Os para-choques aumentavam em 1973 (foto) e 1974 para atender às normas de resistência; o Mark III como um todo estava ficando grande demais para aqueles tempos

O interior trazia instrumentos mais agrupados; na linha 1975 a Lincoln lançava quatro séries especiais em parceria com conhecidos estilistas

Lançado para 1977, o Mark V estava mais atual sem perder os traços básicos do modelo; embora mais leve, seu desempenho não melhorava

O visual até era curioso, mas também mais pesado — embora bastante recorrente na Detroit do início dos anos 70. Outra atração eram as escotilhas ovais nas colunas traseiras, opcionais, as chamadas "janelas ópera". Os instrumentos do painel vinham mais agrupados de frente para o motorista, o volante contava com três raios em "Y" e o relógio Cartier apresentava novo desenho. O V8 de 460 pol³ agora tinha a potência divulgada em valores líquidos — 212 cv, ou 12 cv a menos que o Continental. Considerando-se os 2.295 kg, eram um valor até modesto, mas o Mark IV nunca foi pensado como carro esporte. Ao atrair 48.591 compradores, a nova geração correspondeu a mais de metade das vendas da Lincoln naquele ano.

Para 1973, o modelo exibia para-choque dianteiro bem mais ressaltado para atender a novas exigências da legislação. Isso encerrou o desnível que a grade criava no para-choque. Tamanha foi a aceitação que as "janelas ópera" passaram a ser itens de série do modelo — e fator significante da popularidade do Mark IV. Um novo pacote de equipamentos era oferecido: o Silver Luxury Group, que incluía pintura prata, teto de vinil na mesma cor e bancos revestidos de tecido aveludado. Podia-se encomendar couro cinza ou cor de vinho para os assentos. Havia um novo sistema de áudio e o teto solar de vidro fumê podia deixar a claridade entrar, mas não o vento.

Com o para-choque traseiro também maior, para atender à expansão das normas, o Mark IV já media 5,80 metros em 1974.  O peso chegava a 2.413 kg, mas ele ao menos ganhava 8 cv por conta de um novo sistema de ignição. As lanternas saíam do para-choque, levando junto as luzes de ré que ladeavam a placa. Além de reforços estruturais, o Lincoln recebia um sistema que exigia cintos afivelados para a partida. Tudo aumentando, enquanto o mundo enfrentava a primeira crise do petróleo, só poderia resultar numa queda de vendas — de 69.437 para 57.316 unidades. Entretanto, era mais que os 40.412 Eldorados vendidos no mesmo período, façanha inédita.
 
Freios com assistência hidráulica e discos nas quatro rodas vinham em 1975, dispensando a assistência do vácuo do motor. Controlador de velocidade, trava elétrica das portas e volante regulável entravam para a lista de itens de série, e pneus com faixa branca larga e novas rodas de alumínio, para a de opcionais. Para o último ano dessa geração, quatro séries especiais de acabamento — chamadas de Designer Series — tiravam proveito dos estilistas do universo da moda que as identificavam: Bill Blass, Cartier, Givenchy e Pucci. Ao limar equipamentos para reduzir o preço, a Lincoln conseguiu fazer as vendas crescerem em 8.965 exemplares.
 
Caminho próprio   Enquanto o Thunderbird passou a ser uma versão mais elaborada do cupê intermediário LTD II em 1977, o novo Continental Mark V era uma atualização estética do IV e repetia o sobrenome do Continental 1960. Ele parecia bem maior, mas era só 5 cm mais longo. Em contrapartida, 180 kg foram eliminados com a passagem de geração. Moderação invisível, já que o motor V8 agora produzia só 179 cv com carburador de corpo duplo e 208 cv com quádruplo (o básico do Mark IV), regredindo ao que estava disponível até 1976. A publicidade nem mencionava esse dado.

O desenho mais retilíneo conferiu modernidade ao cupê. O jeito mais rápido de identificar o Mark V era pela linha de cintura reta, demarcada por um desnível de ponta a ponta do carro, logo acima das maçanetas, e as "guelras" nos para-lamas dianteiros. Todos os demais traços físicos da geração anterior prosseguiam, como o estilo da grade, os faróis escamoteáveis, as luzes de direção dianteiras ressaltadas, a tampa do porta-malas sugerindo esconder o estepe, o relógio Cartier e as populares "janelas ópera" ovais. Ele continuava muito mais atraente e elegante que o cupê Continental.
 
Ao conquistar 80.321 compradores, teve alta de 143% nas vendas. Era bem mais que os 47.344 Eldorados. Em pesquisa com proprietários, em 1977, a Popular Mechanics apontou como pontos mais elogiados o estilo, o conforto interno e de rodagem e o comportamento dinâmico, nessa ordem, enquanto o consumo foi a crítica mais frequente. Para comemorar os 75 anos da Ford, em 1978, o Mark V ofereceu a série Diamond Jubilee Edition. Era o carro mais luxuoso já produzido pela corporação até ali. Disponível só nas cores metálicas azul claro e dourado, mantinha o mesmo tom até no interior. Alem de luzes nas colunas traseiras, o falso ressalto do estepe vinha acolchoado, assim como o console interno, que escondia um guarda-chuva.

O ano-modelo 1979 seria o último do Lincoln no tamanho grande tradicional norte-americano (full-size). A Cadillac já havia reduzido drasticamente o tamanho do Eldorado. Uma variação do Diamond foi oferecida como Collector's Series, já prenunciando o que vinha a seguir. Ela era pintada num azul bem escuro, branco ou, mais adiante, prata e um azul mais claro. Pintura em dois tons identificava a série Bill Blass naquele ano. Já o motor de 460 pol³ saía de cena, deixando para um de 400 pol³ (6,5 litros) e 159 cv o trabalho de levar o pesado cupê. Continua

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