Motor de três cilindros e molas helicoidais eram novidades do modelo 93, de 1955; o da foto é da série B, já com para-brisa inteiriço
 

Do 93 nasceu o Gran Turismo 750, com parte da preparação do motor do Sonett para chegar aos 50 cv, volante esportivo e até cronômetro

O câmbio de três marchas trazia opção pela embreagem automática Fitchel & Sachs Saxomat, similar à empregada mais tarde nos DKWs (alemães e brasileiros). Esse foi o primeiro Saab exportado para os Estados Unidos. Em 1957 a marca instalava cintos de segurança no mercado local e lançava o 93B, com luzes indicadoras de direção, para-brisa inteiriço, limpadores com maior área de varredura e sistema automático de lubrificação do motor, que dispensava a adição manual de óleo ao combustível.

No Salão de Nova York de 1958 era lançado o Gran Turismo 750, que nasceu de uma fusão de componentes "da prateleira" da marca. O motor básico do 93 havia sido preparado para uso no esportivo Sonett, com a potência elevada de 38 para 57 cv. "Amansado" para 50 cv, passou a equipar o GT, apresentando diferenças para o motor original do 93 como taxa de compressão mais alta e novas janelas de admissão e escapamento nos cilindros, que produziam no motor a dois tempos um resultado similar ao de modificar comando e válvulas de um quatro-tempos.

Entre as modificações no GT 750 — destinado apenas ao mercado norte-americano — estavam faróis auxiliares, mais detalhes cromados na carroceria, volante de três raios metálicos com aro de madeira e um cronômetro Halda Speedpilot para medir o tempo de volta em um circuito ou rali. Havia ainda um pacote opcional com carburador e coletor de admissão especiais para obter os mesmos 57 cv do Sonett.

A revista Road & Track  testou o GT 750 e anunciou: "Boas coisas vêm em pacotes de quatro metros e 750 cm³". A versão acelerou de 0 a 96 km/h em 15,2 segundos, muito mais rápido que o 93B original (27,2 s), e atingiu velocidade máxima de 141 km/h ante 121 do outro modelo. Um problema apontado foi a dificuldade de manter o motor em alta rotação, nas quais o desempenho era melhor, já que havia apenas três marchas. "O GT é, acima de tudo, um carro tremendamente confortável para turismo de longa distância, e transmite uma sensação de luxo apreciável para um carro de menos de US$ 3 mil. Libra por libra, é uma grande compra. Se algum automóvel já mereceu o título de 'carro esporte familiar', é esse", concluiu o teste.

Para a família  
A evolução 93F, que teve apenas 600 exemplares fabricados, vinha em 1960. A maior diferença estava nas portas de abertura convencional, mas ele trazia também bancos dianteiros com ajuste de reclinação e lavadores de para-brisa.

Em escala

Apenas o 96 de rali foi localizado em nossas pesquisas de miniaturas de metal, oferecidas por dois fabricantes. A Special C faz o carro vermelho ao lado, uma versão V4 do Rali da Suécia de 1972, em escala 1:43.

A Trofeu tem mais opções no mesmo tamanho, todas do 96 da época do motor a dois tempos. O modelo 1960 pilotado por Erik Carlsson no Rali RAC, na Inglaterra, é vermelho. A versão do Rali Safári de 1964 vem em branco (foto no centro) e do mesmo ano é o carro vermelho do Rali de Monte Carlo, quase sem adesivos (foto inferior).
O monstro

De tempos em tempos, carros com dois motores são construídos com fins de competição ou mesmo como exercício de engenharia. Não foi diferente com o Saab 93 que, em 1959, se transformou no protótipo apelidado de Monstret (monstro). Duas unidades de três cilindros e 750 cm3 foram montadas em sequência no cofre dianteiro, em linha transversal, para somar 1,5 litro e mais de 100 cv.

Despojado de itens supérfluos para redução de peso, o carro ficou muito rápido — testes indicaram a velocidade de 196 km/h —, mas com estabilidade desfavorável em curvas pelo peso excessivo na frente. O protótipo foi destinado mais tarde ao museu da empresa em Trollhättan.

Foto: saabmuseum.com

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