

A Caravan e o cupê (com formato
fastback) eram renovados ao mesmo tempo que o sedã; os mostrados têm
modificações lançadas em 1967


O espaço interno do Kadett
beneficiava-se do maior tamanho; a versão LS chegava após dois anos com
dois novos formatos para a traseira |
Em
três anos foram produzidas 649 mil unidades do Kadett A, incluindo as
exportadas em regime CKD (totalmente desmontadas) para montagem na
Bélgica, Dinamarca e em Portugal, além de África do Sul, Peru, Uruguai e
Venezuela, e as vendidas para os EUA. Uma aceitação tão boa que a Opel
não demorou a desenvolver sua evolução.
Começo da
esportividade
O modelo B
parecia-se com o anterior, mas o cupê trocava o vidro traseiro
por um bem inclinado, dentro do estilo fastback que era
moda na época, e agora existia o sedã de quatro portas. O carro crescia
nas principais dimensões: passava a 4,10 m de comprimento (4,18 m no
cupê e na perua), 1,57 m de largura, 1,40 m de altura e 2,42 m entre
eixos. O peso subia para 745 kg no sedã a 855 kg na Caravan.
O aumento
de tamanho trouxe ganho importante em espaço interno e permitiu
homologar o carro para cinco pessoas, com exceção do cupê, que
permanecia com quatro lugares.
As três versões de carroceria, lançadas juntas em 1965, traziam motor
ampliado para 1,1 litro com 45 cv e 7,5 m.kgf ou, se dotado de
taxa de compressão mais alta, 55 cv e
8,3 m.kgf. O sistema elétrico passava a ser de 12 volts, o que nem mesmo
a BMW usava então em toda sua linha, como destacava a Opel. No restante,
a concepção mecânica seguia aquela ainda atual introduzida pela geração
A.
Avaliado pela revista inglesa Motor, o cupê foi descrito como "um
conjunto bom e sem vícios; de rodar confortável com estabilidade
indiferente; caro, mas com excelente consumo; e de motor silencioso, mas
que merece mais potência". Exportado também para os EUA, lá ele foi
comparado pela Popular Science ao Volkswagen 1300 e ao
Simca 1000 francês, então vendido pela
Chrysler.
Os carros mostraram equilíbrio em desempenho, mas o Kadett tinha mais
torque em baixa rotação e era mais econômico que o VW, embora perdesse
para o francês nesse aspecto. Duas vantagens sobre esses oponentes eram
o motor dianteiro, favorável à estabilidade direcional com ventos
laterais, e o melhor comportamento do eixo traseiro. A escolha do
avaliador seria "o motor e o câmbio do Simca em um Opel com as rodas do
VW".
O Kadett B teve êxito instantâneo — mais de 107 mil exemplares ganharam
as ruas já no ano de lançamento — e isso motivou a Opel a expandir a
gama. Em novembro de 1966 aparecia a versão esportiva Rallye, com faixas
decorativas, capô com largas seções em preto fosco e faróis auxiliares
de longo alcance. O interior recebia conta-giros no painel, manômetro de
óleo e voltímetro no console, volante especial e cintos de três pontos.
O motor 1,1 vinha com dois carburadores para chegar a 60 cv e 8,5 m.kgf.
Muita promessa para pouco desempenho? Sim, mas já no ano seguinte o
Rallye ganhava a opção da unidade de 1,9 litro, 90 cv (50% de aumento!)
e 14,9 m.kgf cedida pelo Rekord, o que o levava à máxima de 170 km/h com
aceleração de 0 a 100 km/h em 13 segundos. Era a primeira vez em que um
carro desse segmento usava um motor de tal cilindrada. O motor trazia o
comando de válvulas na lateral do cabeçote,
o chamado cam in head ou CIH, em oposição ao comando no bloco dos
motores menores.
Outras ampliações da linha eram a chegada do Olympia e do
Kadett LS, em setembro de 1967. Apesar do nome próprio, que homenageava
o avançado modelo dos anos 30, o primeiro era uma versão luxuosa do
Kadett, oferecida com motores 1,1 e 1,9, além do inédito CIH de 1,7
litro, que fornecia 75 cv e 13 m.kgf.
Já no LS as opções de motores eram as mesmas do sedã básico.
Continua
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