Com 365 cv brutos, o volumoso motor 460 levava o Mark III de 0 a 96 km/h em 8,3 segundos, desempenho compatível com o do adversário Cadillac Eldorado

Os quatro primeiros anos-modelo do Lincoln eram bem parecidos entre si; no de 1970 (foto) havia um primitivo sistema de freios antitravamento

Com teto baixo, grade que recortava o para-choque e lanternas embaixo na traseira, a segunda geração, Mark IV, assumia um desenho pesado

Sob o longo capô do Mark III, um V8 de 460 pol³ (7,5 litros) produzia a potência bruta de 365 cv, mas precisava encarar 2.132 kg. Assim, o cupê levava 8,3 segundos para ir de 0 a 96 km/h. Caixa automática Turbo-Drive de três marchas, direção assistida e freios a disco dianteiros completavam os atrativos técnicos. Entre os itens de conforto havia ar-condicionado, vidros e banco do motorista com comandos elétricos. Do banco inteiriço dianteiro podia ser baixado um apoio de braço central. O painel era composto por cinco mostradores quadrados de cantos arredondados. O revestimento de couro ou náilon dos bancos era enrugado para oferecer mais conforto.

Como opcionais, podiam-se pedir controle automático do ar-condicionado, controlador de velocidade, rádio AM/FM e toca-fitas estéreo, banco do passageiro com regulagem elétrica, teto revestido em vinil e coluna de direção ajustável. O principal concorrente do Mark III era o Cadillac Eldorado, então já com tração dianteira. As 7.770 unidades vendidas nesse meio ano-modelo inicial levaram embora parte da clientela do Continental cupê hardtop. Para 1969, quase nada mudava. No meio desse ano-modelo era oferecido o sistema eletrônico Sure-Track de frenagem, espécie de antepassado do antitravamento (ABS).

O Mark III foi avaliado pela revista Popular Mechanics, que descreveu seu interior como "um cruzamento entre o cockpit de um jato, uma antiga casa na Inglaterra e a modernidade de Las Vegas". Sobre as impressões ao dirigir, contudo, o cupê recebeu críticas: "A direção é mole no centro e requer força bruta nas extremidades. Os freios assistidos seguram-no bem, mas o curso do pedal é excessivo". Como conclusão, a revista considerou o preço de quase US$ 10 mil "muito para um super-Thunderbird".
 
As vendas alcançaram 23.088 exemplares em 1969. Um ano depois, pneus radiais de aço Michelin em medida 225-15 passaram a vir de série. Outro destaque na publicidade do modelo era seu relógio Cartier, mas o carro ganhava um charme especial com o teto solar de comando elétrico, opcional. Mais caro, o Mark III perdeu parte das vendas (21.432 carros), mas o fenômeno não se repetiu em 1971, quando conquistou 27.091 proprietários. Ainda novo e atraente, o Lincoln passava pela primeira reformulação significativa para 1972.
 
Grife que atrai grifes   Se até então o parentesco com o Thunderbird era algo perceptível só por quem conhecia o que havia por baixo das carroceria distintas, em 1972 a semelhança ficava evidente. Era o Continental Mark IV. O nome já havia sido adotado para identificar o Continental de 1959, com sua proposta bem diferente. A frente, que já era grande, parecia ainda mais pronunciada, ressaltada pelo teto baixo para o conjunto. O aspecto de palácio greco-romano da grade foi enfatizado com a base que invadia a área do para-choque, criando um desnível. As lanternas agora eram duplas, horizontais e embutidas no para-choque. Continua

Nas telas
As primeiras gerações do Mark estão muito mais bem representadas no cinema que as mais recentes. Enquanto a lista de aparições relevantes dos Marks III, IV e V é generosa, é difícil encontrar um registro de filme em que, mesmo que rapidamente, haja um Mark VIII em cena.

