR2 diminuía em cilindrada, mas adotava técnicas modernas como a variação do tempo de válvulas inteligente da Toyota (VVT-i). Com bloco e cabeçote de alumínio e 16 válvulas, a unidade de 1,8 litro fornecia 138 cv e 17,3 m.kgf, que lidavam com um peso bastante baixo para um carro de seu tempo. As suspensões mantinham o conceito McPherson, mas havia freios a disco ventilado nas quatro rodas, com ABS; as rodas de 15 pol usavam pneus 185/55 à frente e 205/55 atrás.

A Popular Science colocou ao MR2 um árduo desafio ao compará-lo a Audi TT Quattro, Corvette Z06 e Porsche Boxster S em 2001. Muito mais barato, o Toyota surpreendeu: foi o mais veloz na prova de slalom (desvios entre cones), só perdeu para o Corvette na mudança de faixa de rolamento, acelerou perto do TT (7,5 contra 7,2 s de 0 a 96) e foi o mais econômico. Para a revista, "o MR2 voava pelos cones com a graça de uma borboleta. (...) Ele é o clássico carro para domingos à tarde. Você pode abrir a capota em uma parada de semáforo, mapear a rota para uma estrada sinuosa e manter o sorriso mesmo que o destino nunca seja atingido". Continua

Nas pistas
Por meio da equipe de fábrica TTE (Toyota Team Europe), o primeiro MR2 ganhou uma versão com planos de participar de ralis. O projeto 222D (acima à esquerda) visava a um competidor para o Grupo S e o lendário Grupo B de supercarros. Por trás de uma aparência que lembrava a do modelo de rua estava uma mecânica toda nova, com motor turbo de quatro cilindros que, segundo fontes, chegava a fornecer 750 cv. O projeto não vingou, pois o Grupo B foi cancelado em 1986 após graves acidentes. Duas décadas mais tarde, o protótipo aparecia no Goodwood Festival of Speed de 2006, evento sobre velocidade na Inglaterra.

A segunda geração (no centro) teve atuação nas pistas por meio de versões muito desenvolvidas. A equipe SARD (Sigma Advanced Research Development) fez um MR2 de grã-turismo com motor V8 de 4,0 litros, dois turbos e 600 cv. O carro competiu na 24 Horas de Le Mans em 1995 e 1996, mas só terminou a segunda prova em modesto 24º. lugar.
Não conseguiu ingressar em Le Mans em 1997 e, na 1.000 Quilômetros de Suzuka no mesmo ano, parou antes de terminar a corrida.

No Campeonato Japonês de Grã Turismo (JGTC), mais tarde renomeado Super GT, o MR2 de mesma geração correu em 1998 e 1999. No primeiro ano, com o motor turbo de fábrica, Keiichi Tsuchiya e Shingo Tachi conquistaram o título de construtores. No ano seguinte, Tsuchiya faturou os campeonatos de equipes e de pilotos.

Também no JGTC/Super GT, a terceira geração (acima à direita) competiu entre 2000 e 2008 com bons resultados. Morio Nitta e Shinichi Takagi dividiram o título de pilotos de 2002 na classe GT 300; em 2005 foi a vez de Kota Sasaki e Tetsuya Yamano levarem os campeonatos de pilotos e de construtores. Dois anos mais tarde, Kazuya Oshima e Hiroaki Ishiura foram campeões entre os pilotos.

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