Cedido pelo Celica, o motor de
1,6 litro e 16 válvulas fornecia potência entre 112 e 130 cv, conforme o
mercado e o uso ou não de catalisador
O modelo 1986 ganhava elementos
externos na cor do carro e a opção de bancos de couro; o teto removível
T-Top era alternativa ao teto solar
A aplicação de um compressor
levou o motor 1,6 a 145 cv, o que deu ao MR2 Supercharged novo potencial
diante de rivais como o Pontiac Fiero |
Já o transeixo formado pela caixa de câmbio de cinco marchas e o
diferencial, na traseira, era o do sedã Corolla de tração dianteira
adaptado à nova posição. Alguns mercados contavam com a opção de caixa
automática de quatro marchas e de um motor menor, de 1,5 litro e 83 cv.
Ele tinha suspensões independentes McPherson, pneus 185/60 R 14 e freios
a disco.
O
primeiro teste da revista norte-americana Popular Mechanics com o
MR2 descreveu-o, com bom humor, como "tão estonteante de dirigir que
você quase pode perdoar seu visual". De fato, comportamento era seu
ponto alto: "Você tem de ir muito longe — mais que qualquer pessoa sã
iria — antes de atingir o limite de aderência dos pneus. Mesmo lá, você
tem avisos o bastante, porque ao se aproximar da escapada você primeiro
nota algum subesterço, depois uma rápida
transição ao sobresterço e, se continuar
além desse ponto, você força os quatro pneus a sair ao mesmo tempo".
Outros atributos, também relacionados ao prazer de dirigir com vigor,
eram "as respostas rápidas de direção, em que assistência não é
oferecida nem necessária, e os freios suaves, positivos e livres de fade
[perda de eficiência por aquecimento]. Quanto ao motor, a revista
opinava: "Parece relativamente fraco em baixa rotação, mas vem muito
forte acima de 4.500 rpm". A fábrica anunciava aceleração de 0 a 96 km/h
em 8,7 segundos.
Também nos EUA, a Car and Driver selecionou o modelo entre seus
10 prediletos para 1986 e 1987. E justificou-se: "A ideia de usar
componentes de chassi de tração dianteira como base para um carro
esporte de motor central não é inovadora, mas a execução da Toyota
avança o conceito a um novo patamar. Seu coração é um quatro-cilindros
cheio de alma que pensa que qualquer avenida é um grid de Fórmula 1.
Ajudando o motor de 7.500 rpm está uma das caixas de uso mais macio do
lado de cá de um McLaren. E o chassi é tão equilibrado que um bom par de
mãos no volante pode fazer mágicas com esse carro".
Na Inglaterra, a revista What Car? colocava-o frente a frente ao
Fiat X 1/9. Os dois foram muito bem avaliados em estabilidade, sendo a
do japonês assim descrita: "Ele oferece limites de aderência que a
maioria dos motoristas jamais vai atingir. A combinação de direção
precisa, um chassi com soberbo equilíbrio e uma suspensão bem elaborada
faz do MR2 um carro controlável e de comportamento seguro. Ele não se
inclina, não tenta abrir a curva ou faz sua traseira sair: apenas
esterça nas curvas em um modo estável, neutro".
Com potência bem maior (122 contra 85 cv), o Toyota ficou bem à frente
em aceleração e venceu também em velocidade máxima e retomada. A revista
o considerou ainda o mais confortável de usar, com melhores espaço,
visibilidade e nível de ruído. Sua conclusão: "Cada um que dirigia o MR2
voltava com os olhos brilhando sobre o que é, sem dúvida, o melhor carro
esporte do Japão até hoje. É um carro tão refinado sob qualquer aspecto
que, no momento, é difícil ver quem possa superá-lo".
De volta aos EUA, a Popular Science colocou o MR2 lado a lado com
o Pontiac Fiero GT, também de motor
central, e o Mazda RX-7 GSL-SE com
a unidade rotativa Wankel. E aprovou o pequeno Toyota: "Ele percorreu o
teste de troca de faixa da pista com um dos melhores tempos já
registrados. (...) Embora não seja o mais rápido, o MR2 ainda é ágil e
oferece estabilidade superior. Excelente economia, fáceis acesso e
saída, e um cinco-marchas suave são outros fatores a favor do Toyota.
Seu motor de alta rotação, os bons freios e o excelente equilíbrio do
chassi são convincentes".
Fôlego renovado
Poucas alterações de
monta foram feitas no MR2 nos primeiros anos. O modelo 1986 vinha com
para-choques, molduras laterais e defletores à frente das rodas
traseiras pintados na cor da carroceria, em vez de pretos, e ganhava a
opção de revestimento dos bancos em couro. Na linha seguinte o carro
recebia novas lanternas traseiras, aparelho de rádio maior (padrão duplo
DIN), volante de três raios e a opção do teto chamado de T-Top, em que
painéis sobre os ocupantes podiam ser removidos para dar a sensação de
um conversível, mantendo uma barra longitudinal ligando o para-brisa à
seção traseira para maior rigidez estrutural.
Continua
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