
Uma visão que impressiona, tanto
pelo número quanto pela variedade de modelos; no primeiro plano, uma
versão militar do jipe Méhari 4x4 com dois motores

O começo de tudo: o Tipo A
Torpedo, de 1919, primeiro carro europeu com estepe e partida elétrica
do motor


Duas versões do modelo B2: a
Normande de 1924, em cima, e a Pemiere de 1922, com esteiras no lugar do
eixo traseiro, que atravessou o Deserto do Saara

Um dos mais belos é o C4G
Roadster 1932, com motor de 1,8 litro e 32 cv, que ganhou concursos de
elegância; na foto de abertura ele está ao lado de um C6G de 1931 |
Encontra-se ainda no Conservatoire importante e farta documentação
relativa à rede de concessionárias, como preços e anotações técnicas,
além de manuais de oficina para manutenção e reparação. Há também
incontáveis pôsteres contemporâneos ou de época, litografias, quadros,
filmes antigos (excelentes) e grande número de publicações muito raras
dedicadas a André Citroën e à marca que ele fundou. Fora peças mecânicas
e industriais, móveis de escritório, propagandas, painéis, placas
esmaltadas, objeto publicitários e miniaturas.
Os carros
Ver todos
aqueles automóveis repousando em casa é mesmo uma formidável sensação,
para quem gosta de carros e valoriza o empenho de um fabricante em
conservá-los. Passar diante de um Tipo A Torpedo 1919, o primeiro
Citroën, chega a dar certa emoção. Foi o primeiro carro europeu
construído em grande escala e o primeiro daquele continente a trazer
motor de partida elétrico. Com o "A" chegavam também para os europeus a
iluminação elétrica e o estepe. E aparecia o emblema da dupla insígnia,
que ficaria conhecido no mundo todo.
O Tipo A era um conversível de quatro lugares e três portas, com duas no
lado direito, e media 3,68 metros de comprimento. O motor era um
quatro-cilindros de 1,3 litro e potência de 18 cv a 2.100 rpm. Chegava a
65 km/h e fazia 13 km/l. Outra curiosidade é o modelo B2, com esteiras
no lugar do eixo traseiro, que efetuou a primeira travessia do Deserto
do Saara em 1922. Foi a expedição que fez a ligação entre a Argélia e a
África ocidental francesa, uma viagem de 21 dias entre Toggourt e
Tomboctou. A mobilidade penalizava o desempenho: o veículo só atingia 25
km/h.
Um dos mais admiráveis nessa breve visita foi o 11 Traction conversível
1939, de três lugares na frente e dois no "banco da sogra", um banco
externo que era muito comum nos anos 30. Um carro com motor de 1,9 litro
e 56 cv que até hoje exibe grande elegância. Era grande, 4,45 metros de
comprimento, mas com grande harmonia de linhas. Impressionou também ver
o Traction 15, de seis cilindros e 2,9 litros. O modelo tinha sufixo "H"
na designação, indicando tratar-se de suspensão traseira hidropneumática,
que mantinha constante a altura de rodagem. Para o ano em que a novidade
apareceu, 1954, foi surpreendente. Era a preparação do caminho para o
sistema revolucionário do DS, lançado no ano seguinte.
O prazer e a alegria de ter a oportunidade de passar por todos aqueles
carros, cada um com sua história, muitas de enorme sucesso, não estariam
completos se não fosse possível dirigir dois deles, uma volta curta que
fosse. E isso nos foi permitido.
O
2CV
O
2CV pode ser definido como a
essência do automóvel, ou o automóvel essencial. Tudo nele é simples,
funcional, mas há certas características que revelam o gênio criador da
marca. Por exemplo, os faróis podem ter o facho ajustado de bordo
manualmente. Os tambores de freio (mais tarde discos) são internos,
junto ao transeixo.
Continua
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