

Rodas de 16 pol apenas na
traseira, novos faróis e lanternas e câmbio manual sequencial: outras
novidades desse ano-modelo para o MR2


Depois que os EUA deixaram de
importá-lo, em 2005, a Toyota manteve por mais dois anos sua produção,
encerrada com duas séries limitadas |
Mais
próximo do Toyota sob qualquer aspecto, o Mazda MX5 enfrentou-o em uma
comparação da Motor Trend. Para a revista, embora o MR2 fosse
"marginalmente mais rápido, ele não parece tão feliz na tarefa. Seu
motor é certamente disposto a girar — uma exigência para extrair o
máximo de qualquer um deles —, mas produz muito ruído e vibração. E a
maior diferença é como eles se comportam no limite. O MR2 é mais neutro
até lá, mas atuar contra sua tendência a girar requer algum ajuste
àqueles acostumados a carros de motor dianteiro. Ainda assim, esse é um
chassi bastante sofisticado, considerando seu preço".
Toyota ou Mazda, qual seria a recomendação da Motor Trend ? "Oh,
isso é difícil. O MR2 é uma peça sofisticada para o que custa. Oferece
alto conteúdo e uma experiência de dirigir muito agradável. Sua cabine
mais confortável é mais conveniente em um uso cotidiano, e o motor
central tem apelo para um motorista interessado em desempenho. Ele custa
um pouco mais que o Miata, mas provavelmente vale a diferença, em forma
de equipamentos adicionais e desempenho um pouco superior", concluía.
Estreava em 2002 uma novidade técnica: a Sequential Manual Transmission
(SMT) ou transmissão manual sequencial. Tratava-se de uma caixa manual
automatizada de cinco marchas, como é
comum hoje, mas que não operava em modo automático: havia apenas as
trocas manuais, feitas por mecanismo eletroidráulico e comandadas
movendo-se a alavanca para frente e para trás ou por botões no volante,
sem pedal de embreagem. No ano seguinte esse câmbio ganhava a sexta
marcha.
No teste da Car and Driver, o sistema mostrou qualidades e
limitações: "Em reduções — como em um Ferrari 360 Modena F1 —, ele
provoca uma leve acelerada para combinar as rotações da caixa e do motor
e suavizar o acoplamento. Mas, ao contrário do F1 da Ferrari, o
mecanismo da Toyota põe ênfase na durabilidade. Mesmo com o acelerador a
fundo, a arrancada é gentil e as mudanças são lentas. Embora isso não
seja um problema em direção normal ou mesmo esportiva, as trocas parecem
agonizantes de tão lentas em uma prova de aceleração. Por isso o tempo
de 0 a 96 km/h — 8,2 segundos — foi 1,4 s maior que no MR2 de câmbio
manual".
O Toyota passava por outras mudanças no modelo 2003: para-choques (o
dianteiro com uma tomada de ar que parecia sorrir), faróis, lanternas e tomadas de ar eram remodelados, assim
como os instrumentos do painel. As rodas traseiras cresciam para 16 pol,
mantendo-se as dianteiras com 15. Na linha seguinte vinha um diferencial autobloqueante e, um ano depois, rádio que armazenava seis CDs no
painel.
O ano-modelo 2005 foi o último nos EUA, enquanto os demais mercados o
tiveram até que a produção no Japão fosse encerrada, em julho de 2007. A
essa época foram lançadas duas edições limitadas: a V-Edition, no Japão
e no Reino Unido, com detalhes próprios no acabamento interno; e a TF
300, só para os britânicos, com um turbo fornecido pela TTE (Toyota Team
Europe) e 182 cv.
No mundo automobilístico pasteurizado de hoje, em que fabricantes de
todos os tamanhos buscam o máximo de compartilhamento de plataformas e
componentes entre seus modelos, um pequeno esportivo com motor central e
o logotipo da Toyota parece inimaginável. Mas ele existiu por três
gerações que, diferentes na concepção e nos resultados, mantiveram em
destaque a arquitetura mecânica que fazia do MR2 um carro peculiar.
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