Com faróis novamente expostos, largas colunas e as primeiras versões Gran, o Fury 1973 adotava um estilo que duraria só dois anos antes de mudar de nome

Os modelos cupê e sedã de 1973: amplas dimensões, motores V8 de 5,2 a 7,2 litros e caixa automática de série, antes da crise do petróleo

O modelo grande passava a ser Gran Fury e o Fury vinha menor (fotos) e com várias opções de acabamento, caso do Road Runner (em cima)

Faróis retangulares e empilhados eram novidades do Plymouth de 1977

Os faróis escamoteáveis apareciam como opção para toda a gama em 1972, em um conjunto grade/para-choque que formava dois grandes elementos retangulares. O motor de seis cilindros era abandonado e aparecia o V8 400 de 6,6 litros, ampliado a partir do 383. Com carburador duplo, ignição eletrônica, 190 cv e 42,8 m.kgf, só perdia em vigor para o 440 de carburador quádruplo, 225 cv e 47,7 m.kgf. As outras opções eram o 318 de 155 cv, da nova série LA, e o 360 com 175 cv (desse ano em diante os valores são líquidos). O nome Gran aparecia pela primeira vez nas versões mais luxuosas, chamadas de Fury Gran Sedan e Fury Grand Coupe, enquanto as conhecidas I, II e III vinham apenas como sedãs de quatro portas.

Durou apenas dois anos a geração de 1973 do Fury, que seguia a tendência de sobriedade de estilo comum a grande parte da indústria. Ainda baseado na plataforma C, usava a mesma carroceria de todos os carros grandes da corporação — Chrysler Newport, Town and Country e New Yorker, Dodge Monaco e Imperial. Os quatro faróis circulares estavam sempre à vista, sem opção por escamoteáveis, e o capô continha uma saliência na extremidade frontal que lembrava uma flecha bem aberta. As portas perdiam os quebra-ventos, embora ainda se pudesse tê-los no sedã de quatro portas. Os acabamentos I, II e III vinham ao lado do Gran Fury e das peruas Suburban e Sport Suburban. Não havia mais conversível.

Ainda sem sentir os efeitos da crise do petróleo, mas já respondendo às normas de emissões poluentes que reduziam a potência dos motores, a Chrysler usava apenas motores V8 no modelo: os 318 e 440 já conhecidos vinham em paralelo ao 360 de 5,9 litros (de série na Sport Suburban), ao 400 e ao 440, este o único a usar carburador de corpo quádruplo. A caixa TorqueFlite vinha de série em toda a linha, assim como direção assistida e freios dianteiros a disco.

Em dois tamanhos   A linha Fury dividia-se em dois modelos na nova geração apresentada para 1975. O nome original passava a representar um carro médio para os padrões norte-americanos, sucessor do antigo Satellite, com a plataforma B da Chrysler e entre-eixos de 2,92 m para o cupê e 2,98 m para o sedã. A carroceria básica era compartilhada com o cupê Chrysler Cordoba, o sedã Dodge Coronet e o Charger SE. Já o Gran Fury era um novo nome para o modelo de grande porte lançado como Fury em 1973, com 3,08 m entre os eixos para cupê e sedã e 3,15 m para a perua.

No caso do Fury, o estilo típico de Detroit dos anos 70 incluía dois faróis circulares em uma frente simples e lanternas traseiras pequenas e verticais, enquanto os grandes e resistentes para-choques, obrigatórios por lei, deixavam o aspecto mais pesado do que se gostaria. O fato é que a indústria norte-americana precisava fazer carros menores, mas ainda não aprendera como desenhá-los com harmonia: pareciam versões mal encolhidas dos antigos modelos grandes.

Três níveis de acabamento — básico, Custom e Salon, em ordem crescente de preço e requinte — estavam disponíveis para o sedã Fury, enquanto o cupê oferecia o Custom, o Sport e o Road Runner, que durou apenas um ano-modelo. A perua mantinha as opções Suburban e Custom Suburban. Nos motores, nada realmente novo: o Slant Six 225 como unidade básica, o V8 318 como opcional (mas de série no Sport, no Road Runner e nas peruas) e as alternativas do 360, do 400 (ambos com carburador duplo ou quádruplo) e do 440 de carburador quádruplo, este destinado ao sedã policial. Caixas manual e automática TorqueFlite de três marchas permaneciam no catálogo.

Houve poucas alterações durante os quatro anos-modelo dessa geração. Em 1976 o motor 360 e o câmbio automático vinham de série nas peruas; o cupê Sport recebia teto revestido em vinil com duas estreitas janelas "ópera" de cada lado. Nova grade e quatro faróis retangulares, empilhados dois a dois, vinham no modelo seguinte sem conseguir trazer personalidade ao estilo, enquanto o Slant Six recebia carburador de corpo duplo e passava a ser o motor básico do Sport, sinal de que a crise do petróleo afetara até mesmo a versão de apelo esportivo. Continua

Na polícia
O Fury foi, por muito tempo, um dos carros preferidos das corporações policiais norte-americanas. Conta-se que a perseguição mostrada no filme Operação França (The French Connection, 1971) aconteceu na vida real: o robusto Plymouth do detetive resistiu à sucessão de danos que fez se desintegrar o carro do criminoso. Com isso, polícias como a de Nova York adotaram o Fury como modelo-padrão.

Ainda nos anos 60, duas versões eram usadas: a de seis cilindros como patrulha urbana e a V8 383 com carburador quádruplo para rodovias, com potência para interceptar infratores. Mais tarde foram empregados carros com motores 360 e 400. Na foto ao lado, um modelo 1978.

Com a extinção da série Fury/Gran Fury, as corporações abriram espaço nos anos 90 para o Chevrolet Caprice e o Ford LTD/Crown Victoria — este dominante depois que a GM encerrou a produção de seu carro, tentando aplicar à função o Impala de tração dianteira. De fora desse mercado por mais de uma década, só nos anos 2000 a Chrysler voltou a disputá-lo com o Dodge Charger de tração traseira.

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