

Depois de um retorno discreto
em 1980, o Gran Fury 1982 (fotos) vinha menor e mais leve; os motores de
seis e oito cilindros eram mantidos


O confortável Gran Fury foi
produzido até 1989 sem grandes alterações; ao sair de linha, deixou a
marca para sempre sem V8 e tração traseira |
No Gran Fury o desenho elegante foi mantido, assim como as opções
de cupê, sedãs normal e hardtop e perua. Os patamares de acabamento eram básico (não para a
perua), Custom, Brougham (só hardtop e cupê) e a perua Sport Suburban,
com motores V8 318, 360, 400 e 440. O sedã hardtop deixava de existir para 1976 e, no ano seguinte, encerrava-se a
versão Custom.
O Gran Fury com motor 318 foi comparado pela Popular Science ao
Ford LTD Landau e ao Chevrolet
Caprice. Recebeu melhores notas em freios e
visibilidade, mas se saiu mal em economia de combustível, comportamento
dinâmico e nível de ruído. "O
V8 é um motor excelente, mas um tanto pequeno para um carro dessa
classe", observou a revista, justificada pelos mais de 15 segundos para
acelerar de 0 a 96 km/h. Sua conclusão: "É um carro muito aceitável, mas
mudanças em seus competidores deram-lhes condições de superar o
Plymouth".
Com a eliminação do Gran Fury e de toda a gama de carros grandes da
marca para 1978, o Fury tornava-se o maior Plymouth. A divisão criou um hiato nessa linhagem em
1979, quando não ofereceu nenhum modelo sob o nome Fury — a
plataforma R, uma B com menores dimensões, era usada apenas nos Chryslers Newport e New Yorker e no Dodge St. Regis. Um ano
mais tarde ele voltava como Gran Fury,
com a carroceria do Newport e acabamento simples,
voltado a frotas e polícias.
Ainda com linhas retas e pouco inspiradas, trazia quatro faróis em linha
horizontal, uma grade bastante grande com emblema no topo — talvez
inspirada nos Mercedes-Benz, Cadillacs e Lincolns — e para-choques
cromados mais integrados ao desenho. O entre-eixos de 3,01 m era dos
maiores do mercado naquela época de carros cada vez mais compactos. O
comprador podia escolher entre o acabamento básico e o Salon, sempre com
câmbio automático de três marchas, e entre três motores: Slant Six 225,
V8 318 e V8 360.
Era um dos primeiros produtos da Chrysler influenciados por seu novo
presidente. "Lee Iacocca
sentiu que a América não estava levando a Plymouth a sério porque a
divisão não tinha mais um carro grande", contava a Popular Science,
que avaliou o modelo. "Ele roda com conforto e comporta-se razoavelmente
bem para um carro de seu porte. Dançava em alguns trechos da estrada,
mas de forma previsível e controlável. Por dentro, o Gran Fury tem muito
espaço tanto na frente quanto atrás, mas o conforto dos bancos é apenas
mediano".
Apesar dos atributos, sua inadequação aos novos tempos de economia no
consumo refletiu-se em vendas modestas e exigiu uma reformulação em
pouco tempo. Um "novo" modelo vinha em 1982, na verdade o conhecido
Dodge Diplomat com o logotipo da Plymouth (na marca Chrysler, o New
Yorker e o posterior Fifth Avenue usavam a mesma plataforma desses
modelos). Também destinado a frotas e corporações policiais, estava bem
menor, com 5,22 m de comprimento e 2,86 m entre eixos, e muito
mais leve, por ser baseado na plataforma M da corporação. As opções de
cupê, sedã e perua mantinham os motores da geração anterior e a caixa
automática de três marchas.
Esse último Fury foi produzido por sete anos até que o nome fosse, em
definitivo, descartado em 1989. Com sua despedida do mercado, a Plymouth
deixava de oferecer automóveis com motor V8 e tração traseira (esta
voltaria apenas no Prowler, de proposta bem diferente), dois elementos
considerados tão caros aos norte-americanos em seus carros grandes.
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