Com motor de 1,2 litro e 30 cv refrigerado a ar, o Karmann Ghia estava longe de oferecer bom desempenho, mas era um carro bonito, relativamente acessível e fácil de manter

O interior do cupê de 1964: bem-acabado, mas com pouco espaço mesmo na frente, era um carro de uso urbano e para breves viagens

Quem ia à frente também não tinha muitos privilégios: por causa das caixas de roda, motorista e passageiro iam com as pernas inclinadas para dentro. Por este motivo a posição de dirigir não era das melhores. E a posição dos pedais, muito juntos e fixados no assoalho, não ajudava. O porta-malas localizado à frente era mínimo e ainda abrigava o estepe. Para compensar, havia um pequeno compartimento atrás do banco traseiro. Era um automóvel urbano e para curtas viagens a dois.

Desempenho tímido   Construído sobre chassi-plataforma como o sedã, o Karmann Ghia tomava emprestado seu motor de quatro cilindros opostos e cilindrada de 1.192 cm³, refrigerado a ar, em posição traseira. Alimentado por um carburador Solex de corpo simples, desenvolvia potência de 30 cv a 3.400 rpm e torque máximo de 7,7 m.kgf a 2.000 rpm (valores líquidos). O acesso para manutenção era muito bom.

Com um motor tão modesto, as acelerações eram lentas e a velocidade máxima nada empolgante: cerca de 120 km/h. A caixa de câmbio tinha quatro marchas, sendo que a primeira não era sincronizada, e a tração era traseira. A suspensão toda independente usava braços arrastados na dianteira e semi-eixos oscilantes na traseira, ambas com barras de torção transversais (saiba mais sobre suspensão). Os quatro freios tinham tambores com comando hidráulico. O conjunto era robusto, mas em curvas rápidas mostrava um comportamento delicado, saindo de traseira no limite.

A produção inicial prevista era de 10 a 15 carros por dia, mas devido ao sucesso logo chegava a 50. No fim de 1957 era apresentada a versão conversível. Muito bonita, trazia capota de lona. Com ela recolhida ficava muito mais charmosa. No mesmo ano as luzes de direção recebiam proteção metálica cônica. Por dentro ganhava marcador de nível de combustível no painel, cuja parte superior agora vinha emborrachada, e o passageiro passava a ter apoio de braço na porta. Continua

Nas telas
Finais Felizes (Happy Endings), comédia-drama que estreou aqui no fim de 2005, conta com grande elenco de séries famosas nos Estados Unidos. Um Karmann Ghia conversível verde de 1967 é presença constante no filme.
No violento e polêmico Kill Bill 2, de 2004, estrelado por Uma Thurman, Samuel L. Jackson, David Carradine e a bela Daryl Hannah, podemos ver um cupê branco e um conversível azul em várias cenas.
Estreou em 2007 Zodíaco (Zodiac), baseado numa história real dos anos 60 em São Francisco, EUA, sobre um assassino em série. Dois Karmanns de cores diferentes aparecem muito.
Em 007 Contra Octopussy, de 1983, o grande Roger Moore vive James Bond. Para salvar a bela Octopussy (Maud Adams), ele tenta pegar carona numa estrada alemã. E só consegue quando vê hippies num KG conversível 1964. Grande, Bond mal cabe no banco da frente.
Os fãs que buscam preservar o Karmann Ghia vão se decepcionar se virem Death Race 2000, filme americano de ação de 1975: o esportivo é desfigurado por inteiro para participar de uma corrida.
Outras participações do KG no cinema são o cupê vermelho de A Garota de Rosa-Shocking (Pretty in Pink; foto), drama americano de 1986, e o conversível prata de Kennedy et moi, comédia francesa de 1999.
Há também um conversível alaranjado em Quebra de Sigilo (Sneakers), filme de ação americano de 1992, e um azul em Poção do Amor nº 9 (Love Potion No. 9; foto), comédia também dos EUA do mesmo ano.
O VW também brilhou em séries de TV. O impagável Maxwell Smart foi o agente do Controle no seriado Agente 86 (Get Smart), de 1965 a 1970. Foram 138 episódios em cinco temporadas. Ele usava, entre outros carros, um conversível azul 1968.
No excelente seriado Persuaders, de 1971 e 1972, sempre aparecem belos automóveis. Os 24 episódios foram estrelados por Roger Moore, Tony Curtis e Laurence Naismith. Foi presença em vários um cupê verde 1955, que numa cena aparece afundando na água.
Até no famoso e divertido desenho/seriado americano Os Simpsons (The Simpsons), que foi lançado em 1989 e passa até hoje, aparece um Karmann Ghia conversível vermelho. No mínimo exótico.

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