Pára-lamas traseiros, faróis, pára-choques e capô dianteiro mudaram do modelo inicial até este de 1964, sem afetar a leveza do estilo original

"Dentro, bem no fundo, ele é um VW"; "O VW é o vermelho": nos EUA, a publicidade buscava carona na imagem já conquistada pelo besouro

Já estava sendo exportado para os Estados Unidos. Havia poucas diferenças para o modelo original, uma delas a barra que reforçava os pára-choques. O sucesso na Califórnia e na Flórida era grande, sobretudo do bem-vindo conversível. Em 1959 os pára-lamas traseiros ficavam maiores e havia novas maçanetas nas portas. Por dentro recebia um porta-objetos debaixo do painel. No conversível era oferecido como opcional um bagageiro cromado sobre a tampa do motor.

Um ano depois o Karmann Ghia recebia mudanças na frente. Os faróis estavam mais altos, as entradas de ar maiores e mais bem-acabadas e os pára-lamas mais largos. O capô dianteiro também ganhava novo formato. O conjunto estava mais moderno, sem perder o charme do primeiro modelo. Atrás vinham novas lanternas em forma de amêndoa e, melhorando a aeração interna, os vidros traseiros passavam a ser basculantes.

Em 1961 o motor ganhava mais 4 cv, fazendo o torque passar a 8,8 m.kgf e elevando a velocidade máxima em 4 km/h. Ainda estava muito manso, mas fazia sucesso. A concorrência reagia: na França era lançado o Renault Caravelle/Floride, que tinha basicamente o mesmo conceito, com tração e motor traseiros e preço equivalente. Ainda nesse ano os pára-choques reforçados, antes restritos ao mercado americano, passavam a ser opcionais na Europa.

Evolução gradual   A cada ano havia novidades e o pequeno esportivo ia evoluindo. Em 1962 recebia uma trava na alavanca de câmbio que dificultava a vida dos amigos do alheio. No ano seguinte ganhava pinos nas portas para travamento e o motorista contava com apoio de braço na porta. No mesmo ano entrava seu sucessor natural: o Tipo 34, também desenhado por Ghia e fabricado pela Karmann, que se tornou fracasso de vendas e nunca chegou a ofuscar seu irmão mais velho.

Em 1966 a boa nova era um motor um pouco mais potente. Com 1.285 cm³, 40 cv e 8,9 m.kgf, a velocidade máxima passava a 128 km/h. Por dentro o painel estava mais moderno e o volante passava a vir na cor preta. A chave de contato, antes à esquerda como nos Porsches, passava à direita como na maioria dos carros. Como opcional podia vir equipado com teto solar ou, no caso do conversível, com a capota de lona na cor da carroceria. Continua

Os especiais
Com acessórios da época, vários proprietários equipavam o Karmann Ghia com conta-giros, volante esportivo, alavanca de câmbio anatômica, bancos especiais, retrovisores cônicos cromados. A famosa "tala larga" era muito empregada, com rodas mais largas, aro de 14 pol e os famosos pneus radiais Cinturato da Pirelli. E, quando a suspensão era rebaixada, com a cambagem negativa da traseira acentuada ele adquiria um ar mais poderoso.

Quanto ao motor, não faltavam carburações mais refinadas, comandos de válvulas "bravos" e câmbios com novas relações para dar ao KG um desempenho mais compatível com seu estilo. Houve também quem adaptasse motor e câmbio de Porsche, como a concessionária Dacon fazia, ou o motor do Chevrolet Corvair americano, um boxer de seis cilindros e 2,3 litros que desenvolvia 90 cv.

Como girava ao contrário de todos os motores de automóvel, esse propulsor exigia a inversão do lado de montagem da coroa do diferencial. Isso era possível porque as Kombis da época tinham caixa de redução em cada roda traseira, o que requeria idêntica inversão de montagem, sem o que ficariam com quatro marchas para trás e uma para frente.

A adaptação que a Dacon fazia nos anos 60 ainda é proposta — só que com um motor mais atual da Porsche — pela alemã Bader Racing. A preparadora instalou em um cupê prateado (fotos) todo o trem-de-força do Porsche 911 RS da série 993 (ainda com motor refrigerado a ar). Com seis cilindros opostos, 3,6 litros e 321 cv, associados a um câmbio de seis marchas, a empresa promete velocidade máxima de 305 km/h e 0-100 em 4,4 segundos!

É mais do que qualquer Karmann Ghia poderia um dia ter sonhado.

Em escala

Temos miniaturas de Karmann Ghia à disposição em várias escalas e para diversos bolsos. A alemã Minichamps oferece os cupês de 1958 (foto), amarelo, e 1970, prata, em 1:24, com acabamento impecável. Também dispõe do conversível de 1960 em prata. Na escala 1:18, a Road Legends da China fez o modelo 1966.
Os ingleses da Dinky ofereceram o belo VW na escala 1:43. Era o modelo 1960 cupê (foto), vermelho com teto preto. De bom preço é o modelo da Sunny Side, na escala 1:28. Tem bom acabamento. A cor preferida sempre é a vermelha.
A Solido francesa produziu em 1:18 o conversível e o cupê 1957. Tinham seis opções de cores, belos cromados e bagageiro. Impecáveis.
A americana Franklin Mint, famosa pelo luxo e riqueza em detalhes, fez o cupê vermelho de 1966 na escala 1:24. O preço acompanha a elevada qualidade.
E a Toys Drop oferece o cupê de 1966, em verde com teto branco e interior bege, no tamanho 1:18.
Interessante é o cupê de 1959 da Jada Toys, especializada em personalizados. Na cor prata e escala 1:64, vem com suspensão rebaixada, rodas largas e esportivas e rack no teto com prancha de surfe.
Não podemos deixar de citar a brasileira Automobilli e seus modelos com decoração de pista. Está lá o Karmann Ghia-Porsche azul com faixas brancas da Dacon, sobre uma plaqueta metálica fazendo referência ao modelo. Exclusivos e caprichados, são feitos na escala 1:43.

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