Com mais de 4,70 metros, o XM combinava espaço interno e elegância de linhas; a carroceria de cinco portas mantinha uma tradição Citroën

Os faróis inovadores e a integração das janelas eram destaques; por dentro da quinta porta, um vidro adicional para conforto dos ocupantes

Amplas dimensões — 4,71 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,39 m de altura e 2,85 m de distância entre eixos — garantiam um interior espaçoso ao XM. Era um ambiente sóbrio e requintado, mas que não abria mão de algumas peculiaridades da Citroën, como o volante com um só raio, que alojava comandos do sistema de áudio, e os vários controles agrupados em alavancas bem às mãos do motorista. O freio de estacionamento era acionado por pedal, como em diversos Mercedes-Benz. Três acabamentos estavam disponíveis na França: Séduction, Harmonie e Ambiance.

Para que a opção por cinco portas não trouxesse inconvenientes aos passageiros desse carro de luxo — segmento em que o proprietário, muitas vezes, viaja no banco traseiro —, o XM tinha dois vidros posteriores: um na tampa do porta-malas e outro por dentro dela, que não se abria com a tampa para evitar que frio, ruído ou mesmo chuva chegassem aos ocupantes. Os equipamentos de série eram fartos: toda a linha vinha com controle remoto do travamento das portas e teto solar com acionamento elétrico; as versões superiores incluíam ajuste automático do ar-condicionado, bancos dianteiros com regulagem elétrica e revestimento interno em couro.

Suspensão inovadora   No início, cinco opções de motores compunham a gama XM. Movidos a gasolina eram o quatro-cilindros de 2,0 litros da série XU, oferecido com carburador (para potência de 116 cv e torque de 16,7 m.kgf) e injeção eletrônica (121 cv e 17,3 m.kgf), e o V6 PRV de 3,0 litros, com injeção, 170 cv e 24,4 m.kgf — ambos com comando de válvulas no cabeçote e duas válvulas por cilindro. O PRV resultara, ainda nos anos 70, de projeto em parceria entre Peugeot, Renault e Volvo e já encontrara uso em modelos os mais diversos das três marcas, mas nunca havia sido aplicado a um Citroën.

As demais versões eram a diesel com o XUD de 2,1 litros, comando no cabeçote e três válvulas por cilindro. A opção de aspiração natural tinha 82 cv e 15 m.kgf, claramente insuficientes para um carro desse porte, enquanto o motor turboalimentado fornecia mais adequados 110 cv e 24,7 m.kgf. O peso expressivo do modelo (1.310 kg no caso do 2,0-litros) tornava seu desempenho discreto nas versões de quatro cilindros e ainda não brilhante na V6, que acelerava de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e alcançava 222 km/h — o 2,0 com injeção registrava 12,4 s e 190 km/h. Por outro lado, como já se tornara tradição na marca, esse Citroën impressionava pela suspensão.

O sistema substituía tanto as molas quanto os amortecedores, sendo capaz de variar e de controlar, pelo gerenciamento eletrônico, ambos as funções. Embora se baseasse no sistema hidropneumático já usado no CX, o do XM tinha três esferas por eixo, uma a mais que no antecessor — as esferas adicionais eram responsáveis por melhorar a absorção de irregularidades. Direção, freios, suspensão, câmbio e o pedal do acelerador eram monitorados pela central eletrônica para definir a melhor atuação para as esferas.

Em condições normais de uso, o sistema atuava em seu modo mais confortável. Uma vez que os sensores detectassem um movimento maior ou mais rápido no volante, ou que o motorista acionasse o acelerador ou os freios de forma vigorosa, a central ordenava que as esferas centrais de cada eixo fossem tiradas de ação, o que enrijecia a suspensão. O mesmo valia para grandes deslocamentos das rodas dianteiras, como em lombada: com respostas em cinco centésimos de segundo, a suspensão passava ao modo mais firme antes que as rodas traseiras atingissem o obstáculo. Continua

Nas telas
O XM tem relevantes participações em filmes, e não apenas nos franceses. Ronin (1998), uma ação produzida por Inglaterra e Estados Unidos, contém algumas das mais quentes perseguições que o cinema já viu. O filme com Robert De Niro, Jean Reno e Natascha McElhone conta a história de um agente norte-americano que tenta obter uma mala misteriosa, na qual irlandeses e russos também têm interesse. Além do XM preto, já com a grade adotada em 1995, há modelos como Audi S8, Mercedes-Benz 450 SEL e BMW Série 5.

Da fase inicial da produção desse Citroën é o carro vermelho visto em Surpresas do Coração (French Kiss, 1995), comédia também produzida por ingleses e norte-americanos, com Meg Ryan, Kevin Kline e Timothy Hutton no elenco. Há mais XM dessa época no policial alemão Corra, Lola, Corra (Lola Rennt, 1998), na ação francesa Socorro! Chamem o Ladrão (Ripoux Contre Ripoux, 1990), na comédia do mesmo país L'Opération Corned Beef (1991) e no drama sueco Sök (2006). Ou ainda no policial Ordinary Decent Criminal (2000), no thriller sueco Sommarmord (1994) e no drama Carambole (2005).

Outros modelos de 1994 ou posteriores, identificados pela grade, aparecem no drama Além das Nuvens (Al Di Là Delle Nuvole, 1995) e na comédia francesa Ma Femme... S'Appelle Maurice (2002). A perua XM Break também está presente em diversos, como a comédia Envoyés Très Spéciaux (2009) e os dramas Comme Une Image (2004) e O Profeta (Un Prophète, 2010). E não faltam ambulâncias, como as dos filmes franceses Passe-Passe (2008) e Tricheuse (2009).
Ronin Surpresas do Coração
Corra, Lola, Corra Passe-Passe

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