O céu é o limite

O Nissan Skyline, em especial na versão GT-R, estabeleceu
em 50 anos uma forte imagem de técnica e desempenho

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A indústria japonesa é conhecida por manter, em diversas categorias, o nome de um carro durante décadas e muitas gerações. O Toyota Corolla foi lançado em 1966; o Crown da mesma marca, em 1955; o Honda Civic, em 1972; o Mitsubishi Colt, em 1961 — e todos permanecem em produção. Essa longevidade também pode ser vista na Nissan, cujo modelo Skyline completou 50 anos. Seu nome significa a linha do horizonte ou a silhueta da visão a distância de uma cidade.

O carro chega a ser mais antigo que o próprio fabricante: ao ser lançado, em abril de 1957, era um produto da Prince Motor Company. Fundada três anos antes pela Tama Electric Car Company, fabricante de veículos elétricos, a Prince era um ramo da Tachikawa Aircraft Company, que durante a Segunda Guerra Mundial produziu os aviões de combate Zero. Durante a fabricação de automóveis, fez os modelos Skyline, Gloria e R380, além de picapes e caminhões. Em 1966 o governo japonês sugeria a criação de grandes empresas para competir no mercado internacional, o que levava a sua absorção pela Nissan. Ainda hoje o nome Prince é usado em uma rede de concessionárias da marca no Japão.

A primeira geração, ainda produzida pela Prince, tinha uma ampla família e estilo inspirado no dos americanos, até mesmo com aletas nos pára-lamas

Por sua vez, a história da Nissan começou em 1911 com a fundação da Kwaishinsha Motorcar Works. Depois de três anos aparecia o primeiro automóvel DAT, sigla que vinha das iniciais dos sobrenomes dos sócios Kenjiro Den, Rokuro Aoyama e Meitaro Takeuchi. O nome dado a um modelo de 1931 — Datson, ou "filho de DAT" — acabou por evoluir para Datsun, pois son também significa perda em japonês. O nome Datsun seria usado até 1983 como marca nos Estados Unidos e na Austrália, embora a empresa tenha passado a se chamar Nissan Motor Co., Ltd. já em 1934. Consta que Nissan era a abreviação na Bolsa de Valores de Tóquio para a empresa Nippon Sangyo (indústrias nipônicas), cuja divisão de peças automotivas Tobata Casting uniu-se à DAT em 1933.

O primeiro Prince Skyline (identificado como ALSI-1) não era um carro esportivo, mas um modelo familiar, com opção entre sedã de quatro portas, perua de cinco e cupê — existiram também o picape e o furgão sob o nome Skyway. De porte médio (4,28 metros de comprimento e 2,53 m de distância entre eixos), o sedã seguia o estilo americano da época, com laterais altas, pequena área de vidros, capô e tampa do porta-malas em destaque em relação aos pára-lamas, aletas ("rabos de peixe") na traseira, ampla grade dianteira e muitos detalhes cromados.

Michelotti produzia este cupê e um conversível, que usavam motor de 1,9 litro e 96 cv

O motor de quatro cilindros e 1.482 cm³, com comando de válvulas no bloco, desenvolvia a potência de 60 cv e o torque de 10,8 m.kgf. Com câmbio de quatro marchas e tração traseira, levava o carro à modesta velocidade máxima de 135 km/h. Entre os recursos técnicos estava o eixo traseiro De Dion, com feixes de molas semi-elíticas, enquanto a suspensão dianteira era independente por braços sobrepostos com molas helicoidais. Os freios eram a tambor.

A primeira alteração de estilo, em 1958, trocava os dois faróis circulares por quatro no modelo ALSI-2. O motor estava 10 cv mais potente. Dessa geração, o mais elaborado em termos de estilo foi o Skyline Sport (código BLRA-3), com carrocerias cupê e conversível feitas à mão pelo estúdio Michelotti, de Turim, Itália. O exclusivo motor de 1.862 cm³, com comando no cabeçote, fornecia 96 cv e 15,7 m.kgf. Poucas centenas de unidades foram feitas.
Continua

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Data de publicação: 12/5/07

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