

As molduras dos faróis lembravam
um olhar assustado; sob o capô, o V8 de 7,2 litros e 385 cv era o mais
vigoroso dos motores oferecidos


O desenho "fuselagem" chegava
ao Fury em 1969, acompanhando os outros grandes da Chrysler; um ano
depois os faróis vinham ocultos |
A
revista foi além: colocou o Fury III hardtop com motor 318 ao lado do
Ford Galaxie 500 de motor 351 e do
Chevrolet Impala com um V8 283. O Plymouth foi elogiado pela
suspensão ("embora com molas mais macias que os outros, parece mais
preciso e controlado nas curvas"), o conforto do motorista ("tem um bom
banco, painel bem legível e quase completo e a maior abertura de porta;
é o melhor em visibilidade e espaço para cabeça") e o porta-malas
espaçoso.
Um acabamento superior, o Plymouth VIP (não de very important people,
mas de Very Important Plymouth, segundo sua publicidade), era
acrescentado à linha 1966 para competir com o Galaxie LTD da Ford e o
Caprice da Chevrolet. Aplique de madeira no
painel, carpetes espessos, luzes de leitura para os passageiros de trás
e revestimento luxuoso estavam entre os ingredientes dessa receita, que
trazia de série o motor 318. Em toda a linha, a nova grade dianteira
parecia dividida em duas e as lanternas traseiras vinham em posição mais
elevada. O motor de topo era o 440 com duplo escapamento e 385 cv.
O modelo 1967 trouxe ampla remodelação de carroceria, embora sobre a
mesma plataforma. Os faróis empilhados tinham molduras que sugeriam um
olhar assustado, de gosto discutível, e os para-lamas traseiros adotavam
— ainda de forma tímida — o formato ondulado conhecido como "garrafa de
Coca-Cola", que tomou Detroit de assalto naquela época. O velocímetro
agora tinha forma retangular. No ano seguinte a maior novidade era o
Fury III Fast Top, com a parte traseira do teto mais esportiva, tendendo
a um fastback.
Em um comparativo de 1968 com o Impala, o Galaxie 500 e o Ambassador SST,
todos com motores V8 entre 290 e 318 pol³, o Fury III de 5,2 litros foi
elogiado pela Popular Science pelo espaço interno, o mínimo ruído
de vento a 110 km/h, a praticidade do porta-malas e a fácil leitura dos
instrumentos. Ele foi ainda o mais rápido nas provas de aceleração, como
ao passar de 0 a 96 km/h em 11,2 segundos, e só perdeu para o Ford em
retomada, mas teve os piores espaços de frenagem depois do mesmo
concorrente.
Como um
avião
O desenho
conhecido como fuselagem era adotado nos modelos 1969, de acordo com a
estratégia da corporação para seus carros grandes. Se as linhas retas
ainda predominavam, os faróis empilhados davam lugar a uma linha
horizontal e bem integrada à grade, servindo o para-choque como moldura
para ela. As laterais do capô vinham mais altas que o centro e as rodas
traseiras estavam encobertas em parte pelos para-lamas. Além das
carrocerias já habituais, oferecia sedãs convencional (com coluna
central) e hatdtop de quatro portas, todos com entre-eixos de 3,05 m.
A gama de motores incluía os conhecidos Slant Six 225, V8 318,
383 e 426. Em testes de desempenho da Popular Mechanics, o Fury I
com motor 318 foi mais rápido que o Ford Custom e o AMC Ambassador,
perdendo por pouco para o Chevrolet Biscayne com um V8 327. Na classe
logo acima, o Fury III dotado do V8 383 superou os três concorrentes:
Impala 350 com carburador quádruplo, Galaxie 500 com motor 390 e
Ambassador DPL de 343 pol³, o mais lento da classe.
Na linha 1970 eram adotados faróis ocultos, em parte das versões, e um
para-choque dianteiro que formava uma espécie de moldura para a grade.
Enquanto o VIP deixava o mercado, o Sport Fury aparecia com dois
acabamentos, o S-23 e o GT. No segundo, o motor 440 tornava-se ainda
mais potente com o pacote opcional Six Pack, de três carburadores de
corpo duplo.
Continua
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