Da geração Mark III, pode-se escolher entre o policial O Gângster (American Gangster, 2007), com Denzel Washington; a ação Cannonball - A Corrida do Século (Cannonball, 1976), com David Carradine; a comédia alemã Voll Normaaal (1994); a ação Arriscando Tudo (Trouble Bound, 1993); os dramas Brubaker (1980), com Robert Redford, e Jogada de Gênio (Flash of Genius, 2008), além da ação Arma Secreta Contra Matt Helm (The Wrecking Crew, 1969), com Dean Martin. Em todos esses o carro é identificado como ano-modelo 1969 ou incerto.

Talvez o melhor filme para se apreciar um Mark seja o policial Operação França (The French Connection, 1971), com Gene Hackman. O exemplar 1970 usado é um personagem automotivo central da trama. Do mesmo ano ainda há o drama franco-italiano Città Violenta (1970), com Charles Bronson, e a ação cômica Starsky & Hutch - Justiça em Dobro (Starsky & Hutch, 2004), com Ben Stiller.

No terror O Carro, a Máquina do Diabo (The Car, 1977), com James Brolin, o protagonista é um Mark III 1971 negro, mas um exemplar todo customizado pela Barris Kustoms a ponto de ficar irreconhecível com suas feições bastante caricatas de vilão.

Já a ação Fúria Cega (Blind Fury, 1989), com Rutger Hauer, e o policial Trouble Man (1972) exibem modelos 1972, o primeiro da geração Mark IV, ao passo que a ficção cientifica O Domínio do Olhar (Looker, 1981), com Albert Finney; a comédia O Mais Louco dos Roubos (Bank Shot, 1974), com George C. Scott; e o drama criminal The Black Gestapo (1975) contam com exemplares um ano mais novos.

Ainda dessa geração podemos ver Marks de 1974 em A Vingança de J.D. (J.D.'s Revenge, 1976), com Louis Gossett Jr.; a fantasia A Montanha Enfeitiçada (Escape to Witch Mountain, 1975), com Ray Milland; e a comédia Lovely by Surprise (2007), além do Mark IV 1975 da ação cômica I'm Gonna Git You Sucka (1988).

A comédia de ação Showtime (2002), com Robert De Niro e Eddie Murphy; a ação Atraídos pelo Perigo (No Man's Land, 1987), com Charlie Sheen; o terror A Presa Humana (Naked Fear, 2007); a aventura Meu Amigo, o Gnomo (A Gnome Named Gnorm, 1990); e a ação Robocop 3 (1993) trazem o Mark V de 1977 em seus elencos.

Da geração seguinte, o Mark VI 1980 está no policial Ghost Dog – Matador Implacável (Ghost Dog: The Way of the Samurai, 1999), com Forest Whitaker; nos dramas Gotti – No Comando da Máfia (Gotti, 1996) e Sangue & Vinho (Blood and Wine, 1996), este com Jack Nicholson; e na comédia A Promoção (The Promotion, 2008).

O mais novo Mark VII aparece no policial Edison – Poder e Corrupção (Edison, 2005), com Morgan Freeman. Um de 1986 pode ser visto na ação cômica O Negociador (Metro, 1997), com Eddie Murphy; outro um ano mais novo está na aventura 007 – Permissão Para Matar (Licence to Kill, 1989), com Timothy Dalton. O drama O Rei de Nova York (King of New York, 1990) exibe um exemplar daquele ano, assim como a ação F/X2 (1991) mostra um Mark VII do mesmo ano de produção do filme. Por fim, na ação A Rede (The Net, 1995), com Sandra Bullock, aparece um modelo 1992.

Uma curiosidade sobre o Mark que foge do escopo do cinema é a participação bem destacada em dois videoclipes. Uma deles é o da música Ironic, da cantora canadense Alanis Morissette. Ele é quase todo gravado dentro de um Mark V 1978. Já a banda britânica Depeche Mode gravou Dream On com o vocalista Dave Gahan dirigindo um Mark IV 1973 customizado.
Cannonball Arriscando Tudo
Operação França Starsky & Hutch
O Carro, a Máquina do Diabo Fúria Cega
I'm Gonna Git You Sucka O Mais Louco dos Roubos
Atraídos pelo Perigo Ghost Dog
F/X2 A Promoção

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