

O teto com painéis removíveis
continuava a ser oferecido; no interior
o MR2 estava mais espaçoso, mas permanecia sem aspecto esportivo


Com motores diferentes para os
EUA e os demais mercados, havia até 200 cv ao comando do pé direito, mas
seu comportamento foi criticado |
A
versão Supercharged era a grande novidade para 1988. Com a instalação de
um compressor do tipo Roots, o motor
passava a render 145 cv e 19,3 m.kgf, o que deixava o MR2 bem mais
apimentado, mesmo com o peso aumentado para 1.130 kg. Novas rodas,
retrovisores na cor do carro e o teto T-Top acompanhavam a novidade
mecânica, enquanto o motor de aspiração
natural passava a 115 cv e 13,8 m.kgf.
Com fôlego renovado, o Toyota
voltava a enfrentar o Fiero na Popular Science, agora mais
potentes — o norte-americano vinha com motor V6. Um
Honda Civic CRX Si também
participava do comparativo, que indicou a vitória do MR2 em aceleração
(de 0 a 96 km/h em 7,2 segundos), a do Honda em frenagem e a do Pontiac
em velocidade para mudança de faixa.
"A superioridade do MR2 em aceleração foi associada a se comportar como
se tivesse
um motor de bloco grande em algum lugar de seu pedigree. A razão é uma
das primeiras aplicações de fábrica de um compressor acionado com
correia nos últimos anos. Há uma embreagem eletromagnética que o
desconecta em velocidades baixas e constantes, para melhorar o consumo,
mas a luz 'boost' [sobrepressão] no painel esteve acesa a maior parte do
tempo", explicava.
"O compressor dá ao MR2, provavelmente, a melhor
combinação de desempenho e consumo de qualquer carro nas ruas", concluía
a revista.
Uma série especial de despedida dessa geração era lançada em janeiro de
1989. A Super Edition vinha com todos os opcionais oferecidos ao modelo,
volante e pomo de câmbio da italiana Momo e bancos Recaro Milano.
Com jeito de Ferrari
Dentro dos padrões de
rápida renovação da indústria japonesa, a primeira geração do MR2 dava
lugar à segunda (código W20) já em outubro de 1989. Agora construído
pela Yamaha, portanto fora das instalações da Toyota, o esportivo estava
anos-luz à frente do antecessor em termos de harmonia de estilo, com
linhas suaves e arredondadas de muito bom gosto, inspiradas nos Ferraris
da época como o 348. Desaparecia
a assimetria nas tomadas de ar laterais, agora iguais nos dois lados, e
o defletor traseiro dava lugar a um aerofólio destacado, opcional. O
coeficiente aerodinâmico (Cx) melhorava
muito, de 0,36 para 0,31.
O MR2 cresceu bastante com a reformulação: passava a 4,17 m de
comprimento, 1,70 m de largura e 2,40 m de entre-eixos, com o mesmo 1,23
m de altura. O peso ia de 1.180 a 1.325 kg, conforme a versão, dessa vez igual para todos os
mercados. Mais espaçoso, o interior continuava com aspecto sóbrio, ainda
mais se equipado com bolsa inflável, que impunha um volante de quatro
raios mais adequado a um Camry. Nos porta-malas, a capacidade total
aumentava em 50%. A opção de painéis de teto removíveis permanecia, ao
lado de um teto solar que podia ser erguido ou retirado e então guardado
atrás dos bancos. Entre as opções estavam bancos de couro,
rádio/toca-CDs e controlador de velocidade.
Um carro maior convidava a um motor também ampliado, e foi o que a
Toyota providenciou: um quatro-cilindros de 2,0 litros e 16 válvulas com
158 cv e 19,3 m.kgf, cedido pelo
Celica, era oferecido na Europa e no Japão. Nos EUA, onde as vendas
só começavam em 1990, o motor tinha 2,2 litros, mas com 130 cv e o mesmo
torque. Lá, quem quisesse mais ímpeto podia optar não por um compressor,
mas por um turbocompressor: o MR2 Turbo,
com a unidade de 2,0 litros, 200 cv e 27,6 m.kgf do Celica All-Trac
Turbo. Esse motor incluía resfriador de ar
e coletor de admissão com geometria variável.
Continua
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